“O Brasil Africano: Diáspora-Quilombos-Território-População – Mapas e Fotos” abre no Museu no dia 12 de maio.

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No dia 12 de maio de 2010, a Galeria Térrea do Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, em Brasília, recebe a Exposição “O Brasil Africano: Diáspora-Quilombos-Território-População – Mapas e Fotos“, com pesquisa e organização do professor da Universidade de Brasília Rafael Sanzio. A exposição fica aberta à visitação até o dia 20 de junho de 2010.
 
A mostra é composta de fotografias em preto-e-branco em grandes formatos, mapas cartográficos e do vídeodocumentário O Brasil Africano I. Traz também documentação cartográfica antiga e fotografias do século XIX, que contribuem de maneira significativa, para o entendimento da dinâmica da diáspora África-Brasil e os territórios de resistência constituídos pelos quilombos. A pesquisa foi realizada em várias comunidades e espaços africanos no Brasil, em arquivos públicos de instituições em países na Europa e África.

Este trabalho inédito nos apresenta a história dos quilombos como um projeto ancestral, do sentido de ser e viver solidário. A terra é sagrada e a luta ainda é a luta dos primeiros ancestrais bantos, para manter sob os pés o espaço de sobrevivência e resistência, pela liberdade e cidadania brasileira”, disse sobre a exposição a historiadora e educadora Vanda Machado.

Essa mostra constitui uma das atividades fundamentais do Projeto Geografia Afro-Brasileira: Educação & Planejamento do Território, desenvolvido no Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica da UnB. Tem como principal objetivo mostrar as interpretações geográficas e historiográficas das estruturas existentes na formação do Brasil e da sua população, tomando como referência os aspectos da herança africana no território brasileiro.
 A territorialidade dos quilombos, um dos eixos principais da mostra, durante os quase quatro séculos de sistema escravista existente no território brasileiro, estiveram registrados particularmente nos espaços de desenvolvimento e expansão de atividades econômicas ligada à colônia e pressões internacionais vindas da Europa. Mais de 120 anos já se passaram da assinatura da Lei Áurea e as comunidades descendentes e remanescentes das populações de matriz africana que se territorializaram, por distintos processos fundiários, no espaço rural e nas periferias urbanas do Brasil continuam com uma referência de espaços de resistência, sobretudo, pela sua exclusão ainda, do sistema oficial.

As pesquisas revelaram a existência de mais de 3 mil registros de comunidades quilombolas, distribuídas por todas as grandes regiões geográficas do país. A concentração se processa, principalmente na Região Nordeste, nos estados do Maranhão e Bahia; na Região Norte, no estado do Pará; no Sudeste nos estados de Minas Gerais e São Paulo e no Sul do Brasil, no Rio Grande do Sul.
Para o professor Rafael Sanzio, o objetivo da exposição é contribuir para a ampliação das informações, sobretudo para minorar o preconceito secular associado aos quilombos e às populações de matriz africana no Brasil. “Importante não perder de vista que o Brasil Contemporâneo é o que é, porque teve e tem no seu território, na sua sociedade e nas suas manifestações culturais e cotidianas, a referência da África, mantida e resistida pelas populações da diáspora”, disse.

A maioria do material de pesquisa da mostra faz parte do livro Quilombos: Geografia Africana-Cartografia Étnica-Territórios Tradicionais (ANJOS, R.S. 2009). 
A exposição, que conta o patrocínio da UnB e da Petrobras, terá visitas monitoradas. Para agendamento das visitas é só ligar para 61 – 3325-6410 / 3325-5220

Serviço: “O Brasil Africano: Diáspora-Quilombos-Território-População – Mapas e Fotos”
Inauguração: 12/05/2010 – 19h
Local: Salão Térrio do Museu Nacional da República, Brasília
Período – 12/05/2010 a 13/06/2010
Horário de visitação: Terça a domingo, das 9 às 18h
Info: 61 – 3307-2393