Mostra coletiva une artistas de diversas gerações.

De 14 de dezembro de 2016 a 26 de fevereiro de 2017.

Ana Miguel. Hoje todos devem amar um sonho de Léry. Foto: Wilton Montenegro.
Ana Miguel. Hoje todos devem amar um sonho de Léry. Foto: Wilton Montenegro.

A mostra coletiva Nós traz obras de dez artistas contemporâneos para a Caixa Cultural, de 14 de dezembro a 26 de fevereiro de 2017. Com concepção e curadoria de Fernanda Pequeno, a exposição discute as relações de afeto por meio de 23 trabalhos, entre desenhos, objetos, performances, instalações, vídeos, bordados, diagramas, esculturas e pinturas de artistas de diversas gerações: Arthur Bispo do Rosário, Alexandre Sá, Ana Miguel, Anna Maria Maiolino, Cristina Salgado, Daniela Mattos, Leo Ayres, Renato Bezerra de Mello, Ricardo Basbaum e Tunga.

O título da exposição refere-se tanto a primeira pessoa do plural – nós: o eu e o outro – quanto o plural de nó – forma de amarração ou entrelaçamento. Os diferentes tipos de nós são usados para funções diversas, e a imagem do nó diz respeito também a uma forma mais atada de laço ou teia.

As forças e as fragilidades dos afetos não dizem respeito apenas às relações entre os humanos, mas estão também presentes nas relações que os seres humanos estabelecem com objetos, animais e mesmo com as máquinas. A montagem da exposição relaciona trabalhos distintos de forma a problematizar a polarização entre esforços e afetos. O próprio afeto, assim, poderá ser entendido em sua ambivalência, na sua polaridade, em seus pontos positivos e negativos.

“A ideia da exposição é lidar com os antagonismos contidos nos relacionamentos. O título Nós sintetiza a ideia de um laço tão apertado que pode, inclusive, ser impossível de ser desatado”, comenta a curadora Fernanda Pequeno. “O entrelaçamento das obras e a forma de composição do ambiente expositivo pretendem investigar os campos de forças que os afetos acionam”, explica.

Estão presentes artistas que lidam com o próprio fazer artístico como uma possibilidade de exercitar o desejo, aproximando pessoas ou lidando diretamente com o corpo e o desejo físico. Há, ainda, trabalhos que lidam com a casa e o âmbito doméstico das relações interpessoais e da rotina, dos lugares e das pessoas.

Quatro trabalhos de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) integram a coletiva. No estandarte Eu preciso destas palavras Escritas/Desenhos Geométricos (sem data) o artista, que ficou conhecido por romper os limites entre a insanidade e a arte no Brasil, usou algodão bordado preso a dois cabos de vassoura fixados por tecidos fortemente costurados.

Já a artista Anna Maria Maiolino exibirá os vídeos Um momento por favor (1999-2004) e Quaquaraquaqua (2009). Tunga apresentará o vídeo Medula (2014), além de uma escultura em borracha de silicone e um desenho sobre papel do Himalaia, ambos sem título, de 2014.

Com uma mesa, duas cadeiras e uma pilha de papéis, Alexandre Sá promoverá a performance teu corpo // meu corpo – Nós da paisagem (versão estendida) 2015-2016. Renato Bezerra de Mello ocupará o espaço com três obras. Em Good boys go to heaven, bad boys go everywhere o artista reúne uma infinidade de confetes em forma de anjos, produzidos a partir de uma coleção de revistas com temática homoerótica (2005-2016), em Trabalhando em Silêncio, apresenta conjunto de sete guardanapos de linho bordados com a ajuda de outras pessoas, e em Palavras 2016, reúne folhas de A4 transparentes com carimbos pregadas com alfinetes diretamente à parede.

Cristina Salgado participará com um desenho em guache sobre papel, da série Cabeludos (2002), e com duas esculturas em técnica mista sobre bases de ferro. Ana Miguel mostra três instalações Hoje todos devem amar: um sonho do Léry, Notas para Dionísio na tinta de Brasil, e Sonho Escrito em tinta de Brasil. “Estou bem contente com o convite para participar desta coletiva. Gosto muito da produção dos colegas elencados e a costura curatorial da Fernanda Pequeno é esplêndida, interessantíssima”, comemora Ana Miguel. Completam a exposição uma instalação e o vídeo Discoteca de mão, de Leo Ayres, escritos de Ricardo Basbaum e texto e bordado de Daniela Mattos.

Alexandre Sá. Teu Corpo Meu Corpo. Nos da paisagem. Perfomance. Foto: Mário Tadeu.
Alexandre Sá. Teu Corpo Meu Corpo. Nos da paisagem. Perfomance. Foto: Mário Tadeu.

Serviço: Exposição Nós
Data: De 14 de dezembro de 2016 a 26 de fevereiro de 2017
Local: Caixa Cultural – Galeria Principal, Piccolas I e II (SBS Quadra 4 Lotes 3/4 – Edifício anexo à Matriz da Caixa)
Telefone: (61) 3206-9448 e 3206-9449
Horário: De terça a domingo, das 9h às 21h
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre
Acesso para pessoas com deficiência.