1ª Feira de Artesanato e Renda – Renda-se vai de 1º a 3 de dezembro no Pontão do Lago Sul.

O artesanato é destaque em diversas coleções e se espande para a decoração e design com plena liberdade. O valor à arte feita à mão ganha um evento. A 1ª  Feira de Artesanato e Renda – Renda-se acontece de 1º a 3 de dezembro, no Pontão do Lago Sul. Trata-se de uma oportunidade para o brasiliense conferir os mais belos trabalhos de artesanato e renda atualmente desenvolvidos no Brasil.

Em exposição na Renda-se, trabalhos premiados e já exportados de associações e grupos de rendeiras e bordadeiras de diversos estados brasileiros que trabalham a inserção social e a inclusão no mercado de trabalho através do artesanato. Ainda, shows, palestras, rodadas de negócios e solidariedade: 10% do valor da venda dos produtos serão revertidos em doações para a manutenção do Lar São José, instituição que abriga idosos no Distrito Federal.

Na rodada de negócios da 1ª Feira de Artesanato e Renda – Renda-se, palestra com a jornalista e consultora de moda e estiloCristina Franco. No dia 1º, às 10h, ela fala a convidados e expositores sobre empreendedorismo, qualificação profissional, oportunidades e sustentabilidade. No dia 02, às 15h, acontece workshop com o grupo de bordadeiras Matizes Dumont para expositores.

“O artesanato com fios promove a preservação de nossa cultura, a inserção da mulher e seus familiares em atividades produtivas, além de estimular o cooperativismo e a permanência da artesã na sua comunidade”, observa Renata Hargreaves do Instituto de Educação, Esporte, Cultura e Artes Populares (IECAP), promotora do evento conjuntamente com Stella Guerra. “O intuito da feira é ajudar as rendeiras a vender seus produtos. Muitas vezes elas têm apoio para produzir, mas não conseguem comercializar”, explica Stella Guerra.

Entre os trabalhos a serem expostos na 1ª Feira de Artesanato e Renda – Renda-se estão os produzidos pelos artesãos da Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora de Sergipe (Asderen); Associação de Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas do Rio Grande do Norte (Timbaúba dos Artistas); Associação de artesãos Mãos de Aparecida de Goiás (Mão de Aparecida); Associação dos Artesãos do São João do Tigre; Projeto Cabocla Bordando Cidadania; Projeto de Artesanato Mato-Grossense, de Mato Grosso; Núcleo de Estudos e Organização da Mulher (NEOM) – Bordadeiras da Chapada dos Guimarães de Mato Grosso; Matizes Bordados Dumont, de Minas Gerais; Zoppi Casa Suon na Mesa (SP);  Efigênia Puntel Arte e Bordados e, do Distrito Federal, Sebastianas, Paranoarte e Mãos Que criam.

Expositores

Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora de Sergipe – Asderen (SE): A renda irlandesa produzida pelas mulheres de Divina Pastora é classificada como a do tipo “renda de agulha”. No processo de registro estão listadas duas dezenas de pontos apresentados em mostruário, os quais são nomeados com base na analogia a animais e vegetais que integram o universo das rendeiras, como por exemplo, pé-de-galinha, espinha-de-peixe, aranha, casinha-de-abelha e abacaxi. Atualmente o modo de fazer a renda irlandesa, tendo como referência as peças produzidas pelas artesãs do município de Divina Pastora/SE, foi incluído no Livro de Registro dos Saberes e reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Associação de Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas – Timbaúba dos Artistas (RN): O bordado produzido em Timbaúba é destaque como atividade econômica na cidade onde mulheres aprenderam o bordado clássico e o rústico com suas mães e avós. A peculiaridade de Timbaúba é o envolvimento dos homens nesse saber tradicionalmente feminino. Alguns senhores e rapazes bordam ao lado de suas esposas e encontram no bordado uma atividade digna capaz de gerar renda para o sustento da família.

Associação de artesãos Mãos de Aparecida de Goiás – Mão de Aparecida (GO): Trabalho iniciado junto a um grupo de mulheres e baixa renda, em uma região marcada por vítimas de violência doméstica, gravidez na adolescência e criminalidade, mas com dom para o artesanato e em busca de aperfeiçoamento, a associação ganhou fama rapidamente. Com o apoio de instituições estaduais e federais, as bordadeiras, seguindo as orientações das professoras de bordado da Secretaria de Ação Social, conseguiram um excelente resultado no produto (jogos americanos, toalhas de lavabo, nécessaires, etc.). O SEBRAE, reconhecendo a qualidade final do produto, convidou o grupo a expor na Casa Cor Goiás 2009 (loja do SEBRAE), Feira do Empreendedor, Feira da Solidariedade, entre outras. A Associação, já formalizada, participa da Casa Cor 2010 Goiás e Brasília (loja do SEBRAE). Na Casa Cor Goiás de 2011, dois arquitetos convidaram a Mãos de Aparecida a participar da composição de uma sala de banho, além da participação da Associação na loja do SEBRAE.

Associação dos Artesãos do São João do Tigre (PB): A Renda Renascença teve origem em Veneza, na Itália, por volta do século XVI, mas foi difundida pelos franceses, que adornavam o vestuário dos freqüentadores da corte com esse trabalho. Veio para o Brasil por intermédio das freiras e difundiu-se no Nordeste. A técnica foi passada para artesã pernambucana Dona Lála, que teria aprendido com as freiras e depois ensinado a muitas outras mulheres, entre elas uma aprendiz paraibana que trouxe a técnica para a Paraíba por volta de 1950 para a sua cidade natal, Monteiro. A partir disso, o trabalho se espalhou na região, principalmente nos municípios de Monteiro, Zabelê, São Sebastião do Umbuzeiro, Camalaú e São João do Tigre se transformou numa forma de sustento e, principalmente, de arte tecida pelas mãos habilidosas de muitas mulheres simples. A produção começou a ser difundida e amplamente divulgada a partir do Programa de Artesanato da Paraíba, criado em 2003 com o objetivo de inserir o artesanato paraibano no contexto da cadeia produtiva e econômica do Estado e do Brasil. Para isso, foram contratados consultores e designers de referência nacional, como Renato Imbroisi que desenvolveu uma coleção que agregou valor a produção da renda renascença, que, a partir daí, participou de eventos nacionais como a Rio Fashion Business e desfiles da grife paulista Cavalera e de coleções de Isabela Capeto.

Bordadeiras da Chapada dos Guimarães – Núcleo de Estudos e Organização da Mulher – NEOM (MT): O projeto desenvolvido pelo grupo de bordadeiras de Chapada dos Guimarães utiliza o bordado como instrumento sociocultural onde as mulheres beneficiadas pelo projeto retratam no pano bordado, um pedaço de suas vidas quando expressam no bordado o sentimento muitas vezes nunca expressado pelas mesmas. Os resultados são notáveis: mulheres resgatando a auto-estima que passam agora a ser reconhecidas como profissionais de sucesso por meio de seus trabalhos considerados  artísticos, além da geração de uma nova renda para a família.

Cabocla Bordando Cidadania (GO): Iniciado na agência prisional da Cidade de Goiás, o Projeto Cabocla Bordando Cidadania nasceu com uma oficina de bordados antigos para detentas de presídios de Goiás. O sucesso do projeto levou ao reconhecimento do trabalho e a conquista da remissão de pena. Após o cumprimento da pena, observou-se que algumas egressas tem tido a oportunidade de continuar produzindo e obtendo renda após a conquista da liberdade.

Efigênia Puntel  (MG) –  Há 50 anos Efigênia Puntel esbanja refino e bom gosto em cada bordado  que produz. Iniciou sua história fazendo peças para amigas e com qualidade única ficou conhecida internacionalmente no ramo de enxovais para cama, mesa, bebê e noivas. Os desenhos são feitos a mão, as cores e os melhores tecidos resultam em uma peça especial e única. Como o objetivo é sempre criar produtos personalizados cada projeto é feito de acordo com o gosto do cliente, tendo a forma a textura e a cor que desejar. A confecção dos enxovais é feita à mão por bordadeiras extremamente capacitadas, com o máximo de delicadeza e sensibilidade.

 

Matizes Dumont (MG): O grupo Matizes Dumont é formado por seis artistas de uma mesma família de Pirapora, Minas Gerais. Com a vida a andar, o círculo em sua vitalidade ampliou-se com a participação da terceira geração (Luana, Tainah, Maria Helena, Paula e Luíza). Herdada a vida bordadeira da mãe, a família foi bordando peças utilitárias em finos tecidos de cambraia, linho, prometi, seda, organza ou algodão e assim, descobriram o próprio movimento de criar bordados, que iam se transformando em telas que ilustram histórias e hoje chegam em forma de livros para todas as idades, podendo ser conferido obras de grandes autores brasileiros, como Jorge Amado, Ziraldo, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Rubem Alves, Carlos Brandão, Tetê Catalão, e também livros de duas das bordadeiras, Ângela e Sávia.

Mãos Que criam (DF): A associação da Estrutural é formada por 270 artesãos e gera renda para centenas de moradores da região com habilidades diversas. São produzidos artigos diversificados como peças em biscuit, suporte de jornal para plantas, panos de prato bordados, bolsas de garrafas plásticas, roupas, acessórios e até arranjos florais de borracha. O projeto começou há sete anos com apenas 25 mulheres, que viram a oportunidade de sustentar as próprias casas com a renda gerada pelo trabalho manual. Com muita dedicação e força de vontade, as empreendedoras conseguiram apoio do Sebrae e da Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, impulsionando a iniciativa hoje reconhecida nacionalmente.

Paranoarte (DF): Projeto de geração de renda na comunidade e inclusão social, tem como proposta o trabalho social voluntário voltado para o desenvolvimento da comunidade. O foco é o artesanato produzido principalmente com resíduos têxteis e materiais recicláveis em parcerias com a rede de produção e de comércio solidário, valorizando o artesão, o meio ambiente e a cultura popular. Consiste em buscar nas comunidades do Distrito Federal, especialmente entre os integrantes dos grupos de terapia comunitária, a descoberta de competências pessoais e habilidades artesanais para o desenvolvimento de trabalhos produtivos que resultem em geração de renda, dignidade, cidadania, melhoria da qualidade de vida e da auto-estima para as artesãs e suas famílias.

Programa de Artesanato Mato-Grossense (MT): Até 1970 o artesanato em Mato Grosso era utilitário e tradicional, representado pela cerâmica, tecelagem, cestaria, arte indígena, objetos de madeira, sendo uma atividade rural, feita sob encomenda ou para uso próprio, com a sua comercialização feita eventualmente, pouco representativa economicamente para os artesãos.  Em 1975 com a Casa do Artesão, teve inicio o desenvolvimento do artesanato no Estado. Surgiram programas como o “PRO-SOL”, credenciado pelo Governo Estadual para dar assistência técnica, financeira e social ao artesão – o órgão cadastrou artesãos, mapeou os núcleos artesanais, implantou os Centros de Produções com grande número de mãos-de-obra e implantou o Programa Nacional do Desenvolvimento do Artesanato (PND) -, a Associação Mato Grossense de Artesãos (AMA) e a Comissão Interinstitucional do Programa do Artesanato Matogrossense – CIPA. Hoje a equipe do Programa do Artesanato Mato Grossense trabalha para agregar valores à matéria–prima existente no Estado, e também tem a finalidade de transformar o artesão em empreendedor, este setor já acena como mais um segmento econômico forte para gerar emprego e renda. Com o sucesso do trabalho desenvolvido, o setor de artesanato, vem expandindo gradativamente a cada ano que passa, gerando novas características da cultura de Mato Grosso.

Ação Solidária

AS cooperativas participantes da 1ª Feira de Artesanato e Renda – Renda-se irão destinar 10% do valor arrecadado com a venda de seus produtos para a compra de donativos para a manutenção do Lar São José, do Distrito Federal. Há 40 anos a instituição abriga idosos abandonados e aqueles que não mais possuem familiares para auxiliá-los nas limitações físicas que a idade avançada traz. Lutando cotidianamente para conseguir manter os internos amparados e com dignidade, o abrigo conta hoje com uma equipe em que se misturam 46 voluntários e 10 condenados pela Justiça por ofensas menores – que cumprem penas alternativas fazendo serviços comunitários em locais como asilos, creches e hospitais. A mistura tem se mostrado eficaz. Para a admissão no asilo é preciso comprovar a inexistência de familiares e/ou a incapacidade de viver só. A triagem é feita pelo Centro de Desenvolvimento Social, órgão vinculado à Secretaria de Ação Social, que mapeia o perfil do requerente e o encaminha para a instituição mantenedora. Atualmente o Lar tem 50 moradores, sendo 39 dependentes (que não possuem vida própria/impossibilidade de locomoção) e 11 independentes (vida autônoma). O asilo é uma instituição filantrópica, localizada na cidade de Sobradinho/DF, atualmente composta por 37 funcionários entre administradores, enfermeiras, cuidadoras, auxiliares de serviços gerais e vigias noturnos.

Organizadora do evento

Criado em 2002 por um grupo de voluntários que atua junto às comunidades de baixa renda o Instituto de Educação, Esporte, Cultura e Artes (IECAP) tem beneficiado crianças, adolescentes, jovens e adultos em todo o Distrito Federal e, principalmente, no Núcleo Rural Lago Oeste, onde se encontra a sua sede social. No local instalou o Ateliê Rural que vem atendendo mulheres da região que participam de aula de corte e costura e usufruem de atendimento psicológico. Com essa experiência em campo, hoje o IECAP é organização social sem fins lucrativos com know how no que tange a desenvolvimento de projetos de cunho social e em benefício de comunidades de baixa renda, desenvolvendo trabalhos com o objetivo de assegurar uma nova renda. A1ª Feira de Artesanato e Renda – Renda-se apresentará um pouco do que o IECAP tem desenvolvendo junto a artesão do Distrito Federal e agora do Brasil.

Marias Brasilianas. Foto: Renato Mangolin.

Roteiro

Dia 1º/12

10h – palestra com Cristina Franco sobre empreendedorismo.

14h – abertura da feira ao publico em geral

20h – apresentação espetáculo Maria Brasilianas: a arte do fio

 

 Dia 02/12

9hs – abertura da feira para o publico em geral

15h  – rodada de negócios para as cooperativas  com a Matizes Dumont
20 h – apresentação cultural.  Em homenagem ao Dia Nacional do Samba, apresentação dos grupos Bateria Nota Show da Ceilândia e Bateria Bola Preta de Sobradinho 2.

 

Dia 03/12

9h – abertura da feira para o publico em geral

20h – encerramento

Serviço: 1ª  Feira de Artesanato e Renda – Renda-se

Data: 1º a 3 de dezembro de 2011 

Local:  Pontão do Lago Sul

Hora: das 14h às 20h (no dia 1º, quinta-feira) e das 10h às 20h (no dias 02 e 03, sexta e sábado)

Entrada franca

Informações: 61 3346.0032 /  8470.9949 – www.artesanatoerenda.com.br