Dirigido por André Guerreiro Lopes, L.O.R.C.A. parte dos poemas do poeta andaluz Federico Garcia Lorca para criar uma peça-filme ao mesmo tempo urbana e mítica. Filmado nas ruas de São Paulo, a realidade da cidade invade e se entrecruza com a obra poética do poeta andaluz, reinventando os signos lorquianos em uma metrópole pandêmica e contraditória. O olhar do espectador é conduzido por uma artista andarilha (Helena Ignez) que carrega sua caixa-traquitana-teatro pela cidade, convidando os transeuntes a entrarem no universo poético de Lorca. Mítica, visionária, inquieta, provocadora, atemporal – ela própria uma força poética –, a performação de Helena Ignez trafega pela tênue linha que separa a loucura da lucidez. Evoca o poeta andaluz e por ele é evocada, numa espécie de diálogo, no qual os versos lorquianos soam em seus pensamentos como um chamado. Ao mesmo tempo, a andarilha convoca os que passam pelas ruas de São Paulo a olhar dentro de sua caixa-teatro e adentrar o espaço mágico das palavras, imagens e dos símbolos de Lorca, tendo como mote o verso “uma alucinação ordenha-me os olhares”.
A obra é construída como um poema cine-teatral das ruas, com linguagem que entrecruza o teatro, cinema, poesia, a música e a própria arquitetura caótica da cidade de São Paulo. Carregados de personagens marcantes, paisagens de assombro, musicalidade e ritmos únicos, os poemas de Lorca são em si uma experiência total, multidisciplinar, poesia que convida a uma apreensão simultânea com todos os sentidos, intelecto e emoção. L.O.R.C.A. busca esta mesma qualidade cinestésica, de uma dramaturgia transversal do texto, dos corpos, da câmera e do espaço, envolvendo o espectador em um jogo de encantamento do olhar, dando forma audiovisual ao imaginário ao mesmo tempo delirante e político do autor.
O elenco de L.O.R.C.A. é composto por colaboradores do núcleo Estúdio Lusco-Fusco, como o diretor e ator André Guerreiro Lopes, as atrizes Helena Ignez, Djin Sganzerla, Michele Matalon, o bailarino e ator Samuel Kavalerski, além da participação especial do bailarino Rodrigo Castelo Branco e do grupo musical Embatucadores.
– Na peça-filme L.O.R.C.A. o teatro está no jogo, na imaginação do espectador. Um jogo de cumplicidade entre o que mostramos e o que o espectador imagina. Uma narrativa que não é fechada, que não se esgota em si mesma. É um convite ao público para adentrar em um universo próprio, que entrecruza a poesia de Lorca com as ruas de São Paulo, para dali extrair sentidos e sensações. A Helena (Ignez) é filmada como cinema, ao mesmo tempo ela é uma presença performática e isso começa a embaralhar essas fronteiras. Esses limites se diluem ainda mais quando dentro da caixa-traquitana o teatro ganha forma. – comenta o diretor André Guerreiro Lopes.
L.O.R.C.A. estreia na noite de 25 de novembro, seguindo em cartaz até 12 de dezembro, com apresentações gratuitas, de quinta a domingo, às 20h, transmitida pelo canal do Estúdio Lusco-Fusco, no YouTube.
Projeto realizado com o apoio da Lei Aldir Blanc na Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura / Prefeitura Municipal de Cultura e do Governo Federal.
Transmissão pelo canal do Estúdio Lusco-Fusco, no YouTube
Temporada de 25 de novembro à 12 de dezembro, Quinta a domingo, às 20h.
Classificação: 12 anos
Grátis.