Panorama 2011 vem à Brasília com grandes nomes da dança e performance.

Vice-Versa. Foto: Susana Neves. Divulgação.
O Festival Panorama 2011 celebra vinte anos como um referencial quando se trata de performance e dança profissional no país e na América Latina. O evento já abrangeu mais de quatrocentas companhias brasileiras e estrangeiras e chega à Brasília pela primeira vez, sob direção geral e curadoria de Eduardo Bonito e Nayse Lopez, com a temática da memória no corpo

A premiada companhia catarinense Cena 11 apresenta Guia de Ideias Correlatas, espetáculo que investiga a própria historia da companhia nestes seus 18 anos. Com a forca física característica do coreografo Alejandro Ahmed, o espetáculo apresenta ao público as idéias por trás de cada espetáculo do grupo, misturando dança, ciência e tecnologia.

Da Irlanda, vem a estrela da dança irlandesa Colin Dunne, que apresenta um delicado e emocionante trabalho autobiográfico mas também sobre a historia desta forma de sapateado cheia de implicações politicas. Out of Time é um tour de force de dança narrado com enorme charme e humor pelo próprio Colin.

No último fim de semana, o homenageado da edição 2011 do Festival Panorama, o coreógrafo carioca João Saldanha, mostra em sua mais recente criação porque é considerado por muitos o mais sofisticado dos coreógrafos brasileiros. Núcleos também se volta sobre os movimentos criados por Saldanha ao longo da carreira e cruza suas questões com as do artista e provocador Hélio Oiticica.

Completando a programação de dança, Vice-Versa, um espetáculo infantil surpreendente, vindo de Portugal e assinado pelo encenador Victor Hugo Pontes. E a Mostra Panorama de Vídeos de Dança, sempre às 13h, com entrada franca.  

Núcleos. Foto: Renato Mangolin. Divulgação.

SITE OFICIAL DO PANORAMAwww.panoramafestival.com

Sobre os espetáculos

GUIA DE IDEIAS CORRELATAS

O novo trabalho do Grupo Cena 11 Cia. de Dança disseca, ao vivo, ideias que estruturam definições de corpo para transformar em dança questões propostas pela companhia. É uma aula-espetáculo que consolida os 17 anos do Cena 11. Em Guia de ideias correlatas, os bailarinos transitam pelas ações de ViolênciaSKINNERBOXPequenas frestas de ficção sobre realidade insistente e Embodied voodoo game, construindo as cenas com uma complementação multimídia cujo objetivo é propor a dança como uma estratégia cognitiva. O resultado é uma produção original que permite um amplo diálogo com o público, democratizando o acesso à evolução da companhia.

Dirigido por Alejandro Ahmed, o Grupo Cena 11 Cia. de Dança, de Florianópolis (SC), desenvolve uma técnica particular de criação e instaura projetos de pesquisa e de formação sempre com o propósito de confluir teoria e prática no entendimento de dança. Um núcleo de criação, com formação em várias áreas, compõe a base para uma produção artística em que a ideia precisa ganhar expansão em um corpo e organizar-se como dança. Tendo estreado em 1994, com Respostas sobre dor, é uma das companhias brasileiras mais inovadoras atualmente.

http://www.cena11.com.br/

OUT OF TIME

Primeiro solo de Colin Dunne, Out of Time é um espetáculo único. Multidisciplinar, leva o público a uma viagem surpreendente pelo mundo interior do artista a partir da integração de seu virtuosismo técnico na linguagem do sapateado com a manipulação eletrônica do som, o vídeo e o registro de voz de arquivo.Out of Time é uma apresentação que coloca lado a lado a tradicional dança irlandesa do sapateado e a visão do coreógrafo sobre sua herança cultural.

Colin Dunne começou a estudar sapateado irlandês aos três anos. Projetou-se internacionalmente como a estrela do grupo musical Riverdance, do qual fez parte de 1995 a 1998. Saiu da companhia para se dedicar a um novo projeto com Jean Butler. Há alguns anos vem fazendo a transição do sapateado irlandês para o mundo da dança contemporânea e do teatro. Seu novo percurso criativo foi se desenhando durante uma residência na Universidade deLimerick, onde, em 2002, concluiu o mestrado emdança contemporânea.

http://www.colindunne.com/

NÚCLEOS marca os 25 anos de atividades do Atelier de Coreografia de João Saldanha. Nessa criação, o espaço é mostrado ao público como um elemento totalmente ativo em que a visão da cor se destaca num sentido completo – físico, psíquico e espiritual. Estabelecendo um diálogo com as tonalidades e as intensidades de luz, faz uma referência direta às experimentações do artista plástico carioca Hélio Oiticica, que, em 1959, desenvolveu suas primeiras ideias em torno da cor no espaço. Ao mesmo tempo, o espetáculo representa uma síntese da trajetória do coreógrafonos últimos 25 anos .

O carioca João Saldanha é um dos mais respeitados e premiados coreógrafos brasileiros. É autor de dezenas de peças concebidas em conjunto com o Atelier de Coreografia, companhia que dirige desde 1986 no Rio de Janeiro e pela qual já passaram grandes nomes da dança carioca. Por sua importância para a história da dança no Rio de Janeiro, que se confunde com a trajetória do Panorama em seus 20 anos de existência, celebramos João Saldanha com uma retrospectiva de quatro trabalhos nesta edição do festival.

VICE-VERSA

Quanto tempo falta para ser grande? Se ficar com um dedo preso debaixo do pé durante cinco minutos isso é muito tempo? O que acontece se os ponteiros do relógio pararem? Uma história sem pés nem cabeça. Ou com dois braços, vários dedos, joelhos, pernas e um nariz… Um processo que vai acompanhando o desenvolvimento do conceito de tempo e o crescimento durante a infância. O ponto de partida é a concepção muito especial que as crianças têm do tempo e que aqui é explorada a partir do modo como elas tomam consciência do próprio corpo.

Victor Hugo Pontes é intérprete e coreógrafo, formado em artes plásticas e pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Frequentou a Norwich School of Art & Design, na Inglaterra. Fez os cursos profissionais do Teatro do Balleteatro Escola Profissional e do Teatro Universitário do Porto, além do curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança e do curso de Encenação de Teatro na Fundação Calouste Gulbenkian. Como intérprete, trabalhou com nomes como Nuno Carinhas, Lygia Pape, Isabel Barros, Clara Andermatt, Charlie Degotte e David Lescot. Assina os próprios trabalhos desde 2003.

http://victorhugopontes.blogspot.com/

Serviço: Festival Panorama 2011

Data: De 4 a 20 de novembro de 2011

Local : Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2 Conjunto 22)

Informações: (61) 3108-7600

 

Espetáculos

 

Cena 11 Cia de Dança 
“Guia de Idéias Correlatas”

Teatro I

Dias 4, 5 e 6 de novembro de 2011

Sexta e sábado às 21h. Domingo, às 20h.

Duração: 60 minutos

Lotação: 327 pessoas

Classificação Indicativa: livre

Preço: R$ 6 (inteira)/ R$ 3,00 (meia)

 

Colin Dunne 
“Out of Time”

Teatro I

Dias 11, 12 e 13 de novembro de 2011

Sexta e sábado às 21h. Domingo, às 20h.

Duração: 60 minutos

Lotação: 327 pessoas

Classificação Indicativa: livre

Preço: R$ 6 (inteira)/ R$ 3,00 (meia)

 

Victor Hugo Pontes 
“Vice e Versa”

Pavilhão de Vidro:

Dias 15 e 16 de novembro de 2011

Terça-feira, às 16h. Quarta-feira, às 11 e 16h.

Duração: 40 minutos

Lotação:80 pessoas

Classificação Indicativa: livre

Ingresso: GRATUITO

Pavilhão de Vidro:

 

Dias 18, 19 e 20 de novembro de 2011

Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 20h.

João Saldanha 
“Núcleos”

Duração:

Lotação:116 pessoas

Classificação Indicativa: livre

Preço: R$ 6 (inteira)/ R$ 3,00 (meia)

 

A venda antecipada de ingressos inicia-se no domingo, duas semanas antes da estréia espetáculo, restrita a quatro ingressos por pessoa.

Classificação Indicativa: ­ Livre]]

 

 

Mostra Panorama de Vídeos de Dança

 

Mostra Panorama de Vídeos de Dança

 

Cinema CCBB – Sempre às 13h – entrada franca

 

Dia 4

Skinnerbox

:: Cena 11 – Brasil (100min)

A obra é uma pergunta sobre comportamento, formulada para que a resposta possa ser investigada através dos corpos que a tornam dança.

 

Dia 5

Coisas de Dentro

:: Meia Ponta– Brasil (45min)

O espetáculo explora o universo feminino e suas nuances: quatro personagens femininas se encontram para,juntas, buscarem a verbalização de seu mundo.

 

Dia 6

Gustavia

:: La Ribot e Mathilde Monnier – Espanha/França (65min)

A obra se apoia no universo do burlesco clássico, gênero com códigos e técnicas próprios que atravessam não só o cinema,mas também o palco, a performance e as artes plásticas.

 

Dia 8

Text to Speech

:: Gilles Jobin, Suíça (50min)

A interface corpo/tela, linguagem multimídia/esforço físico é a oportunidade de explorar novos espaços nos quais o performer e o movimento se transformam em ação.

 

Argumentos a Favor de  la Oscuridad 

:: Edgardo Mercado – Argentina (40min)

O coreógrafo explora a relação entre nova tecnologia, luz, corpos projetados e movimento.

 

Dia 9

Good Boy

:: Alain Buffard, (França /1998) (40min)

Um contraponto ao corpo-ferramenta do bailarino; um corpo que fala de vida e doença.

 

De Cor

:: Denise Stutz, (Brasil / 2003) (25min)

A bailarina desnuda o corpo como origem de conceitos e modos de expressão da sociedade contemporânea.

 

Dia 10

Loin

Rachid Ouramdane, (França / 2008) (60min)

As camadas da natureza da identidade em constante mudança as que herdamos, criamos, projetamos e abandonamos.

 

Dia 11

Manual de Instruções

Dani Lima, (Brasil) (75min)

A noção de identidade como uma construção marcada pelo olhar do outro; o neocolonialismo”, o “corpo brasileiro”.

 

Dia 12

In-Organic

:: Marcela Levi – Brasil (35min)

A artista explora o corpo e seu papel na cultura e na ideologia, criando relações com as perspectivas dos telespectadores. O espetáculo mostra um corpo amarrado por rituais sociais e embalsamado em convenções.

 

 Carne

:: Micheline Torres – Brasil (45min)

A performer traça relações e apresenta imagens que transitam entre um ritual cirúrgico, a visão do órgão sexual feminino

e o ato de envolver os corpos mortos em sacos pretos.

 

Dia 13

Plasticization

Neliswe Xaba, África do Sul (20min)

Uma performance sobre como a sociedade se tornou plástica e materialista.

 

 Empire, Love to Love You, Baby

:: Ricky Seabra – Brasil (60min)

Ricky Seabra especula sobre o império americano hoje.

 

Dia 15

Text to Speech

:: Gilles Jobin, Suíça (50min)

A interface corpo/tela, linguagem multimídia/esforço físico é a oportunidade de explorar novos espaços nos quais o performer e o movimento se transformam em ação.

 

Argumentos a Favor de  la Oscuridad

:: Edgardo Mercado – Argentina (40min)

O coreógrafo explora a relação entre nova tecnologia, luz, corpos projetados e movimento.

 

Dia 16

Good Boy

:: Alain Buffard, (França /1998) (40min)

Um contraponto ao corpo-ferramenta do bailarino; um corpo que fala de vida e doença.

 

De Cor

:: Denise Stutz, (Brasil / 2003) (25min)

A bailarina desnuda o corpo como origem de conceitos e modos de expressão da sociedade contemporânea.

 

Dia 17

Loin

Rachid Ouramdane, (França / 2008) (60min)

As camadas da natureza da identidade em constante mudança as que herdamos, criamos, projetamos e abandonamos.

 

Dia 18

Manual de Instruções

Dani Lima, (Brasil) (75min)

A noção de identidade como uma construção marcada pelo olhar do outro; o neocolonialismo”, o “corpo brasileiro”.

 

Dia 19

In-Organic

:: Marcela Levi – Brasil (35min)

A artista explora o corpo e seu papel na cultura e na ideologia, criando relações com as perspectivas dos telespectadores. O espetáculo mostra um corpo amarrado por rituais sociais e embalsamado em convenções.

 

Carne

:: Micheline Torres – Brasil (45min)

A performer traça relações e apresenta imagens que transitam entre um ritual cirúrgico, a visão do órgão sexual feminino

e o ato de envolver os corpos mortos em sacos pretos.

 

Dia 20

Plasticization

Neliswe Xaba, África do Sul (20min)

Uma performance sobre como a sociedade se tornou plástica e materialista.

 

Empire, Love to Love You, Baby (60´)

:: Ricky Seabra – Brasil (60min)

Ricky Seabra especula sobre o império americano hoje.