Movimento D – Festival de Dança de Brasília.

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Vidro e Alumínio. Margaridas Dança. Foto: Patrick Grosner.

A segunda edição do Movimento D – Festival de Dança de Brasília vai de 11 a 30 de abril e traz produções locais sob um recorte curatorial variado, com foco na formação de plateia para a dança. De 52 projetos inscritos, foram selecionados 15 que serão apresentados gratuitamente no Gama, Ceilândia e Brasília.

“O que queremos propor com essa reedição do Movimento D é um formato novo dentro da linha de festivais com um recorte da Dança. Ficamos surpresos com o número de espetáculos inscritos. O que pesou na hora da seleção, independente de ser um solo, duo ou grupo, foi a excelência dos espetáculos”, celebra Sergio Bacelar, coordenador do projeto.

O projeto abarca diversos estilos, do clássico ao contemporâneo, como Hip Hop, Street Dance e investigações experimentais do movimento no palco. A programação inclui oficinas ao ar livre em espaços públicos, como Rodoviária do Gama, Sesc Ceilândia, Metrô de Taguatinga e Plano Piloto e UnB.

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As Quatro Estações, de Giovane Aguiar.

Serão realizadas oficinas de danças abertas ao público passante, de maneira espontânea, com professores de renome nacional. Pedro Salustiano – filho do mestre Salustiano – irá iniciar os interessados nos conceitos de danças tradicionais como cavalo-marinho, frevo, coco e maracatu. Wesley Messias, criador do projeto STAM, que propõe a realização de shows e cursos na área de danças urbanas, leva à população do Gama e de Ceilândia os movimentos do Street Dance.

Haverá um amplo debate sobre questões inerentes ao tema como a diversidade da dança local, o ensino da dança na contemporaneidade e a formação de plateia para a dança, além de outros temas. O encontro acontece no foyer da Caixa Cultural e no Instituto Federal de Brasília (IFB). O resultado dessas discussões comporá uma publicação a ser lançada como registro para nortear ações e políticas para o segmento.

Todas as informações sobre os grupos participantes e suas coreografias serão disponibilizadas no site do Movimento D como fonte de informações para curadores e produtores. “A nossa vontade é que o site funcione como uma plataforma de consulta para todas as pessoas interessadas em dança. A ideia é divulgar os trabalhos no Brasil e no exterior”, comenta Bacelar.

Imagens do Sagrado - Blima. Foto: Murilo de Paulo.
Imagens do Sagrado – Blima. Foto: Murilo de Paulo.

Espetáculos

As Quatro estações
Giovane Aguiar

Coreografado, dirigido e interpretado por Giovane Aguiar, o solo cria, por meio de movimentos líricos, um paralelo entre as quatro estações do ano e o ciclo da vida. Cada estação representa uma fase vivida pelo homem desde o nascimento até a morte. Criado em 2013, a montagem foi um dos destaques do Festival Internacional da Novadança.

Baraka
Solo Maria Vilarinho Cardoso (Mirabai)

Criado pela pesquisadora, professora, atriz e dançarina Maria Vilarinho Cardoso, o espetáculo é resultado dos estudos da artista sobre o estilo de Dança Clássica Indiana Bharatanatyam. A associação entre as artes do Oriente e Ocidente é estabelecido por meio de uma viagem por épocas e espaços diferentes que conduzem até a realidade brasileira.

Cenas soltas
Tekamül

Grupo de danças urbanas formado por 15 dançarinos, o Tekamül apresenta no espetáculo Cenas soltas, coreografias construídas a partir de sentimentos específicos de cada intérprete. O objetivo da apresentação é levar ao público as nuances entre leveza, perturbação, rapidez, lentidão e outras contradições cotidianas.

Imagens do Sagrado-Blima
Solo Eliana Carneiro

Inspirado em textos do Livro da Criação que fundamentam a Kabala, o solo teatro apresentado pela artista Eliana Carneiro percorre as origens da dança desde sua assimilação ritualística, passando pelas pinturas sacras da renascença cristã, até chegar à relação com os elementos da natureza.

Epidemia
Grupo de Dança Vírus

Montagem do Grupo de Dança Vírus, o espetáculo, conduzido por quatro dançarinos em cena, questiona, por meio de gestos e movimentos, o arrebatador impacto da tecnologia no cotidiano de cada um de nós a partir da contradição entre o estar junto fisicamente e a proximidade virtual.

Heranças
Atmos Cia de Dança

Em reconhecimento aos seus legados, a Atmos Cia. de Dança se dispõe carinhosamente ao conteúdo de coreógrafos de nossa cidade e, enriquecida por tão breve convivência, apresenta o espetáculo com três coreografias de Lívia Bennet, Luciola Dumont e Luciana Lara.

Klepsydra
Projeto Pés?

Uma cadeira de rodas no centro do palco é o ponto de partida para o coletivo Projeto Pés? transformar movimentos do cotidiano em poesia corporal. Klepsydra é o primeiro projeto artístico do grupo que visa a pesquisa do trabalho corporal artístico-expressivo para pessoas com deficiências.

O que me toca é meu também
Instrumento de Ver

Montado entre o final de 2011 e o início de 2012, na ponte aérea Rio-Brasília, a montagem do coletivo brasiliense Instrumento de Ver transita pelo universo da acrobacia aérea em uma trajetória narrativa cênica que inclui memória, reprodução, imitação e criação. O cenário dessa aventura lírica são o Planalto Central e o coração de Paris.

Onde nasce um curso de água
Companhia Vestígios

Contemplado pelo Prêmio Klaus Vianna de Dança, o espetáculo da Cia Vestígios trafega entre a dança e o teatro, o ritual e o cênico para tratar de questões como o nascer e o seguir. A trilha sonora é do músico argentino radicado na Holanda, Ezequiel Menalled.

Oriente Ocidental

No espetáculo, a intérprete Amanda Rosa baseia sua performance a partir da técnica específica RaqselSharq (dança oriental) e ao mesmo tempo considera o olhar e o contexto ocidental em que ela se situa, apresentando uma pesquisa corporal que se diferencia do formato “Dança do Ventre” mais usual. Toda a cena origina-se de um estudo mais aprofundado que revela influências não árabes a essa técnica, demonstrando assim, uma fusão antiga entre oriente e ocidente.

Rastros
Ary & Luisa Günther

Nessa proposta o duo Ary Coelho & Luisa Günther apresentam uma contaminação entre os processos criativos da dança e da pintura, dando vazão a movimentos poéticos improvisados.

STAM
Wesley Messias

Projeto idealizado e executado pelo versátil artista de rua, Wesley Messias, diretor da Tribo Companhia de Dança, o espetáculo Stam-street dance show mescla as pulsações e vibrações urbanas com influências de teatro e dança contemporânea. O resultado é uma grande performance cuja narrativa é permeada por elementos da street dance, street jazz, street funk, hip hop e break dance.

We don’t have money but we are funny
Solo de dança criado por Mariana Pimentel

Baseado na percepção do olhar estrangeiro em relação à cultura brasileira. O processo teve início em março de 2009, com a orientação do coreógrafo português Francisco Camacho. Foi apresentado a convite de Rui Horta no projeto “Whitebox”/Lisboa e em festivais em Portugal, Áustria e Suécia. Este trabalho tem como componente uma permanente de pesquisa que está relacionada com o intercâmbio de conhecimento com os países onde é apresentado, o que acabou por trazer diferentes questões de identidade cultural em torno da pergunta do que vem a ser este corpo brasileiro.

Vidro e Alumínio
Grupo Margaridas

“Vidro e Alumínio”é o sétimo espetáculo do Margaridas, de Brasília, que esse ano comemora 10 anos de atividades. O grupo tem por tradição adaptar literatura para suas montagens. A inspiração para este trabalho foi o romance “Nas Tuas Mãos”, da autora portuguesa Inês Pedrosa. O espetáculo aborda, pela ótica feminina, três temas universais: como o individuo afeta o social e como o social afeta o indivíduo – a repressão da expressão; o paradoxo morte e vida; e contemporaneidade feminina. A ambientação sonora de Phil Jones representa um significativo diferencial para as coreografias assinadas e interpretadas pela diretora Laura Virgínia, acompanhada das dançarinas Ana Vaz e Cleani Marques Calazans. Destaque, ainda, para a iluminação de Marcelo Augusto e os figurinos de Andrea Patzsch.

Um Corpo Acústico
Cia Edson Beserra e Seu Composto de Ideias

Valendo-se das palavras do poeta Waly Salomão – “A memória é uma ilha de edição” -, e por acreditar no diálogo como ferramenta eficaz para o entendimento das necessidades individuais e coletivas, o bailarino Edson Beserra propôs aos parceiros de cena, um exercício de escuta, cada um com suas tecnologias, sensos estéticos e ferramentas próprias. A direção fica a cargo do bailarino, que em cena serve de fio condutor, ressaltando e estimulando a percepção do público e o convidando para o desenvolvimento do diálogo.

Oficinas Abertas Baila Comigo
Pedro Salustiano – Dança Popular

Filho do mestre Salustiano – uma referência nacional em dança popular -, desde os cinco anos de idade Pedro Salustiano é brincante. Dançarino, músico e caboclo de lança em sua terra natal, Pernambuco, o artista é uma das atrações do Festival como palestrante de aula sobre dança popular.Serão três oficinas sendo duas no Plano Piloto (UNB e Estação do Metrô) e uma em Taguatinga (Estação do Metrô da Praça do Relógio).

Wesley Messias – Street Dance

Criador do projeto STAM, que propõe a realização de shows e cursos na área de danças urbanas, há 13 anos Wesley Messias é diretor e coreógrafo do Tribo Companhia de Dança, responsável pela divulgação da arte do Street dance em eventos locais, nacionais e internacionais. Durante o evento irá passar um pouco do que aprendeu para interessados em aulas realizadas na Rodoviária do Gama e no Sesc Ceilândia.

Edson Beserra. Um Corpo Acústico. Foto: Renato Acha.
Edson Beserra. Um Corpo Acústico. Foto: Renato Acha.

Programação:

11/4 Sexta-feira

TEATRO SESC NEWTON ROSSI (CEILÂNDIA), às 20h

Foyer – Rastros (20 minutos) | Censura Livre
Vidro e Alumínio (60 minutos) | Censura Livre​​​​​​​

12/4 Sábado​​​
SESC CEILÂNDIA, das 10h às 12h

Oficina de Street Dance com Wesley Messias | Censura Livre

TEATRO SESC NEWTON ROSSI (CEILÂNDIA), às 20h
Foyer – Cenas Soltas (15 minutos) | Censura Livre
Um Corpo Acústico (50 minutos) | Censura Livre

25/4 sexta-feira
RODOVIÁRIA DO GAMA, das 17h às 19h

Oficina de Street Dance com Wesley Messias | Censura Livre

TEATRO SESC PAULO GRACINDO (GAMA), às 20h

Foyer – Epidemia (15 minutos) | Censura Livre
As 4 Estações (60 minutos) | Classificação Indicativa – 16 anos

26/4 sábado
TEATRO SESC PAULO GRACINDO (GAMA), às 20h

Foyer – Baraka (19 minutos) | Censura Livre
O que Me Toca é Meu Também (60 minutos) | Censura Livre

28/4 segunda-feira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA – IFB, das 11h30 às 13h

MESAS DE DEBATE Pesquisa de linguagem artística em Dança
Luciana Lara
Rafael Tursi
Giselle Rodrigues (mediadora)

ESTAÇÃO DO METRÔ GALERIA DOS ESTADOS (PLANO PILOTO), das 17h às 19h

Oficina de Dança Popular com Pedro Salustiano | Censura Livre

FOYER CAIXA CULTURAL, das 18h às 19h30

MESAS DE DEBATE Formação de Plateia no DF
Giovane Aguiar
Lenora Lobo
Vancllea Porath (mediadora)

** Limitado à participação de 20 pessoas

CAIXA CULTURAL, às 20h

We don’t have money, but we are funny (20 minutos) | Classificação indicativa – 14 anos
Onde Nasce um curso D´água (50 minutos) | Classificação indicativa – 12 anos

29/4 terça-feira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA – IFB, das 11h30 às 13h

MESAS DE DEBATE Quando o artista é docente e o docente é artista
Márcia Duarte
Suselaine Martinelli
Lina Frazão (Mediadora)

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMPLEXO DAS ARTES (CONCHA ACÚSTICA), das 12h às 14h

Oficina de Dança Popular com Pedro Salustiano | Censura Livre

FOYER CAIXA CULTURAL, das 18h às 19h30

MESAS DE DEBATE Economia da Dança – Políticas Públicas
Fauzi Mansur
Verena Castro
Yara De Cunto (mediadora)

** Limitado à participação de 20 pessoas

CAIXA CULTURAL, às 20h

Klepsydra (10 minutos) | Censura Livre
Heranças (22 minutos) | Censura Livre
Stam – Street Dance Show (25 minutos) | Censura Livre

30/4 quarta-feira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA – IFB, das 11h30 às 13h

MESAS DE DEBATE O ensino da Dança na contemporaneidade – Desafios e Perspectivas
Allan Jones
Fabiana Marroni
Ana Carolina Mendes (mediadora)

ESTAÇÃO DO METRÔ DA PRAÇA DO RELÓGIO (CENTRO DE TAGUATINGA), das 17h às 19h

Oficina de Dança Popular com Pedro Salustiano | Censura Livre

FOYER CAIXA CULTURAL, das 18h às 19h30

MESAS DE DEBATE Diversidade na Dança no DF – Relatos de Experiências
Junior O’hara
Sabrina Cunha
Elizabeth Maia (mediadora)

** Limitado à participação de 20 pessoas

CAIXA CULTURAL, às 20h

Foyer – Oriente Ocidental (10 minutos) | Censura Livre
Imagens do Sagrado – Blima (60 minutos) | Classificação indicativa – 14 anos

O Que Me Toca é Meu Também. Foto: João Saenger. Divulgação.
O Que Me Toca é Meu Também. Foto: João Saenger. Divulgação.

Serviço: Movimento D – Festival de Dança de Brasília
Data: De 11 a 30 de abril
Espetáculos, mesas de debate e oficinas gratuitas no Plano Piloto, Ceilândia, Gama e Taguatinga – vide programação
Entrada franca
Informações: http://movimentoddanca.wix.com/movimentod