A exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá entra em exibição na Galeria Fayga Ostrower (Funarte) de 16 de setembro a 17 de outubro com entrada franca.
O trabalho integra o projeto “Os artistas viajantes europeus e o caso dos mantos tupinambás nas cidades do Rio de Janeiro e Porto Seguro” e parte da história dos mantos tupinambás para refletir sobre as relações entre esse povo, o processo de dominação colonial e sua resistência. A exposição conta com obras de Edimilson de Almeida Pereira, Fernanda Liberti, Glicéria Tupinambá, Gustavo Caboco, Livia Melzi, Rogério Sganzerla e Sophia Pinheiro, e curadoria de Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo.
Além das obras, entre fotografias, poemas, desenhos, e três mantos confeccionados por Glicéria em 2021, a mostra conta com um catálogo que terá distribuição gratuita e um núcleo histórico com imagens e textos que acompanham a história deste objeto sagrado.
Uma novidade é que o Nheengatu, língua derivada do tupi antigo, foi escolhido como idioma principal da exposição. O Nheengatu – palavra que significa “língua boa” – , foi usado no século XIX, como idioma comum entre várias nações indígenas da região amazônica. Era mais popular que o português no Amazonas e Pará até 1877. Atualmente, essa língua franca (utilizada em comunidades que utilizam mais de um idioma), é uma das línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira (AM). É utilizado ainda para a comunicação entre indígenas e não indígenas; e foi retomado por grupos que perderam seu idioma nativo.
Objetos sagrados para os Tupinambá, os mantos foram levados do Brasil no período colonial pelos europeus e passaram a integrar coleções reais. Atualmente, sabe-se da existência de onze desses itens cerimoniais, que foram produzidos entre os séculos XVI e XVII, todos conservados em museus etnográficos europeus. Segundo os curadores, conduzida por sonhos no ano de 2006, Glicéria Tupinambá, da aldeia de Serra do Padeiro (BA), reiniciou a confecção de um novo manto, o que se tornou o eixo central da exposição.
Mesmo que os onze mantos não tenham retornado ao Brasil e sua produção tenha adormecido por longo período, os artefatos nunca deixaram de habitar o mundo dos Encantados – entidades sobrenaturais que guiam o povo Tupinambá – e agora voltam a ser confeccionadas pelas mãos de Glicéria.
Orientações para visitação:
Seguindo protocolos de segurança oficiais, serão adotadas diversas medidas para manter o ambiente protegido:
- A entrada do público na Galeria Fayga Ostrower será limitada a 50 pessoas. Caso o limite de visitantes seja atingido, a entrada será permitida por saída de visitante;
- É obrigatório o uso de máscara e o cumprimento de distanciamento social de 1,5m;
- Será realizada a aferição de temperatura na entrada e disponibilizado álcool gel e tapete sanitizante.
Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá
Galeria Fayga Ostrower – Funarte Brasília (Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, – Entre a Torre de TV e o Centro de Convenções
Visitação: De 17 de setembro à 17 de outubro, de quarta a domingo, das 11h às 19h
Entrada franca.