O próprio artista escolheu as obras que integram a mostra uma retrospectiva de todas as suas fases de criação, desde os trabalhos de fotografia-pintura dos anos 60 até as pinturas abstratas dos anos 80 e 90.
A pintura em si é o tema de sua obra, rica em experimentações e linguagens heterogêneas nas diversas fases de seu trabalho. Em 1961, sai de Dresden para Düsseldorf, deixa seu meio ambiente social e político e a tradição artística do realismo socialista da então República Democrática Alemã (ex-Alemanha Oriental) para entregar-se à pintura informal e com o início da Arte Pop. Mas nunca se preocupou em encaixar-se em algum movimento e deixou a experimentação guiá-lo em toda sua trajetória.
“Eu não tenho nenhuma intenção, nenhum sistema, nenhum estilo, nenhum caso em particular ou uma mensagem”.
Richter entende o ato de pintar como uma busca para a realidade de hoje:
“O que eu vi como a minha grande fraqueza, ou seja, a incapacidade de criar uma imagem, não é de fato uma incapacidade, mas sim uma instintiva busca de uma verdade mais moderna, que já estamos vivendo (A vida não é aquilo que é dito, mas o processo de dizer, não o criador de imagem, mas a criação)”.
Em 1962 ele toma a fotografia como ponto de partida para o ato de pintar. Desde então, ele utiliza fotos como padrões ou “primeiras camadas” para suas pinturas.
Na exposição, o público poderá observar as obras da série Grey Pictures – onde o cinza é a cor da indiferença, do nada. O artista retorna mais tarde a cor e encontra o caminho para um quadro complexo e em camadas das pinturas abstratas de 1980.
Sua obra não indica falta de interesse pela realidade, mas uma forma peculiar de transmitir e refletir sobre ela. Parte deste rico acervo de ideias e imagens chega à cidade e presenteia o público local com um dos ícones da pintural mundial.
Serviço: Gerhard Richter
Data: De 3 de maio a 12 de junho de 2011
Local: Galeria do Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal (
Brasília
