Artista plástico se inspira em acidente para criar obras de arte.

De 23 de agosto a 23 de setembro.

In Definições Espaciais
Bruno Corte Real Foto: Divulgação

Os limites entre corpo e espaço, figuração e abstração, dor e fragilidade se misturaram entre as mãos e as telas do artista plástico Bruno Corte Real para criar a exposição In Definições Espaciais. A mostra, que conta com uma parte das 28 telas produzidas pelo artista ao longo de oito meses, fica em exibição de 23 de agosto a 23 de setembro no Museu Nacional da República.

A série teve início após um acidente de moto, quando a pele dilacerada pelo asfalto se transformou em motivação para a pesquisa artística. Vida e arte se encontram nas cores vibrantes das telas, que marcam a primeira mostra individual do artista, com texto de apresentação por Roberta K. Matsumoto e Bia Medeiros.

A seleção das obras que compõem a mostra foi feita pelo artista plástico e diretor do Museu Wagner Barja. A série In Definições conta com um total de 28 telas, sendo que 11 delas ocupam as paredes do museu. Uma série fotográfica, parte do mesmo trabalhado, será exibida na abertura da exposição durante uma performance com absinto. Formado em cinema, Bruno transita por diferentes linguagens e encara a arte como forma de desdobrar seus próprios questionamentos.

“Essas obras são minhas feridas abertas em cor, disponíveis à apreciação do público por meio de uma codificação sensível, que transita entre a figuração e a abstração, superfície e profundidade”, afirma o artista. Para Bruno, a subjetividade do público encontrará diferentes sentidos para o que ele mesmo estabeleceu em sua obra. “Isso é o mais fascinante”, destaca.

Diálogo com o público e inspiração

Bruno Corte Real busca, por meio da arte, criar com o público um diálogo sobre a relação entre corpo e espaço, e questionar a pele como limite absoluto entre interior e exterior do corpo. A pintura surge como possibilidade de transformar a superfície em profundidade. “O acidente de moto foi de sentir fisicamente, na pele, o que sinto cotidianamente em um nível mais sutil. Isso me lembrou de questionar a zona de limite entre o que é meu domínio e o que não é”, lembra o artista.

Além disso, a textura, a profundidade e a coloração das feridas pós-acidente despertaram interesse para transpor seu próprio corpo para a pintura. A dor foi um dos gatilhos para a criação e ganha outras formas e sensações através das tintas e pincéis.

Sobre a obra

A série de pinturas, intitulada In definições Espaciais, de Bruno Corte Real, tem como objeto de pesquisa a transitoriedade entre o interior e o exterior, o corpo e o espaço. As pinturas apresentam, em seu aspecto formal, relação entre figura e fundo; figuração e abstração, e têm como diretriz conceitual o corpo enquanto relação – pesquisa fundada na filosofia de Michel Serres e Gillles Deleuze.

A série teve início após um acidente de moto, quando a pele dilacerada pelo asfalto, a dor, a sensação de fragilidade, o limite entre o corpo e o espaço foram as motivações iniciais para a pesquisa formal. Logo, aspectos da arte e da vida se relacionam na recente produção do artista, que será levada ao público durante a mostra no Museu Nacional da República.

Exposição: In Definições Espaciais
Abertura: 23/08/2018, às 19:00
Visitação: 23/08/18 a 23/09/18. De terça a domingo, das 9h às 18h30.
Local: Museu Nacional da República
Classificação indicativa: Livre.
Entrada franca.
Mais informações: 3325-5220