Portal reúne depoimentos de profissionais que ganham a vida com a arte de contar histórias.

Projeto Lupa.

Gabriela Bilá. Fotos: Emília Silberstein. Divulgação.
Gabriela Bilá. Fotos: Emília Silberstein. Divulgação.

O portal do Projeto Lupa nasceu com a proposta de apresentar como começaram a escrever, como tornaram-se profissionais, quais os desafios e como funciona o processo criativo dos profissionais das letras. Com o formato de depoimento e fotos, são apresentados relatos sobre a paixão pelo ato de contar histórias através da escrita e a relação entre as dimensões práticas e subjetivas da criação.

Inicialmente foram escolhidos personagens do Distrito Federal ligados à arte de contar histórias. Já estão no ar os depoimentos da jornalista e proprietária de banca de jornais Conceição Freitas, do cineasta Iberê Carvalho, do compositor Clodo Ferreira e do poeta Nicolas Behr, entre outros.

Os perfis são pensados para leitura na internet, mas escritos no estilo do jornalismo literário, formato que foge do padrão objetivo das reportagens comuns, tornando a leitura mais dinâmica e poética. O estilo, que bebe na fonte da literatura, cumpre a missão de informar, mas traz ao leitor mais riqueza de vocabulário, melhor estrutura narrativa e aprofundamento de conteúdo.

A fotografia também tem papel de destaque no projeto. Os registros da fotógrafa Emília Silbertein reforçam o caráter artístico do projeto e ajudam a revelar um pouco mais da personalidade do entrevistado.

Depois o projeto se estenderá para o Rio de Janeiro e São Paulo. Idealizadora do site, a jornalista Naiara Leão conta como será a continuidade das entrevistas. “No Rio, por exemplo, a proposta é entrevistar imortais da Academia Brasileira de Letras e críticos de arte, especialidade pouco desenvolvida no DF. Em São Paulo, falaremos com professores do curso de Estudos Literários da Unicamp. O curso é o único no Brasil voltado para a formação de escritores em diferentes plataformas numa mesma graduação”, exemplifica.

Conceição Freitas.
Conceição Freitas.

E para estimular os futuros escritores, a cada mês, um dos profissionais entrevistados fará uma palestra em escola pública, seguida de atividade educativa. Nas escolas, o projeto trabalhará em parceria com professores de língua portuguesa, redação e literatura.

Escritores da comunidade, amadores ou profissionais, também serão convidados a participarem de debates e oficinas de criação. A ideia é que se apresente um panorama da profissão de escritor: quais as possibilidades, o que define um escritor. O aluno será estimulado a descobrir o valor da palavra, da escrita.

No último mês do projeto será realizada exposição com fotos e relatos dos escritores. Na ocasião alguns entrevistados e a equipe participarão de para um bate papo sobre o projeto.

Estimado em R$ 4,8 bilhões, o mercado editorial brasileiro está produzindo mais e imprimindo mais, segundo levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2013. Isso em se tratando apenas de livros. Mas a escrita abrange muito além. Engloba a composição de uma música, uma reportagem de jornal impresso ou online, o roteiro de uma série ou de um filme, entre outros. Quando todos os agentes desse processo que envolve a produção escrita entra na conta, esse número se multiplica vertiginosamente.

Mesmo assim ainda existem lacunas quanto ao entendimento da profissão escritor. O projeto Lupa nasce para aproximar quem já produz hoje a quem quer produzir amanhã: apresentar as pedras que existirão no caminho de quem pretende seguir o plano de viver das palavras, despertar possíveis talentos e apresentar as possibilidades de fazer desta arte um ganha pão.

Gabriela Masson.
Gabriela Masson.

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