Mostra do Filme Livre tem vasta programação gratuita no CCBB.

De 16 de abril a 12 de maio.

Los Punks de la Lisa. Divulgação.

A 18ª edição da Mostra do Filme Livre ocupa o cinemado CCBB de 16 de abril e 12 de maio. Na programação a nata da produção audiovisual independente nacional, representada por 155 filmes realizados em todas as regiões do país. A entrada é gratuita.A MFL inclui filmes realizados sem verbas públicas ou sem grandes patrocínios, boa parte de viés mais autoral, além de ser a pioneira no Brasil na exibição de filmes de diferentes formatos, gêneros, durações e épocas.

A Mostra do Filme Livre em Brasília promoverá três debates e o curso “O Cinema nas Margens: o Super 8 de Pernambuco nos anos 1970”, com orientação de Paulo Cunha e Ana Farache – Inscrições gratuitas no site do evento www.mostralive.com , 70 vagas.

Os homenageados desta edição serão os cineastas Sylvio Lanna e o jornalista e superoitista pernambucano Geneton Moraes Neto (1956/2016). Ambos terão sessões e debates nas três cidades. A Mostra também fará um Especial Júlio Bressane, exibindo seus dois trabalhos mais recentes: “Sedução da Carne” e “Nietzsche Sils Maria”.

Prefiro Não Ser Identificada.

A curadoria, formada por Gabriel Sanna, Diego Franco, Scheilla Franca e Guilherme Whitaker (GuiWhi, também criador do evento), trabalhou ininterruptamente por três meses na escolha e programação dos filmes para que a mostra garanta a potência e qualidade das edições anteriores. Christian Caselli, Gustavo Jahn, Chico Serra, Ana Farache e Paulo Cunha fizeram curadorias especiais.

No total, a MFL teve 773 filmes inscritos. Destes, 134 tiveram algum apoio estatal e 254 foram realizados em escolas de cinema. Foram selecionados 126 filmes, outros 29 foram convidados.

Brasília presente – Do Distrito Federal, foram selecionados os curtas-metragens A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO, de William Alves; AULAS QUE MATEI, de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia; ENTRE PARENTES, de Tiago de Aragão e O MISTÉRIO DA CARNE, de Rafaela Camelo.

A PRAGA DO CINEMA BRASILEIRO será exibido na abertura da mostra, em 16 de abril, juntamente com outros 3 curtas excepcionais.

GuiWhi enfatiza que a mostra busca, a cada ano, exibir o que de mais instigante e original é produzido audiovisualmente no Brasil. “É tão ótimo quanto incrível que um evento com as características da MFL, focado em filmes fora do eixo comercial, em obras feitas não necessariamente para agradar, mas para inquietar, tenha conseguido chegar aos 18 anos! Isso comprova a força deste cinema urgente e possível de ser feito sem grandes recursos/patrocínios, filmes feitos entre amigos, via coletivos e/ou sozinhos, e o fato de sermos hoje a principal vitrine brasileira para estas produções é uma conquista que dividimos com todos que, desde 2002, tem nos ajudado a reverberar tais conteúdos. Foram milhares de filmes, exibidos para centenas de milhares de pessoas Brasil adentro. Filmes livres são feitos com amor e dedicação que visam não o comércio e o entreter pura e simplesmente, são outras as motivações, assim como são outros focos que tem movido a MFL há 18 anos. Todo o amor e dedicação para refletir na tela A POTÊNCIA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO”.

Quando elas cantam.

Homenagem a Sylvio Lanna – Mineiro de Ponte Nova, Sylvio Lanna entrou para a história da cinematografia brasileira e mundial em 1970, quando finalizou seu primeiro e único longa: “Sagrada Família”. Considerado um marco do “Cinema Marginal”, o filme é um radical experimento narrativo e técnico, com uma desconstrução sonora poucas vezes vista em película. Embora tenha vivido um grande hiato cinematográfico desde então, Sylvio quer deixar a fama de artista bissexto e acaba de realizar duas novas produções: o média “? In Memoriam – O Roteiro do Gravador” e o curta “Um Cinema Caligráfico”, sendo que, para nossa grande honra, estrearão em nossa mostra. Outro quitute que será saboreado pelos espectadores é a raridade “Malandro, Termo Civilizado (ou Malandrando)”, média realizado em 1986 com participações de Moreira da Silva, Wilson Grey e Luís Melodia, que é praticamente inédito em tela grande.

Homenagem a Geneton Moraes Neto (1956/2016) – Jornalista e cineasta pernambucano, Geneton Moraes Neto começa a realizar curtas experimentais por incentivo e influência do crítico Fernando Spencer no início dos anos 70, período que coincide com a popularização do super-8 sonoro, permitindo um cinema com total liberdade e pouquíssimos recursos. A filmografia de Geneton possui mais de uma dezena de curtas, documentários, ensaios e manifestos audiovisuais realizados em paralelo ao seu trabalho jornalístico, como um grito e uma resposta poética aos tempos de temperatura sufocante e ar irrespirável, incrivelmente semelhantes aos dias atuais. A Mostra do Filme Livre vai exibir 9 filmes restaurados pela Cinemateca Pernambucana, realizados por Geneton entre 1973 e 1983 e a programação em sua homenagem tem a curadoria da Coordenadora de Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e da Cinemateca Pernambucana Ana Farache e do cineasta e professor da UFPE Paulo Cunha, codiretor dos curtas “Coração do Cinema” e “Esses Onze Aí”, que também serão exibidos na Mostra. As sessões dos curtas serão seguidas de debates e ambos os curadores estarão presentes para conversar com o público nos CCBBs de São Paulo, Brasília e Rio sobre a importante produção de Geneton no campo do audiovisual e sobre o legado de seus filmes. Ana Farache e Paulo Cunha estarão nos 3 CCBBs para apresentarem as sessões e participarem de um debate com mediação de Chico Serra, curador da MFL desde sua primeira edição.

Especial Júlio Bressane – Júlio Bressane, um dos pilares fundamentais de nosso cinema autoral, é convidado especial desta edição da Mostra do Filme Livre. É com imenso prazer que iremos exibir seus dois trabalhos mais recentes: Sedução da Carne e Nietzsche Sils Maria (esse último em parceria com Rosa Dias e Rodrigo Lima). Para além do peso histórico de sua obra, é interessante notar sua capacidade de se reinventar e reinventar o cinema a cada novo filme, sem medo de experimentar novas possibilidades de linguagem e sobretudo sem se prender a fórmulas engessadas recorrentes em autores com obras tão extensas e reconhecidas. Muito longe de se acomodar com o próprio legado ele demonstra coragem pra tornar cada um de seus filmes único, sem perder, no entanto, a assinatura inconfundível de seu olhar tão singular e criativo para o mundo.

Cabine Livre – A já tradicional Cabine Livre – estrutura fechada que exibe filmes experimentais em looping –, este ano estará montada na Casa da Cultura da América Latina (Setor Comercial Sul, Quadra 4, sala 103). A programação da Cabine inclui 20 curtas-metragens com durações entre dois e 20 minutos.

Especial DISTRUKTUR – Movendo-se através das fronteiras entre arte e cinema, experimental e narrativo, fotografia e imagem em movimento, Melissa Dullius e Gustavo Jahn exploram diferentes níveis da experiência sensorial e intelectual. Desestabilizam as noções do real e do imaginário ao mesmo tempo em que fundem as camadas de passado, presente e futuro. Deslocamento e transposição acontecem aqui como estratégias para produzir transformações, e as narrativas instáveis a que dão vazão sugerem que há muitas outras maneiras de comunicação além das normalmente conhecidas. Mais em http://distruktur.com/about/

Premiação em Brasília – Este ano a premiação terá três recortes: Os Panoramas Livres (em SP), com os melhores curtas e médias; os Longas Livres (no RJ), com os melhores longas; e os Territórios (DF), com curtas, médias e longas que tratam sobre questões relativas ao uso da terra, urbanidades e migrações. Em cada cidade um júri diferente vai definir o melhor filme e os premiados serão convidados a exibirem e debaterem seus filmes nas sessões de encerramento. Em Brasília a competitiva será com as sessões Territórios , e o júri, da Cinema Urbana, com Juliana Melo, Liz Sandoval e Tadeu de Brito

Uma História das Cores.

SESSÕES COMPETITIVAS

6 sessões Panoramas Livres = COMPETITIVA EM SP – exibição dos 20 principais curtas e médias.
5 sessões Longas Livres = COMPETITIVA NO RJ – exibição dos principais longas.
7 sessões Territórios = COMPETITIVA EM DF – exibição de filmes sobre questões relativas ao uso da terra, urbanidades e migrações.

SESSÕES NÃO COMPETITIVAS

Especial Bressane = Exibição de dois novos filmes de Julio Bressane.
4 Sessões Autorias = com filmes de realizadores que possuem trajetória marcada pela inventividade e inquietação com as possibilidades da linguagem cinematográfica.
2 Sessões Mundo Livre = exibição dos filmes feitos fora do Brasil por brasileiros, feitos em condições distintas, onde o estranhamento com o espaço filmado interfere diretamente na linguagem.
4 Sessões Questão de Gêneros = exibição de filmes de diversos gêneros, da comédia ao terror.
7 Sessões Biografemas = filmes sobre inventores peculiares das mais diversas áreas e naturezas. Mais do que experimentos de linguagem cinematográfica, o programa se debruça sobre a potência explosiva dos artistas retratados, por vezes de forma naturalista, onde a grande força de cada filme reside não apenas em sua inventividade, mas sobretudo na forma como dão a ver suas personagens.
1 Sessão Pílulas = exibição de 13 filmes com até 5 minutos
1 Sessão Caminhos = exibição de 4 filmes de estudantes
Mostrinha Livre = 2 sessões de 30min com exibição de curtas infantis, alguns feitos por crianças. Sempre aos finais de semana às 14h.
Curta Sampa, Curta Brasília e Curta Rio = Sessões com filmes feitos nas cidades em que a MFL acontece.
1 Sessão Coisas nossas = exibição de filmes feitos pela produção e curadoria da MFL
10 Cabines Livres = exibição dos videoartes e filmes não narrativos passando em loop.

3 Debates em Brasília

17-04, às 19h50 – Após a Sessão Geneton Moraes Neto (às 18h30), debate sobre sua obra com Ana Farache e Paulo Cunha, mediação do curador Chico Serra.
11-05, às 19h25 – Após a sessão de filmes (às 18h30), debate com Sylvio Lanna, com mediação do cineasta e curador Christian Caselli.
12-05, às 18h30 – Sessão com os curtas feitos na oficina de Super 8 na MFL Sampa e com o filme premiado em Brasília, seguida de debate com a direção do filme premiado, com o júri da MFl DF e mediação do curador Christian Caselli.

A MFL2019 é dedicada às memórias de Geneton Moraes Neto (1956/2016), Geraldo Veloso (1944/2018) e Ricardo Boechat (1952/2019).

A MFL é uma criação e produção da WSET Multmídia, também responsável no Brasil pelas mostras completas dos cineastas David Cronenberg e Michael Haneke. Mais em www.wsetmultimidia.com

O mistério da carne.

18ª Mostra do Filme Livre
De 16 de abril a 12 de maio
CCBB (SCES Trecho 2)
Entrada gratuita com ingressos distribuídos na bilheteria a partir de uma hora antes de cada sessão
Informações: (61) 3108-7600
Funcionamento: Aberto de terça à domingo, das 9h às 21h
Programação
Confira a classificação indicativa da sessão.