Renato Acha
A arte da gravura é historicamente fundamental para a difusão de imagens antes da internet e outros veículos de comunicação, por meio da reprodutibilidade técnica, que propicia ao artista a criação de uma matriz que serve como base para a profusão de inúmeras impressões que podem ser executadas até mesmo por assistentes.
Obras de célebres gravadores como Dürer, Goya, Rembrandt e outros nomes referenciais chegam à Brasília para marcar a inauguração do Museu Nacional dos Correios. Uma celebração que homenageia esta linguagem por vezes vistas como uma arte menor. Localizado no Setor Comercial Sul, o espaço abre em grande estilo com a exposição Mestres da Gravura – Coleção Fundação Biblioteca Nacional, com curadoria de Fernanda Terra, mestre em Museologia e Patrimônio, pós-graduada em História da Arte e artista visual.
O acervo é advindo da Real Biblioteca de Portugal, trazida para o Brasil, em 1810, e que deu origem à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Trata-se de uma viagem no tempo que vai do século XV ao XVIII, com gravuras de mestres celebrados em livros, mostras e escolas de arte. A exposição, com realização dos Correios, é inédita na capital e já esteve no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, de julho a setembro de 2011.
São 171 obras de 81 gravadores estrangeiros, pertencentes à coleção da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), que contabiliza mais trinta mil itens em seu acervo, em uma rara exibição ao público, que não ocorre desde o século XIX.
As técnicas predominantes são a xilogravura (gravura a partir de uma matriz de madeira) e gravura a metal (talho-doce ou gravura a buril, gravura à ponta-seca, gravura à água-forte, à maneira-negra, à água-tinta e pontilhado).
O recorte curatorial privilegiou a ordem cronológica e geografia, com uma clara divisão por países e datas de nascimento dos gravadores e sua respectivas coleções – alemã, holandesa, italiana, francesa, flamenga, inglesa, espanhola e portuguesa.
COLEÇÃO ALEMÃ: Durër, Martin Schongauer, Israel van Meckenen, Lucas Cranach, Hans Sebald Beham, Martin Treu, Georg Pencz, Heinrich Aldegrever e Virgil Solis;
COLEÇÃO HOLANDESA: Rembrandt, Luca van Leyden, Cornelis Cort, Hendrik Goltzius, Zacharias Dolendo, Jan Müller, Jacob Matham, JanSaenredam, Nicolas Ennes Visscher e Willem Jacobsz Delff;
COLEÇÃO ITALIANA: Piranesi, Andrea Mantegna, Benedetto Montagna, Agostino dei Musi – o Veneziano, Marco Antonio Raimondi, Giovanni Battista Ghisi – o Mantuano, Marcos Dente, Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu, Mestre do Dado, Adamo Ghisi, EneaVico, Lodovico Carracci, Agostino Carracci, Annibale Carracci, Francesco Brizzi, Guido Reni, Stefano della Bella, Giovanni BenedettoCastiglioni, Salvatore Rosa, Francesco Bartolozzi e Giovanni Volpato;
COLEÇÃO FRANCESA: Callot, Noel Garnier, François Perrier, Claude Mellan, Egidio Rousselet, Gérard Audran, Étienne Picart, dito o Romano, Gerard Edelinck, Petrus Devret, Charles Dupuis e Henri Simon Thomassin;
COLEÇÃO FLAMENGA:Jacob Van Den Bos, Jan Sadeler Sênior, Raphael Sadeler Sênior, Cornelis Galle Sênior, Egidius Sadeler, RaphaelSadeler, o Jovem, Anton van Dyck, Peeter de Jode Junior e Paulus Pontius;
COLEÇÃO INGLESA: William Hogarth, Benjamin Smith, Peter Simon, Charles Gauthier Playter, John Ogborne, Samuel Middiman e RobertThew;
COLEÇÃO ESPANHOLA: Goya, José de Ribera, Manuel Salvador Carmona, Fernando Selma, Francisco Muntaner, Joaquín Ballester e Joaquín Fabregat;
COLEÇÃO PORTUGUESA: Vieira Lusitano [Francisco Vieira de Matos], Joaquim Manuel da Rocha, Antonio Joaquim Padrão, Manuel da Silva Godinho, Gregorio Francisco de Queiroz e João Caetano Rivara.
Serviço: Mestres da Gravura na Coleção da Fundação Biblioteca Nacional
Data: de 26 de janeiro a 22 de abril de 2012
Local: Museu Nacional dos Correios (SCS, Quadra 4, bloco A, Ed. Apolo, nº 256)
Horário: de terça a domingo, das 10h às 19h
Informações: (61) 3426.2955
Produção: Roberto Padilla | ArtePadilla
Patrocínio: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Realização: Fundação Biblioteca Nacional
