Exposição “Obra Inventário” abre no TCU no dia 12 de agosto.

Cleverson Salvaro. Divulgação.

A ação de colecionar coisas faz parte da vida de quase todo ser humano. Brinquedos, fotos, livros, objetos de uso pessoal, artigos de luxo, enfim, qualquer coisa que se imagine pode tornar-se alvo da obsessão de um aficionado, e essa procura desmedida por variações do objeto de desejo pode acompanhar toda uma vida. Na maioria dos casos uma coleção permanecerá adstrita aos domínios de seu proprietário, apenas tomando parte em seu universo particular. Entretanto, há casos em que o hábito dá lugar ao inusitado, ao insólito, indicando que o interesse público faz justificar a exposição.

"Malote" de Luana Veiga. Divulgação.

Esse fato, particularmente significativo quando o assunto era produção artística, fez surgir nos séculos XVI e XVII os gabinetes de curiosidade, locais destinados à exibição pouco criteriosa de artigos adquiridos ao longo das viagens marítimas, que constituíram os primeiros alicerces sobre que se assentaram os modernos museus. A partir desses, os conceitos de coleção e exposição adquiriram novas dimensões.

"Identidades" de Ana Teixeira. Divulgação.

Norteado pelas premissas históricas, políticas e estruturais envolvidas por esses dois conceitos, será inaugurado no próximo dia 12 de agosto, no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, do Tribunal de Contas da União, o projeto Obra Inventário. Englobando em seu escopo de atividades uma exposição, uma mesa redonda e uma oficina pedagógica, Obra Inventário visa promover o debate crítico a partir de problemáticas oriundas das artes visuais, como a ocupação do espaço de exposição, suas implicações políticas e ideológicas e, sobretudo, aproximar o público da atividade crítica diante dos temas e processos da arte.

"Biblioteca de Bolso" de Luciana Paiva. Divulgação.

O projeto, premiado pelo Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 2009, tem autoria e curadoria de Átila Regiani, doutorando em Teoria da Arte pela UnB e Coordenador de Artes Plásticas da Faculdade Dulcina de Morais. A mostra é composta pelos trabalhos de Cleverson Salvaro, Cristina Ribas, Luana Veiga, Luciana Paiva, Marcelo Gandhi, Marta Penner e Michel Zózimo, e trabalham com a diluição da autoria e com o deslocamento dos objetos e das relações em voga nas artes visuais.

"Arquivo de Emergência" de Cristina Ribas. Divulgação.

A mesa redonda contará com a participação da curadoria, de educadores, produtores e dos artistas integrantes do projeto, e terá o propósito de debater sobre os conceitos que atravessam as obras expostas, alargando a discussão e, principalmente, incluindo a sociedade. A oficina pedagógica, intitulada Acervo Miniatura, será dirigida a públicos de todas as idades e intenta promover a reflexão sobre os espaços da arte – espaços institucionais: museus e galerias, e espaços informais: o espaço comum.

Serviço: Obra Inventário

Abertura: 12 de agosto, quinta-feira, às 19h

Visitação:de 13 de agosto a 9 de outubro. De segunda a sexta-feira das 10h às 19h. Aos sábados, das 14h às 18h.

Mesa redonda: 14 de agosto, sábado, às 16h

Lançamento do catálogo da exposição: 18 de setembro, quarta-feira, às 16h

Onde: Espaço Cultural Marcantonio Vilaça – Ed. Sede do Tribunal de Contas da União (SAF Sul Quadra 4 lote 1)