Memorial dos Povos Indígenas apresenta exposição, debate, filme-manifesto, oficinas e palestras gratuitas.

Até 11 de maio.

Sônia Guajajara. Divulgação.

O Memorial dos Povos Indígenas (MPI) recebe uma intensa programação a partir desta quinta (25 de abril). As atividades, gratuitas e realizadas no âmbito do projeto Culturas Vivas, começam com a exposição Respeito ou Repetição – A história que não se quer reviver, com curadoria de Marcelo Zelic, pesquisador e coordenador do Armazém da Memória.

O acervo reunido por Marcelo Zelic traz informações do Relatório Figueiredo, de 1967, e de relatos obtidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que revelam atrocidades cometidas contra populações indígenas no Século XX.

A abertura da exposição no MPI está marcada para às 18h e será acompanhada de debate com a participação da liderança indígena Sônia Guajajara, coordenadora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), do subprocurador-geral da República, Antônio Carlos Bigonha, de Guta Assirati e Jaime Siqueira, do Centro de Trabalho Indigenista, e de Marcelo Zelic.

Gigantes pela própria natureza.

Logo após o debate, às 20h, será exibido o filme-manifesto Gigantes Pela Própria Natureza, seguido do show do rapper futurista O Novíssimo Edgar, que assina a trilha-sonora da produção.

O filme traz a voz das mulheres indígenas do Xingu e de suas ancestrais. O objetivo da produção, idealizada por Carol Gavazzi e por Watatakalu Yawalapiti, é conscientizar o mundo sobre as políticas que colocam risco a vida dos povos originários.

A exposição Respeito ou Repetição fica em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas até o dia 12 de maio, acompanhada de uma mostra de filmes durante o mesmo período.

“O Sopro da Vida” de Kamuu Dan Wapichana.

Na parte literária, a programação do Memorial no Abril Indígena tem a apresentação do livro infantil O Sopro da Vida, de Kamuu Dan Wapichana, que vai conduzir oficinas de contação de histórias no dia 30 de abril (terça), às 8h, seguida de uma mostra de filmes indígenas para crianças.

“Os Povos Indígenas vivem um período de violências e seus direitos estão ameaçados de retrocessos gravíssimos. Por isso, nossa programação procura dar visibilidade a todo esse cenário. É um convite para que o público conheça a situação dos Povos Indígenas e se some à sua luta”, ressalta Guta Assirati, coordenadora do projeto Culturas Vivas pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI).

O projeto, que é uma ação do CTI em parceria com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, também promove este mês o primeiro ciclo de oficinas do Programa Tecendo História. O objetivo da atividade é fortalecer o ensino e aprendizado sobre a história e memória dos povos indígenas no Brasil, capacitando professores e estudantes para atuação como agentes multiplicadores.

Entre os temas abordados estão noções básicas de Etnologia, perspectivas decoloniais da história indígena no Brasil, resistência, luta e políticas indígenas e indigenistas e ações educacionais e colaborativas em museus etnográficos.

O programa Tecendo História é fruto de uma cooperação entre o Centro de Trabalho Indigenista, o Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional e a Associação de Acadêmicos Indígenas da UnB.

O Novíssimo Edgar.

Programação:

– Exposição Respeito ou Repetição – A história que não ser que reviver.
Abertura 25/04, às 18h, com mesa de debates
Participação: Sônia Guajajara, coordenadora nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), do subprocurador-geral da República, Antônio Carlos Bigonha, de Guta Assirati e Jaime Siqueira, do Centro de Trabalho Indigenista, e de Marcelo Zelic.

– Mostra de Filmes – Exposição Respeito ou Repetição
26/04 a 12/05, partir das 19h (programação em anexo)

25/04, às 20h – Exibição do filme “Gigantes pela própria natureza”
Idealizadores: Carol Gavazzi e Watatakalu Yawalapiti / Diretores: Rogo de Castro e João Unzer
Show de “O Novíssimo Edgar” após a projeção do filme.

– Contação de história e lançamento do livro infantil “O sopro da vida”, de Kamuu Dan Wapichana
30/04, das 8h às 9h.

– Mostra de filmes indígenas para crianças
30/04 – 09h00 às 12h00.

– Ciclo de Oficinas Programa Tecendo Histórias
Voltada a estudantes acadêmicos indígenas e não indígenas, professores indígenas e professores da rede pública de ensino. É gratuita e oferece certificação aos participantes. O formulário para inscrição pode ser preenchido e enviado no link.

25 de abril
Das 14h às 17h. Início da oficina – tema: políticas indígenas.

27 de abril
Das 14h às 17h
Palestras:
1. Noções de etnologia e perspectivas descoloniais da História Indígena no Brasil.
Palestrante: Rosilene Tuxá – Doutoranda em Antropologia Social, Departamento de Antropologia DAN-UNB
2. Memória e narrativas indígenas. Diversidade e resistência cultural no presente.
Palestrante: Armando Quéchua – Associação de Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB)
3. Memória como ferramenta de luta
Palestrante: Elaine Moreira – Observatório dos Direitos e Políticas Indígenas (OBIND)

18h: Exibição de filmes:
– Das crianças Ikpeng para o mundo
Nada melhor do que conhecer uma aldeia Ikpeng tendo por guias as próprias crianças indígenas. Nesta história seremos apresentados a Yampï, Yuwipó, Kamatxi e Eruwó, que nos convidam a visitar a casa do cacique, tomar banho de rio e comer frutas no pé. Entendemos as tarefas dos homens e das mulheres – e como os meninos e as meninas também colaboram com os afazeres do dia a dia, sem deixar, é claro, de se divertir com os brinquedos que eles mesmos constroem. O filme faz parte da coleção Um Dia na Aldeia, projeto desenvolvido pelo Vídeo nas Aldeias em parceria com a editora Cosac Naify. Direção do filme: Natuyu Yuwipó Txicão, Karané Ikpeng e Kumaré Ikpeng Adaptação e ilustração do livro: Rita Carelli Coordenação da coleção e de dublagem: Rita Carelli Direção Executiva: Vincent Carelli Produção Executiva: Olivia Sabino

– Índio Cidadão? DF, 2014, 52′ Rodrigo Arajeju
O recorte contemporâneo da luta do movimento indígena documenta a incidência política da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no Congresso Nacional em 2013, pela manutenção dos direitos constitucionais conquistados diante da investida anti-indígena da Bancada Ruralista – representada naquele momento pela PEC nº 215/2000. A histórica ocupação do Plenário da Câmara dos Deputados no Abril Indígena 2013 foi montada com as incríveis imagens cedidas pelo parceiro Kamikia Kisedje e arquivos da TV Câmara. O enredo se desenvolve com a documentação da participação de representantes da APIB em grupo de trabalho conjunto com deputadas(os), em registros de falas públicas e entrevistas de Aurivan “Neguinho” Truká, Dinamam Tuxá, Ninawa Huni Kuin, Paulo Tupiniquim, Sonia Guajajara, entre outros, como reflexo do protagonismo coletivo de lideranças do movimento indígena.

4 de maio
9h às 12h
Palestras:
Mediação e ações educativas em museus e a formação de museus etnográficos
Palestrante: Ingrid Orlandi – Museóloga Consultora do Projeto Culturas Vivas CTI-MPI
· Ações educativas no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Processos colaborativos em mostras e museus indígenas
Palestrante: Carla Gibertoni Carneiro – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP)
· Museu e Memorial. Particularidades do ponto de vista de um indígena
Palestrante: Mirim Ju Yan Guarani – Associação de Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB)
14h às 17h. Oficina voltada para a inserção da temática indígena na sala de aula

11 de maio
9h às 12h Palestras:
· O Projeto Culturas Vivas, ação indigenista e Memorial dos Povos Indígenas
Palestrante: Guta Assirati – Coordenadora de Projetos Centro de Trabalho Indigenista – CTI
· Patrimônio Material e Imaterial no Brasil e noções sobre Educação Patrimonial
Palestrante: Paulo Moura Peters – Coordenação de Educação Patrimonial IPHAN-DF
· Ações e educação indígena no museu. Um exemplo do Museu do Índio
Palestrante: Josimo Constant – Pesquisador colaborador no Museu do Índio, doutorando em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ
14h às 17h – Roda de conversa e encerramento.