O premiado “Misanthrofreak” volta aos palcos de Brasília para duas apresentações.

11 e 12 de maio.

Foto: Humberto Araújo.

Depois de ter apresentado em nove países e ter realizado uma turnê nacional, o premiado espetáculo Misanthrofreak volta aos palcos de Brasília para apresentações nos dias 11 e 12 de maio no Espaço Cultural Renato Russo.

Premiado como melhor espetáculo de teatro de 2014 em Brasília pelo Prêmio Sesc de Teatro Candango, Misanthrofreak é um espetáculo teatral do Grupo Desvio que aborda o fracasso, o erro e a dificuldade de tomar decisões de forma poética e lúdica. Um solo “performático-pop-clown-multimídia” que transita entre o espaço cênico e o espaço cinematográfico, por meio da interação com tecnologias que permitem a manipulação da cena em diversas instâncias pelo próprio ator que controla luz, som, projeção, sensores e câmeras por um controle de wii nas mãos. Estreado em Nova Iorque, o espetáculo foi também apresentado na Alemanha França, Espanha, Bielorússia, Estônia, Geórgia e Tunísia, além de ter feito turnê nacional com apresentações em Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Manaus, Porto Velho, Dourados e São José dos Campos.

Misanthrofreak é um solo em que o diretor e ator Rodrigo Fischer transita entre o espaço cênico e o espaço cinematográfico, na qual a tentativa da personagem de controlar sua vida se confunde com a tentativa do ator de controlar a performance. Assim a linguagem audiovisual vem trazer reforço, complementaridade e oposição ao discurso teatral, permitindo que o espectador tenha uma experiência sensorial ampliada. As novas tecnologias agem, desse modo, de maneira dialógica e ampliadora de sentidos, compondo uma obra de arte múltipla na qual as novas tecnologias interagem de maneira orgânica e complementar com a atuação teatral.

Para o professor da USP e crítico teatral Luiz Fernando Ramos “Misanthrofreak é um contra espetáculo extraordinário. Constrói meticulosamente um procedimento de auto-sabotagem contínuo e ininterrupto. A representação espetacular é desestabilizada do início ao fim e, no entanto, alguma coisa continua acontecendo e afetando o público”. Para o jornalista e crítico Kil Abreu o espetáculo “não é sobre a representação do malogro de uma personagem de ficção. É o erro enquanto performação presente, deliberada, já não a partir exclusivamente da figura de ficção como também do ator ele mesmo, que não só se faz matéria como também inventa a dinâmica do espetáculo operando toda a sua mecânica: luz, som, vídeo”.

O espetáculo possui poucos diálogos ou falas. Tudo se concentra no que está sendo visto. Nesse sentido buscou-se potencializar a percepção que o espectador tem do espaço cênico, bem como do próprio ator em cena. Por meio da utilização de projeções dispostas em diferentes níveis de profundidade do palco, é possível integrar de maneira orgânica mise en scene e vídeos projetados, que por sua disposição passam a fazer parte dessa mise en scene, tornando-se parte do cenário e em alguns casos até objetos de cena.

Misanthrofreak
Sala Multiuso – Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul)
11 e 12 de maio (sábado, às 20h, e domingo, às 19h)
Ingressos: R$ 20,00 e 10,00 (meia).
Duração: 60 min.
Classificação indicativa: 14 anos.