No Rastro do Crime: o cinema policial brasileiro entra em cartaz no CCBB.

De 21 de agosto a 6 de setembro.

NO RASTRO DO CRIME: O CINEMA POLICIAL BRASILEIRO
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977) Foto: Divulgação

Clima de mistério e muita adrenalina no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília neste mês de agosto. A retrospectiva “No Rastro do Crime: o cinema policial brasileiro”  exibe, entre os dias 21 de agosto e 6 de setembro, um panorama das principais produções que marcaram o gênero policial no Brasil, de obras raras até grandes fenômenos de bilheterias. O público terá a chance de relembrar ou conhecer todos personagens marcantes do cinema nacional. A entrada é franca.

Com curadoria do crítico de cinema, professor e realizador Pedro Henrique Ferreira e produção do cineasta Eduardo Cantarino, a mostra é composta por uma seleção de 25 longas-metragens do gênero policial realizados nos Brasil entre 1940 e 2007 e que seguem conectados com a realidade do país. “O cinema policial brasileiro tem raízes nos folhetins, no sensacionalismo e no culto às figuras de criminosos ou policiais reais que ganharam projeção na mídia. É o caso de praticamente todos os filmes desta retrospectiva”, explica o curador.

São produções que mostram como o cinema policial é, na verdade, um recorte da história do Brasil. A estética, muitas vezes violenta, dessas obras despertam uma reflexão sobre o que vivemos hoje e o que esperamos para o futuro. É o caso do já clássico Tropa de Elite (2007), de José Padilha, que trabalha com o medo e a violência que o brasileiro padece no dia-a-dia, ao retratar a rotina do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, lidando com os maiores criminosos do Rio de Janeiro e pautou longos debates sobre o tráfico de drogas e a violência policial. O longa foi eleito o melhor filme do Festival de Berlim 2008.

Essa conexão com a violência cotidiana gerou diversas produções baseadas em fatos reais. Muito antes do Capitão Nascimento, já havia o policial Mariel Mariscot, que tornou-se célebre por fazer parte do Esquadrão da Morte do Rio de Janeiro na década de 1970 e teve sua história retratada em Eu Matei Lúcio Flávio (1979), de Antonio Calmon. Lúcio Flávio, por sua vez, também teve sua vida retratada nas telas no fenômeno de bilheterias Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1978), de Héctor Babenco, que retrata o criminoso que se tornou nacionalmente conhecido pelos roubos à bancos e fugas espetaculares.

E antes deles, José Rosa do Nascimento, o Mineirinho, foi retratado nas telas em Mineirinho, Vivo ou Morto (1967), de Aurélio Teixeira. O filme mostra como Zé Rosa entrou para o crime e como a imprensa sensacionalista fez dele um inimigo público após ele matar um homem acidentalmente.

Masterclass – No dia 25 de agosto, a mostra promove uma masterclass ministrada pelo professor Rafael de Luna. A aula faz um panorama sobre a gênese do filme policial brasileiro e a trajetória do gênero na história do cinema nacional. Serão analisados os elementos recorrentes nas histórias e suas transformações ao longo das décadas, procurando entender o seu significado para a nossa cultura em suas dimensões técnica, industrial, social, econômica e filosófica. Rafael de Luna é professor da Universidade Federal Fluminense, autor da pesquisa “Carnaval, mistério e gangsters: o filme policial no Brasil (1915-1951)”.

No Rastro do Crime: o cinema policial brasileiro 
Data: de 21 de agosto a 6 de setembro
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – SCES Trecho 2 – Brasília/DF
Tel: (61) 3108-7600
Funcionamento: Aberto de terça à domingo, das 9h às 21h
Entrada Gratuita – senhas distribuídas 1 hora antes na bilheteria
Classificação: consultar programação por sessão
Acesso para pessoas com deficiência