Nana Queiroz autografa o livro “Presos que Menstruam” nesta quinta.

Nana Queiroz. Foto: João Fellet. Divulgação.
Nana Queiroz. Foto: João Fellet. Divulgação.

Em 2010, Nana Queiroz começou a apuração, sem ainda o saber, do que viria a ser o seu primeiro livro. Ao todo, entre visitas a mais de dez presídios femininos em todas as regiões do Brasil, o trabalho voluntário numa instituição carcerária e entrevistas com mais de cem pessoas – entre presas, especialistas e familiares – foram quatro anos pesquisando e produzindo Presos que menstruam, obra que será lançada pela Editora Record em Brasília nesta quinta (9 de julho), às 19 horas, na Livraria Sebinho (CLN 407)

Relato da vida de muitas mulheres na prisão, anônimas e famosas, o livro traz histórias que traçam o retrato dos problemas e desafios do sistema prisional feminino no país. A gravidez durante o cárcere, a presença de bebês nas prisões, o tratamento dispensado às famílias durante as visitas, a solidão e o abandono das mulheres pelos maridos, as celas despreparadas para as necessidades fisiológicas das mulheres, as torturas físicas e psicológicas, a comida estragada, a proibição de visitas íntimas das parceiras homossexuais. Dramas que surgem nas falas e na observação da vida de personagens diversas, envolvidas em crimes passionais, de tráfico ou de roubo.

Escrito em capítulos curtos, o livro fisga o leitor pelo suspense criado em torno das histórias, o envolvimento emocional com as presas e suas famílias e a presença da autora nos relatos. Nana esteve nas celas e entrou em presídios como parente de presa para sentir como era o tratamento dispensado às visitas comuns. “Bom jornalismo se aproxima dos romances e foi isso o que busquei fazer. Também adoto uma posição, talvez um tanto polêmica, de que emoções devem fazer parte do relato jornalístico, afinal, as emoções fazem parte da realidade e toda história contada sem elas seria capenga”, observa a autora, que leu todos os processos das entrevistadas para apresentar, no livro, as versões das vítimas e da promotoria para os crimes relatados.

Nana Queiroz é jornalista e ativista pelos direitos das mulheres. Trabalhou em diversas publicações, como Correio Braziliense, Época, Galileu e Veja. É colunista do Brasil Post e fundadora do Movimento Eu Não Mereço Ser Estuprada, contra a culpabilização das vítimas de estupro, que ganhou repercussão internacional.
Foto de capa do livro por Ueslei Marcelino Reuters Divulgação
Serviço: Livro “Presos que Menstruam” de Nana Queiroz – Noite de autógrafos
Data: 9 de julho (quinta) às 19 horas
Local: Livraria Sebinho (CLN 406 – Bloco C – Loja 44 – Asa Norte)
Valor do livro: R$ 40,00
294 páginas
Editora Record. Grupo Editorial Record.

Foto de capa do livro: Ueslei Marcelino. Reuters. Divulgação