Matheus Nachtergaele recita poesias escritas por sua mãe em montagem na Funarte.

De 3 a 5 de junho.

Divulgação.
Fotos: Marcos Hermes. Divulgação.

A montagem Processo de Conscerto do Desejo traz Matheus Nachtergaele para a cidade, de 3 a 5 de junho, no Teatro Funarte Plínio Marcos. Escrito com ‘S’ e ‘C’ mesmo, em uma junção das palavras conserto e concerto, o ator declama os poemas da mãe em primeira pessoa e, acompanhado pelos músicos Luã Belik (violão) e Henrique Rohrmann (violino), relembra algumas das músicas de que ela gostava. “Quero consertar meu desejo com poesia, num concerto”, explica.

O espetáculo que nasceu a partir de uma leitura dos poemas de Maria Cecília no Festival de Teatro de Ouro Preto e Mariana, em julho de 2015, vem conquistando plateias por onde passa, como no último sábado (14/05), quando o ator foi aclamado em duas sessões realizadas na Igreja da Matriz, no festival Tiradentes em cena.

Matheus Nachtergaele era um bebê de apenas três meses quando perdeu a mãe, em 1968. Ao ler seus poemas, já em sua adolescência, sentiu como se a mãe falasse com ele e são estes textos que leva agora ao palco, em um recital. “Dela, me restaram seus poemas, lindos e maduros, escritos de uma jovem mulher moderna e triste, e essa veia que me marca a testa quando rio ou choro muito”, diz Nachtergaele.

A construção desse espetáculo, segundo o ator (e diretor), acontecerá diante do público: ”Preciso das pessoas, como observadores emocionados disso tudo. Quero ir consertando meu desejo de acordo com essa emoção, dia após dia. Como na vida. Como no teatro. Isso, só o teatro pode nos trazer. Temos um ator, um violão, lindos poemas e a canção. Tudo pequenininho para a grandeza do essencial: artista e espectador em oração profana”.

Processo de Conscerto do Desejo | Por Matheus Nachtergaele:

Poucas palavras se confundem tanto em nossa língua quanto ‘concerto’ e ‘conserto’. Aqui, elas se mesclam vertiginosamente. A palavra desejo, em filosofia, seria a tensão em direção a um fim de onde se espera satisfação. Tradicionalmente o desejo pressupõe carência, ou alguma forma de indigência: Um ser que não carecesse de nada, não desejaria nada. Seria um ser perfeito, um Deus. Por isso a filosofia, tantas vezes, considera o desejo como característica primeira do ser imperfeito, do ser finito. Quero consertar meu desejo com poesia, num concerto. Explico: minha Mãe, a poeta Maria Cecília Nachtergaele, faleceu quando eu era um bebê de três meses. Dela, me restaram seus poemas, lindos e maduros, escritos de uma jovem mulher moderna e triste, e essa veia que me marca a testa quando rio ou choro muito. Em “Processo de Conscerto do Desejo”, acompanhado pelo jovem violonista Luã Belik e do violinista Henrique Rohrmann, direi finalmente os poemas que guardei nos olhos e na alma como única herança dela. O espetáculo é simples assim: Um homem (que por acaso é um ator) diz no palco as palavras escritas por sua mãe. Um violão (não por acaso, pois Maria Cecília amava os violões) o companha. É só isso, se isso for pouco.

Matheus Nachtergaele Processo de Conscerto do Desejo 3
Serviço: Processo de Conscerto do Desejo, com Matheus Nachtergaele
Local: Teatro Funarte Plínio Marcos (Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural – Entre a Torre de TV e o Clube do Choro)
Data: De 3 a 5 de junho
Horário: Sexta e sábado às 21 horas e domingo às 20 horas
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Venda antecipada: www.brasiliashopping.com.br/central-de-ingressos e ingresso.com
Classificação etária: 16 anos
Duração: 60 minutos
Lotação: 517 lugares
Informações: (61) 3242-2415