Oneness apresenta obras em grandes dimensões onde a artista funde espiritualidade, fotografia e moda sob uma ótica peculiar que pretende rever e recriar um mundo repleto de referências contemporâneas.
“Um artista vê o mundo, olha para o momento presente, com um ponto de vista único. Minha missão é dividir o que vejo no meu campo de visão. Preciso criar um novo espaço para poder respirar no mundo. Isso vai abrir as portas para um novo futuro”, declara a artista ao enfatizar a necessidade de uma consciência espiritual universal.
Ao unir sua arte com o design de ponta, Mariko usa da tecnologia para transcender valores humanos e levar o fruidor a uma experiência sinestésica, como o que acontece ao adentrar Wave UFO, uma nave espacial de mais de seis toneladas que proporciona uma gama de sensações advindas de recursos que aliam a computação gráfica, animação, ondas cerebrais, som e engenharia arquitetônica e resultam em uma obra mutável em si mesma a partir do olhar do outro. Wave UFO esteve na Bienal de Veneza em 2005 e foi um grande sucesso.
Oneness é a obra que nomeia a exposição e traz figuras confeccionadas em technogel que interagem ao toque do visitante e discute a conectividade como a perda dos limites entre si mesmo e os outros, um dos preceitos budistas mais difundidos que reafirma que o mundo existe como um só elemento.
Transcircle é uma releitura dos monólitos pré-históricos com nove pedras de vidro coloridas e brilhantes. A mostra apresenta também vídeos, fotografias e desenhos.
A curadoria de Oneness é de Nicola Goretti, que conversou com o Acha Brasília:
Acha – Por que a escolha de Mariko Mori, alguma relação com Brasília?
Nicola Goretti – “Mariko Mori é uma das mais importantes artistas japonesas atualmente. Queríamos mostrar esta exposição para o Brasil, mas foi muito difícil de trazer. O Brasil é o país onde existem mais japoneses depois do Japão e a exposição vai circular por Brasília, Rio e São Paulo”.
Acha – Como foi o processo de montagem das obras, pois algumas são bem complexas?
Nicola Goretti – “A exposição fica cerca de dois meses em cada cidade e leva um mês de adaptação entre cada local. A obra Wave UFO é uma grande nave espacial interativa e a preocupação era encontrar um local apropriado, que no caso de Brasília é o Pavilhão de Vidro, no Rio vai ser montada na cúpula e em São Paulo na entrada principal.
A obra Empty Dream é uma foto de dez metros e tivemos dificuldade para encontrar o local, mas deu certo. O CCBB do Rio é um espaço fabuloso e a exposição respira mais.
Na verdade, existe uma forte relação entre Mariko Mori e Brasília, são duas realidades muito estranhas e acho que vai funcionar muito bem aqui. O Banco do Brasil foi muito bem iluminado por trazer esta exposição para o Brasil, eu tiro o chapéu por eles terem se animado. Trata-se de uma mostra que só esteve em cartaz por sete vezes no mundo, em grandes museus e galerias em Nova Iorque, Veneza, Copenhagen, Holanda, Suiça e Kiev.
É tudo muito tecnológico, inclusive conseguimos trazer vídeos muito difíceis de serem exibidas por questões de segurança”.
A exposição Oneness de Mariko Mori fica em cartaz de 25 de janeiro a 3 de abril de 2011 em diversos espaços no CCBB Brasília e pode ser visitada de terça a domingo de 9 às 21 horas.
Serviço: Mariko Mori – Oneness
Data: de 25 de janeiro a 03 de abril de 2011
Visitação: De terça a domingo, das 9 às 21 horas
Local: Centro Cultural do Banco do Brasil Brasília (SCES, trecho 2, lote 22)
Entrada franca.
Informações: (61) 3310-7087.