Júlio Lapagesse faz ode ao analógico em mostra de colagens.

De 13 de abril a 13 de junho.

Divulgação.
Divulgação.

A mostra Nomes Antigos, uma ode ao analógico traz colagens de Júlio Lapagesse para o Espaço f/508 de fotografia (413 norte), de 13 de abril a 13 de junho.

“O nome do outro também pode ser meu. As colagens de Julio Lapagesse apresentadas na mostra Nomes Antigos são feitas com enciclopédias. Fragmentos de livros antigos, somados e readaptados em novos signos. Estátuas, carne, pão. Em tempos de photoshop e impressoras caseiras baratas, fazer colagens que precisam de livros velhos e destroem a imagem que estava impressa no verso, contém uma afirmação. É uma ânsia por criar algo de verdade, e destruir algo de verdade. Essa verdade da colagem, que pega uma imagem do outro e a faz sua. O nome do outro também pode ser seu. Os nomes mais antigos que se tem registro são os símbolos Jiahu, encontrados em artefatos criados aproximadamente 8.000 anos atrás, na China. Acredita-se que sejam as marcas das pessoas que faziam os objetos, com a finalidade de identificar a origem dos itens. Assinaturas.

O seu nome é antigo? Quantos se chamaram assim, antes de você, quantos Lucas, Pedros, Gabrielas e Helenas nos precedem? Somos reflexo de nossas contrapartes anteriores, pais, mães, antepassados e homônimos. Julio Cesar é um nome antigo.” Conta Lucas Gehre

Todas as obras terão suas reproduções disponíveis pra venda, impressas em papel museológico e assinadas pelo artista.

Formado em Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, Julio Lapagesse tem como principal pesquisa poética a colagem. Junta-se a isso, a nostalgia, a saudade e a memória infantil.

Imagens que estavam no passado do artista voltam a assombrar durante sua produção. A utilização de objetos afetivos, como velhas enciclopédias, em suas colagens, é uma marca na sua produção. O artista acaba por se tornar um arqueólogo de imagens antigas, pois nela, ele redescobre o seu próprio passado, e o transforma em material para um produção atual.

“Desde pequeno, eu me encantava com imagens antigas. Passava a maior parte do tempo folheando fotografias de família, enciclopédias empoeiradas, revistas em quadrinho dos anos 60, revistas e jornais velhos. Já existia uma vontade, uma pulsão de compor algo com aquelas imagens, de criar novos mundos.No momento em que tomo aqueles signos e os transformo, redefinindo-os, pareço costurar o passado e o presente.”

Compõe, junto com os amigos Pedro Ivo Verçosa e Felipe Cavalcante, o coletivo Irmãos Colagem, projeto no qual os artistas pensam e produzem murais na forma de colagens gigantes.

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Serviço: Nomes Antigos, uma ode ao analógico, de Júlio Lapagesse
Abertura: dia 13 de abril de 2016, às 19 horas
Local: Espaço f/508 de fotografia (CLN 413, Bloco D, Sala 113)
Visitação: De 13 de abril a 13 de junho, de segunda à sexta, das 14 às 19 horas
Informações: (61)3347-3985 – galeria@f508.com.br
http://cargocollective.com/juliolapagesse