Memorial da América Latina lança livro sobre línguas indígenas

5 de fevereiro.

Divulgação.

O Memorial da América Latina lança o livro Línguas Ameríndias – ontem, hoje e amanhã, sobre o universo linguístico dos povos originários da América, dia 5 de fevereiro. A publicação é resultado das atividades realizadas pelo Memorial em 2019, na celebração ao Ano Internacional das Línguas Indígenas e foi editada em 2020 pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (Cbeal).

O lançamento oficial será após a palestra da Diretora do CBEAL Luciana Latarini Ginezi “Direitos Humanos e Políticas Linguísticas”, no dia 5 de fevereiro, às 11:30 e será transmitido pelo YouTube.

A fim de examinar algumas linhas de desenvolvimento dos troncos linguísticos que entraram nas Américas há vários milênios, o livro se detém em certas línguas e culturas do subcontinente americano. São elas o Nahuatl (língua dos astecas) e o Quiché (dialeto maia), ambas na Mesoamérica; o Quéchua (Andes, na região do antigo Império Inca), o Yawalapíti (Amazônia) e o Guarani (sudeste e sul do Brasil, noroeste da Argentina, Bolívia e Paraguai). Todas são línguas vivas que enfrentam diferentes ataques.

Dividida em cinco partes, a obra explora essas línguas a partir dos seguintes temas: “Línguas em risco nas Américas”, que chama a atenção para a riqueza das línguas ameríndias e a tragédia de seu silenciamento; “Línguas das Terras Baixas”, na qual  são apresentados textos sobre os indígenas das planícies e selvas sul-americanas; “Línguas das Terras Altas”, que aborda as línguas e as culturas dos Andes; “Línguas da Mesoamérica”, que traz artigos de pesquisadores que participaram dos seminários realizados pelo Memorial no Ano Internacional das Línguas Indígenas; e, por fim, a seção “Revitalização linguística e cultural”, com a análise do professor peruano Angel Corbera Mori sobre o “estado da arte” dos estudos das línguas ameríndias na América hispânica e no Brasil, bem como as implicações, anseios e esperanças suscitadas pelo Ano Internacional das Línguas Indígenas.

As fotos dos indígenas brasileiros publicadas no livro são do fotógrafo, documentarista e indigenista Renato Soares, que documentou a vida cotidiana dos Yawalapíti do Parque Indígena do Xingu.

O livro traz uma série de artigos e depoimentos de nomes como Cris Takuá e Karai Jekupe (educadores das escolas indígenas de suas aldeias), os professores Danilo Silva Guimarães e Briseida Dogo de Resende (ambos do Instituto de Psicologia da USP, onde foi construída uma Casa de Reza guarani), Carlos Papá Mirim Poty (cineasta da aldeia Rio Silveira, no litoral paulista), a filósofa boliviana Yanet Aguilera (Unifesp), que reflete sobre aspectos do som no cinema feito pelos próprios indígenas, o artista plástico e historiador peruano Adrián Ilave Inca sobre o quipo (forma de registro e escrita única no mundo, desenvolvida no Império Inca), Ana Cristina Vasconcelos e Eduardo Gorobets (pesquisadores do Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos – CEMA, da USP) sobre a língua e cultura dos mexicas, Daniel Grecco (também do CEMA) e o historiador colombiano Fernando Torres Londoño (PUC-SP), que versaram sobre o maia-quiché e um dos mais enigmáticos e belos livros da história da humanidade – o Popol Vuh, entre outros.

Lançamento do livro Línguas Ameríndias – ontem, hoje e amanhã
5 de fevereiro (sexta) às 11:30
Acesse

Download do livro em PDF a partir  de 5 de fevereiro, às 13 horas, em: www.memorial.org.br