4ª Horizontes Urbanos – Mostra Internacional de Dança em Espaço Urbano aporta na cidade.

Dudude. Divulgação.
O Vivo EnCena convida para a realização da quarta edição do projeto Horizontes Urbanos – Mostra Internacional de Dança em Espaço Urbano acontece nos dias 23 e 25 de abril com a proposta de ocupar espaços da cidade com apresentações de dança concebidas especialmente para o ambiente urbano, em uma fusão entre a dança, a arquitetura e o transeunte. O evento acontece durante o I Seminário Nacional de Arte Coreográfica, que será realizado entre os dias 23 e 27 de abril.

A programação prevê o lançamento do livro da artista Dudude“Caderno de Notações – a poética do movimento no espaço de Fora” acontece no dia 23, às 16 horas, na Fundação Universa, e sua performance acontece no dia 25, de 9h às 12h, no Centro de Dança da Secretaria de Cultura.

A mostra internacional de interferências urbanas faz parte da rede internacional “CQD – Ciudades que Danzan”, sediada em Barcelona, na Espanha. A ideia é fazer com que o transeunte perceba o ambiente cotidiano que o cerca e que, muitas vezes, na correria do dia-a-dia, acaba passando despercebido, e fazer com que ele se sinta inserido ali, como protagonista. “Essa ocupação tem o objetivo de levar a dança para a cena cotidiana, dialogar com os passantes, com a arquitetura, com a memória da cidade, e trabalhar o olhar do espectador que passa pelos mesmos lugares frequentemente e nunca repara ao seu redor. “É um exercício de sensibilidade trabalhar esse olhar para a sua cidade e, ao mesmo tempo, divulgar a dança”, explica Jacqueline de Castro, diretora de produção do Horizontes Urbanos.

A invasão da arte em forma de dança nos espaços urbanos se transforma em um espetáculo atípico, onde inúmeras pessoas transitam diariamente e, frequentemente, com pressa, sem tempo ou oportunidade para notar tudo o que acontece ao seu redor. As performances são cuidadosamente planejadas de forma a manter a relação dança-arquitetura-transeunte a mais limpa possível. Por esse motivo é que as apresentações acontecem, prioritariamente, durante o dia, para evitar a interferência de equipamentos de iluminação, assim como os equipamentos de som, que são colocados estrategicamente em lugares ocultos, fazendo com que não haja nenhuma delimitação de espaço que vá interferir na proposta.

De acordo com Expedito Araujo, curador do programa cultural Vivo EnCena, o projeto exerce um papel fundamental já que ultrapassa os limites dos palcos: “O protagonismo vem justamente deste diferencial, não se encerrar na montagem, mas pensar a partir dela, promovendo ações artísticas contemporâneas que vão além do palco italiano”, explica.

performance denominada “A poética de um andarilho” de Dudude, que acontece no dia 25, das 9h às 12h, no Centro de Dança da Secretaria de Cultura, é uma prática de sensibilidades adquiridas no tempo espaço de exposição, em um lugar público. A escolha é uma praça, por se tratar de um espaço explicitamente construído para o lazer, para o descanso e, talvez, para o devaneio de apenas ficar ali, deixando o tempo ser tempo e a existência poder se alargar.

“Praças, avenidas, ruas, lugar de crianças, andarilhos, pessoas que pousam por um momento. Então eu, travestida de andarilha, pouso nesse espaço e começo minha função. Função essa de amaciar tal espaço, territorializando para assim praticar a dança escondida atrás, em torno, num campo sutil. O invisível se torna visível, quando o tempo dilata e alarga os sentidos. O movimento natural da vida é a matéria-prima para tal trabalho. Poética de um Andarilho é um acontecimento, seu aviso vem através do espaço, seu público é o entorno, o pequeno e o grande estão na cinesfera deste acontecimento”, explica Dudude.

Na Fundação Universa, às 16h do dia 23, haverá o lançamento do livro “Caderno de Notações – a poética do movimento no espaço de Fora”, da artista Dudude, mineira de Muriaé, celebrando seus 40 anos de carreira na dança contemporânea. A obra é resultado da pesquisa “Poética de um Andarilho – a escrita do movimento no espaço de fora” onde a artista passou um bom tempo estudando e experimentando este olhar de “andarilho” nas praças de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

“Queria entender e escrever partindo de minha habilidade primeira, o movimento. Todos os dias em que saía pelas ruas me fazia a seguinte proposição: tudo que visse seria dança, movimento. Assim, assistia a variados espetáculos, às vezes interferia, dançando de uma maneira pertencente ao espaço habitado. Era um andarilho em constante metáfora. Quase invisível, fui ganhando entendimento e assim escrevendo e gostando desse exercício”, conta Dudude.

Tudo começou durante uma experiência vivida fora do país pela artista. Em 2001, Dudude morou na França, aprofundando seus estudos em dança através da Bolsa Virtuose, do Ministério da Cultura. “Eu passava muito tempo sozinha em estado de observação das coisas, com um olhar estrangeiro. Os menores detalhes me chamavam a atenção. Comecei a fazer pequenas anotações e a me interessar pela vida e o movimento de uma praça pública. Foi nesse momento em que dei início ao esboço da pesquisa sobre essa poética”, diz.

Com base nessa experiência internacional e no período de um ano em que passava as manhãs em praças públicas da capital mineira, experimentando olhar, sentir, escutar e dançar o movimento no espaço natural da vida, é que nasceu o livro. Ao todo, foram cinco cadernos que correspondem às estações do ano.

“Caderno de Notações – a poética do movimento no espaço de Fora” possui o patrocínio da Wärtsilä por meio dos benefícios da lei federal de Incentivo à Cultura. O livro conta também com a parceria de Viviane Gandra e Marcelo Drummond. Além dos extratos dos cadernos produzidos por Dudude, a obra contém textos que trazem reflexões de três autores convidados: Cássia Navas, estudiosa de dança, Luiz Carlos Garrocho, diretor teatral e estudioso da linguagem da improvisação, Marcos Hill, professor de história da arte, e uma nota editoria, mais os vídeos-ensaios de três artistas – Joacélio Batista, Juliana Saúde e Marcelo Kraiser, e um ensaio fotográfico de Marco Antônio Vieira, realizado em 2011, especialmente para a publicação. São ao todo 400 páginas, com um DVD encartado.

O “I Seminário Nacional de Arte Coreográfica/IFB” visa promover discussões sobre o conhecimento sensível que a Arte Coreográfica engendra, com o objetivo de gerar reflexão, material videográfico e bibliográfico. O evento é uma realização do Campus Brasília do Instituto Federal de Brasília (IFB), por meio da Coordenação Geral de Pesquisa e Extensão da unidade e do Curso de Licenciatura em Dança. O Seminário é aberto ao público e totalmente gratuito. As inscrições estarão abertas nos próximos dias e serão realizadas pelo site da Instituição (www.ifb.edu.br). A coordenação geral é da coordenadora de pesquisa e extensão do Campus Brasília, Márcia Almeida, com a participação do grupo de pesquisa LiDança.

a 4ª edição do projeto Horizontes Urbanos – Mostra Internacional de Dança em Espaço Urbano, com patrocínio da Vivo, por meio da Lei de Incentivo a Cultura do Governo do Estado de Minas Gerais. Apresentado pelo Programa Cultural Vivo EnCena, o projeto conta também com a parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB).

Serviço: Horizontes Urbanos – Mostra Internacional de Dança em Espaço Urbano 

Lançamento do livro “Caderno de Notações”

Data: 23 de abril

Horário: 16h

Local: Fundação Universa: Via L2 norte, Quadra 609, Asa Norte.

 

Performance

Data: 25 de abril

Horário: 9h às 12h

Local: Centro de Dança – Setor de Autarquias Norte, VIA N2, Setor Cultural Norte. Anexo I da Secretaria de Cultura.

Evento gratuito

Informações: www.horizontesurbanos.com

Fonte: Vivo EnCena.