Juca Ferreira fala sobre as conquistas da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial.

Foto de Renato Acha.

34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, sediada em Brasília, foi presidida pelo Ministro da Cultura e atual presidente do comitê, Juca Ferreira. Ele falou ao Acha Brasília sobre as conquistas do encontro. Em seu depoimento ficou claro que a preservação do patrimônio independe de fronteiras, pois pertence à memória do planeta. O Brasil foi pacificador, conseguiu mediar acordos entre países em conflito e concluiu a reunião com prestígio na comunidade internacional.

Acha – O que você achou do evento ter sido em Brasília e da conquista de Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE) ao ser incluída na Lista do Patrimônio Mundial?

Juca Ferreira – “O evento foi muito bom para Brasília e o Brasil. Foi muito bem organizado e elogiado pelos delegados da UNESCO. Nós tivemos grandes vitórias, como estabelecer diálogo entre o Camboja e a Tailândia (os países disputam a região fronteiriça onde se encontra o Templo de Preah Vihear). Fizemos um acordo em tom pacificador entre Palestina, Israel e Jordânia (sobre a preservação de Jerusalém). O Atol de Biquini também foi aprovado para a lista do patrimônio mundial. O nosso sítio no Sergipe, após contestação no debate, foi aprovado com unanimidade de votos.

Acha – Isto firma o fato do Brasil ser um país pacificador?

Juca Ferreira – “Sim, o Brasil é um país de paz e ficou muito destacada a sua força na questão da diversidade cultural e civilizatória, um fato que chamou a atenção de todos os delegados.

Em 2011 a sede da reunião será no Bahrein. Quem assume a presidência do Comitê é a Ministra da Cultura do país, Shaikha Mai bint Mohammed Al Khalifa. As delegações da Índia, da Tailândia e do Camboja se candidataram a sediar a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em 2012, mas o assunto só será discutido na reunião de 2011. Até lá, outros países podem se candidatar e as atuais candidaturas podem ser retiradas.

No encerramento do evento, o Museu Nacional recebeu uma plateia miscigenada. Delegados de vários países dançaram ao som de Armandinho Macedo, que abriu o show com o Hino Nacional em solo de guitarra.

Foto de Renato Acha.

A guitarra baiana gerou o trio elétrico. A escola do país gerou tantas músicas que hoje a gente chama de “axé music”. Trago comigo a maior herança, que vem do meu pai e levo a herança da guitarra elétrica para a música.“, afirmou Armandinho Macedo antes de tocar o Bolero de Ravel com maestria.

Renata Jambeiro apresentou sambas cadenciados, muitos deles dedicados a orixás. A brasilidade encerrou o evento com uma de nossas maiores riquezas, a música popular.