Mostra de fotos “German Lorca: Olhar-Imaginário” abre na Caixa Cultural em junho.


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A mostra “German Lorca: Olhar-Imaginário” abre na Caixa Cultural no dia 1º de junho com obras realizadas ao longo de 60 anos, entre 1949 e 2009, por esse que é um dos fotógrafos mais importantes do Brasil.

A obra de German Lorca, ícone da fotografia moderna brasileira, foi sintetizada em cerca de 60 imagens pelo curador Eder Chiodetto, que optou por selecionar, no vasto acervo do fotógrafo, imagens que marcam o experimentalismo radical e a ruptura com o realismo pautados pela clara influência que o artista paulistano absorveu de movimentos como o surrealismo e o concretismo.

Segundo o curador, a exposição vem a Brasília para sintetizar o espírito iconoclasta e libertário deste que é um dos fotógrafos mais instigantes da nossa história. “Sua obra pode ser vista como um elo preciso entre o ideário modernista e a arte contemporânea brasileira”, afirma Chiodetto.

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Nascido 100 dias após a Semana de Arte Moderna de 1922, German Lorca auxiliou de forma decisiva a implantar a fotografia de pensamento e estética modernista em meados da década de 1940 e 1950, quando atuou no Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo. Hoje, aos 88 anos de idade e em plena atividade, o artista paulistano é considerado por historiadores como um marco da fotografia experimental no Brasil. Sua produção de caráter mais subjetivo e onírico se tornou um divisor de águas na fotografia brasileira ao atribuir à linguagem novas possibilidades de representação, por meio da introdução da ficção e da livre imaginação, em detrimento da função estritamente documental que vigorava até aquela época.

Deixando de lado, naquele momento, o caráter de denúncia social e a reportagem, Lorca capitaneou no Brasil, junto com alguns de seus parceiros de Foto Clube como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e Eduardo Salvatore, uma profunda mudança de paradigma da fotografia, agregando à linguagem uma grande parcela de lirismo e de investigação estética, como poderá ser observado na mostra da Caixa Cultural Brasília.

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Esta produção, isolada na época, só voltou à tona a partir de pesquisas de acadêmicos na última década. De fato, observou-se um lapso desta atitude experimental no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, quando a fotografia brasileira se voltou com força para o fotojornalismo e o fotodocumentário em função do momento sociopolítico do país, com censura aos textos críticos na mídia.

A partir da restauração da democracia, a fotografia de caráter mais lúdico e experimental voltou à tona nos anos 1990 tendo a produção dos fotoclubistas, sobretudo Geraldo de Barros e German Lorca como fonte de inspiração.

A produção de Lorca transita até hoje entre diversas áreas: arte, publicidade, reportagem, retrato e ensaio. Em todas elas é visível um traço comum: a fotografia como ferramenta de acesso ao imaginário. A possibilidade de vislumbrar mundos paralelos ao real: o mundo da criação poética que ressignifica o entorno visível.

Serviço: German Lorca: Olhar-Imaginário

Local: CAIXA Cultural Brasília – Galerias Pícolla I e Pícolla II (SBS Qd 4 lote ¾)
Abertura para convidados e imprensa: 1º de junho, de 19h às 22h.
Visitação: 02 de junho a 04 de julho
Horário de visitação: de terça a domingo, de 09h às 21h
Agendamento de visitas monitoradas: (61) 3206-9450 (de segunda-feira a sexta-feira, de 08h às 12h e de 13h às 18h)
Entrada: Franca
Classificação etária: livre
Acesso para portadores de necessidades especiais