O espetáculo “Perfume de Açougue” busca refletir sobre o homoerotismo.

Foto de Dalton Camargos.

Renato Acha

Saunas, cruising bars, dark rooms, parques públicos e estacionamentos são típicos lugares de “pegação”, jargão comum no métier gay. Nestes locais se instituem os “Açougues”, mote do espetáculo “Perfume de Açougue” do Grupo Dança Pequena, em cartaz de 8 a 19 de dezembro no Teatro Helena Barcelos (Complexo das Artes, IdA/UnB), com entrada franca.

Foto de Dalton Camargos.

A tênue fronteira entre entre “homo-pornografia” e homoerotismo nesta era de sexo virtual e de fácil acesso á pornografia em todas as suas vertentes, como sado-masoquismo, orgias, trocas de casais, exibicionismo, voyeurismo, entre outros, são os elementos que compuseram a visão do diretor Édi Oliveira que explora a estética e a cenografia destes temas por meio da dança contemporânea.

Foto de Dalton Camargos.

O encontro de parceiros no universo gay pode transitar entre a fantasia e risco, a liberdade e promiscuidade ou de desejo e a obsessão. O sexo é muitas vezes tratado como uma “coisa”, em detrimento de sentimentos românticos. Esta coisificação liberta os sentidos e fantasias decorrentes do desejo. Os fetiches vão do sensível ao grotesco e podem misturar prazer e obsessão, humilhação e submissão em um jogo erótico infindável.

Foto de Dalton Camargos.

“Perfume de Açougue” não pretende ser parcial e propõe uma abordagem poética e reflexiva sobre este universo até então banalizado e repleto de estereótipos diante de uma sociedade que se auto afirma como tolerante, mas que vira as costas para as múltiplas facetas e manifestações da liberdade sexual expressa pelos gays nos nossos dias.

Serviço: “Perfume de Açougue” – homo-pornografia/homoerotismo
Local: Teatro Helena Barcelos – Complexo das Artes, IDA/UNB
Data: de 8 a 19 de dezembro 2010 (quartas a sábados, às 21h, e domingos, às 20h).
Entrada franca
Classificação indicativa: não recomendado a menores que 18 anos.
Apoio: Fundo de Apoio à Cultura (FAC)