CCBB Brasília recebe retrospectiva em homenagem ao cineasta Geraldo Sarno

Sertania. Divulgação.

O Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília apresenta a Retrospectiva Geraldo Sarno que exibirá, integralmente, a filmografia do cineasta baiano Geraldo Sarno – uma das grandes referências do cinema brasileiro moderno –, recentemente falecido em decorrência de COVID-19. 

A retrospectiva inédita, de 23 de maio a 11 de junho, exibirá 26 filmes (9 longas, 5 médias e 12 curtas-metragens). São documentários e ficções de um diretor combativo, perseguido pela ditadura militar, e cuja carreira se estendeu por mais de 5 décadas, sempre empenhado em registrar as diversas faces da cultura tradicional brasileira: a religiosidade popular; a herança cultural e espiritual afro-brasileira; a literatura de cordel; os santeiros; a memória do cangaço; o artesanato; as formas de cantoria tradicional. As entradas custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Coronel Delmiro.

Com curadoria de Ewerton Belico e Leonardo Amaral, a Retrospectiva Geraldo Sarno faz jus à importância histórica deste cineasta brasileiro cuja obra de impressionante consistência temática e notório engajamento político está há tempos longe dos olhos do grande público. 

Geraldo Sarno (1938-2022) é conhecido também como integrante da Caravana Farkas, projeto coletivo de realização documental capitaneado entre o final dos anos 1960 e o começo dos anos 1970, pelo célebre fotógrafo Tomaz Farkas. Assim como outros diretores ligados à Caravana (como Sérgio Muniz ou Paulo Gil Soares), Sarno teve uma carreira longa e prolífica depois da Caravana, entre o documentário e a ficção, entre o cinema e a televisão. 

Em Brasília, a retrospectiva contará com a apresentação curatorial (dia 23/05) e com dois bate-papos (dias 27/05 e 03/06 – ver programação), além do lançamento de um catálogo com grande acervo de escritos, fotografias e arquivos do próprio Sarno.

Viramundo.

Muitos dos seus filmes foram pouco exibidos, o que torna a mostra mais contundente e necessária a fim de se estabelecer novos diálogos e novas análises sobre a obra do diretor e sobre o cinema brasileiro.

A filmografia de Geraldo Sarno comprova o enorme interesse do diretor pelas diversas faces da cultura brasileira: a religiosidade popular, a literatura de cordel, os santeiros, a memória do cangaço, o artesanato, as formas de cantoria tradicional. Sua obra transita por diversas frentes, nas variações entre um Brasil tradicional e um Brasil moderno. 

Há em Geraldo Sarno um nítido interesse pela migração nordestina e pela herança sertaneja, que se espalha por inúmeros filmes, desde os migrantes abandonados na grande cidade, entregues à sua fé no clássico Viramundo (1965), ao político e empresário idealista encravado no meio do sertão pernambucano do longa de ficção Coronel Delmiro Gouveia (1977), passando pelo bumba-meu-boi de Dramática popular (1968); pela obra do escultor popular Mestre Vitalino, em Vitalino/Lampião (1969); as feiras populares nordestinas de Segunda-feira (1975).

Ainda em sua obra, existe ainda um fascínio pelas relações entre literatura, história e cinema, a exemplo de Semana de Arte Moderna (1972), O Picapau Amarelo (1973), adaptação da obra infanto-juvenil de Monteiro Lobato, de Casa Grande & Senzala (1978) e de Último Romance de Balzac; sobre o romance psicografado pelo médico e médium espírita, Waldo Vieira atribuído ao escritor francês Honoré de Balzac.

Os Imaginários.

O encerramento da Mostra conta com o filme Sertânia, festejado pela crítica brasileira como um dos melhores de 2022, e que marca a retomada da experiência do cangaço e, talvez, seja a obra mais ousada de Sarno.

A retrospectiva Geraldo Sarno ainda apresenta um trabalho inédito realizado por Sarno, um dos episódios da série Sertão de Dentro, e cópias novas dos filmes Iaô Plantar nas estrelas. 

O último romance de Balzac.

PROGRAMAÇÃO: 

Terça 23/05 

18h [Abertura] Brasil Verdade (130’, Geraldo Sarno, Paulo Gil Soares, Manuel Horácio Gimenez, Maurice Capovilla, 1968) | Livre 

Com apresentação da curadoria por Leonardo Amaral 

Quarta 24/05 

19h Os Imaginários (9’, 1970) 

Viramundo (38’, 1968) 

Viva Cariri! (39’, 1969) | Livre 

Quinta 25/05 

19h O Côco de Macalé (12′, 1982) 

Último Romance de Balzac (74’, 2010) | 12 anos 

Sexta 26/05 

17h Eu Carrego um Sertão Dentro de Mim (14′, 1980) 

A Terra Queima (58’, 1984) | Livre 

19h Coronel Delmiro Gouveia (90′, 1990) | Livre 

Sábado 27/05 

15h Mesa de Debate: Geraldo Sarno e a

experiência da Caravana Farkas | Livre


18h30 Sertânia

(97′, 2020) | 16 anos


Domingo 28/05 

16h Casa Grande e Senzala (15’, 1978) | Livre 

Deus é um fogo (80’, 87’) | Livre 

18h30 Dramática Popular (28′, 1968) 

Semana de Arte Moderna (58’, 1972) | Livre 

Terça 30/05 

18h Tudo Isto me Parece um Sonho (150′, 2008) | 14 anos 

Quarta 31/05 

19h Coronel Delmiro Gouveia (90’, 1992) | Livre 

Quinta 01/06 

19h Vitalino Lampião (9’, 1969) 

Herança do Nordeste (82’, Geraldo

Sarno, Sérgio Muniz, Paulo Gil Soarres, 1972) | Livre Sexta 02/06 

16h15 Brasil Verdade (130’, Geraldo Sarno, Paulo Gil Soares, Manuel Horácio Gimenez,

Maurice Capovilla, 1968) | Livre 

19h15 Sertão de Dentro (52′, 2023) | 10 anos 

Sábado 03/06 

16h Mesa de Debate:

Métodos de trabalho de Geraldo Sarno |Livre
 

19h Coronel Delmiro Gouveia (78′, 1990) |Livre 

Domingo 04/06 

17h Jornal do Sertão (15’, 1970) 

O Engenho (10’, 1970) 

A Cantoria (15’, 1970) 

Segunda-Feira (11’, 1975) 

Plantar nas Estrelas (17’, 1978) | Livre

19h Espaço Sagrado (17’, 1976) 

Iaô (70’, 1976) | 16 anos 

Terça 06/06 

17h O Picapau Amarelo (82’, 1972) | Livre 

Quarta 07/06 

17h Eu Carrego um Sertão Dentro de Mim (14′, 1980) 

A Terra Queima (58’, 1984) | Livre 

19h O Côco de Macalé (12′, 1982) 

Último Romance de Balzac (74’, 2010) | 12 anos 

Quinta 08/06 

16h30 Jornal do Sertão (15’, 1970) 

O Engenho (10’, 1970) 

A Cantoria (15’, 1970) 

Segunda-Feira (11’, 1975) 

Plantar nas Estrelas (17’, 1979) | Livre 

18h20 Tudo Isto me Parece um Sonho (150′, 2008) | 14 anos 

Sexta 09/06 

16h45 Vitalino Lampião (9’, 1969) 

Herança do Nordeste (82’, Geraldo

Sarno, Sérgio Muniz, Paulo Gil Soares, 1972) | Livre 

19h15 Espaço Sagrado (17’, 1976) 

Iaô (17’, 1976) | 16 anos 

Sábado 10/06 

16h Os Imaginários (70’, 1970) 

Viramundo (38’, 1968) 

Viva Cariri! (39’, 1969) | Livre 

18h30 O Picapau Amarelo (82’, 1972) | Livre 

Domingo 11/06

16h Dramática Popular (28′, 1968) 

Semana de Arte Moderna (58’, 1972) | Livre 

18h30 Casa Grande e Senzala

(15’, 1978) | Livre 

Deus é um fogo (80’, 87’) | Livre 

ATIVIDADES FORMATIVAS 

Terça 23/05– 19h 

Apresentação curatorial da mostra com Leonardo Amaral 

Sábado 27/05 – 15h 

Mesa de Debate / Geraldo Sarno e a experiência da Caravana Farkas

Palestrantes: Camila Dutervil (Documentarista e Antropóloga) e Edileuza Penha de Souza (Professora e Cineasta, UnB).

Mediação: Leonardo Amaral (curador) Livre [intérprete simultânea em LIBRAS] 

Sábado 03/06 – 16h 

Mesa de Debate / Métodos de Trabalho de Geraldo Sarno

Palestrantes: Rayssa Coelho (Pesquisadora e Produtora) e Dácia Ibiapina (Cineasta) Mediação: Ewerton Belico (curador) Livre [intérprete simultânea em LIBRAS]

SINOPSES: 

1_Viramundo

(Digital, p&b, 38 minutos, 1965)

Sinopse: A chegada de nordestinos à cidade de São Paulo ilustrada com depoimentos dos próprios migrantes e músicas com letras de José Carlos Capinan. A busca do trabalho é o grande tema apresentado, e a partir dele, é possível perceber percursos de vidas que se cruzam em uma nova cidade, onde desemprego, caridade e religião ocupam a ordem do dia.

Classificação indicativa: Livre

Filme completo ou trecho: https://www.thomazfarkas.com/filmes/viramundo/

2_Brasil Verdade

(Digital, p&b, 130 minutos, 1968)

Sinopses:

Compilação de 4 médias-metragens realizados entre 1964 e 1965 e lançados na forma de um longa de episódios em 1968, que veio a se tornar um dos clássicos do documentário brasileiro. A produção geral dos filmes foi de Thomas Farkas e todos eles tiveram músicas especialmente compostas por Gilberto Gil. Viramundo faz parte da complicação. Os outros são:

_Memórias do cangaço

Com roteiro e direção de Paulo Gil Soares, trata sobre o Cangaço, movimento armado de bandoleiros que atuou no nordeste brasileiro na década de 1930, incluindo depoimentos de sobreviventes da luta (policiais e cangaceiros), análise do antropólogo Estácio de Lima e imagens originais de 1936, filmadas por Benjamim Abrahão, mascate que se infiltrou nas fileiras de Lampião.

_Nossa escola de samba

Roteiro e direção de Manuel Horácio Gimenez, é um documentário social sobre o bairro carioca onde surge a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel: o cotidiano do morro, as transformações que ocorrem todo ano quando se aproxima o Carnaval, os preparativos, os ensaios e finalmente o desfile na avenida.

_Subterrâneos do futebol

Roteirizado em 1964 por Celso Brandão (texto), Clarice Herzog, João Batista de Andrade, Francisco Ramalho Jr. e dirigido por Maurice Capovilla, é exposto a paixão brasileira pelo futebol, o sonho de ascensão econômica dos jovens pobres que tentam ingressar na carreira de jogador e a válvula de escape das tensões sociais da maioria da população torcedora. Imagens de grandes jogos no Maracanã e no Pacaembu (nas quais aparecem o árbitro Armando Marques), com destaque para Pelé e o Santos, campeão paulista de 1964. Cenas com vários jogadores que participaram daquela campanha pelo clube santista: Pepe, Toninho Guerreiro, Lima, Coutinho, dentre outros.

Classificação indicativa: 12 anos

Filme completo ou trecho: https://www.thomazfarkas.com/filmes/memorias-do-cangaco/

3_Dramática popular

(Digital, p&b, 28 minutos, 1968)

Sinopse: O documentário aborda a literatura de cordel e manifestações como zabumba, dança do maribondo e o bumba-meu-boi, teatro de rua que trata da vida, da morte e da mitologia sertaneja.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://assistabrasilctav.turismo.gov.br/play/10703

4_Viva Cariri!

(Digital, colorido, 39 minutos, 1969)

Sinopse: Os confrontos e conflitos entre a cidade dos romeiros do Padre Cícero e as tentativas de desenvolvimento da região.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://vimeo.com/244397819

5_Vitalino/Lampião

(Digital, colorido, 9 minutos, 1969)

Sinopse: Dentre os artesãos do barro do Nordeste, o mais famoso, sem dúvida, foi Vitalino. A herança de sua arte se espalhou pela família. O filme se fixa na arte das mãos do mestre, através de seu filho, desde o instante em que pega o barro até quando o transforma numa imagem detalhada de Lampião, o rei do Cangaço, com todos os ícones de sua história.

Classificação Indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.thomazfarkas.com/filmes/vitalino-lampiao/

6_Os Imaginários

(Digital, colorido, 9 minutos, 1970)

Sinopse: Os romeiros nordestinos têm o hábito de comprar imagens de personagens nos quais neles identificam um comportamento exemplar. Talhando a madeira para dar forma a essas figuras, os imaginários, artesãos que fazem imagens de personagens típicos do nordeste tradicional e perpetuam uma tradição que se modificou com o tempo. As formas do artista tradicional se adaptar às exigências do mercado de turismo e a dissociação entre sua consciência e o significado real da obra a que se dedica.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=hB4DLSW22Ic

7_O engenho

(Digital, p&b, 10 minutos, 1970)

Sinopse: O filme documenta a fabricação da rapadura – açúcar mascavo em forma de tijolos – em um engenho do Vale do Cariri no Ceará, com a plantação da cana-de-açúcar em rico solo de massapê, o atraso tecnológico da produção em relação ao litoral e o consumo final do produto no comércio local.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.thomazfarkas.com/filmes/o-engenho/

8_A cantoria

(Digital, colorido, 15 minutos, 1970)

Sinopse: Os cantadores profissionais Severino Pinto e Lourival Batista se encontram para uma disputa poética e desafios de repente na fazenda Três Irmãos, em Caruaru, Pernambuco. Do encontro desenrolam-se Sextilhas, Dez pés a quadrão, Mourão, Martelo e Gemedeira, gêneros de cantoria marcados pela fidelidade às formas tradicionais do improviso e do canto.

Classificação indicativa: Livre

Trechos ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=iY05I-2qQn8 

9_ Jornal do Sertão

(Digital, p&b, 15 minutos, 1970)

Sinopse: Através dos improvisos dos cantores-repentistas e da literatura de cordel, uma visão de como essa forma cultural se transforma num verdadeiro jornal do sertão.

Classificação: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.thomazfarkas.com/filmes/jornal-do-sertao/

10_Herança do Nordeste

(Digital, colorido, 82 minutos, 1972)

Sinopse: O filme documenta aspectos diversos da cultura e da economia do Nordeste, registrando uma realidade em rápida transformação. Abrangem cinco capítulos que relatam o que de mais típico tem a região.

Casa de farinha

Dirigido por Geraldo Sarno, o documentário apresenta o processo de fabricação de farinha sertaneja.

O rastejador

Dirigido por Sérgio Muniz, o documentário mostra a profissão de rastejador no Nordeste.

Erva bruxa

Dirigido por Paulo Gil Soares, a produção de fumo tipo Bahia-Brasil é mostrada no documentário.

Jaramantaia

Dirigido por Paulo Gil Soares, o filme apresenta um dia de trabalho numa fazenda.

Padre Cícero

Dirigido por Geraldo Sarno, o documentário apresenta a figura icônica Padre Cícero, alvo catalisador da religiosidade da região nordeste.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://vimeo.com/244238199

11_Semana de arte moderna

(Digital, colorido, 54 minutos, 1972)

Sinopse: Este documentário aborda o que ficou definitivamente sepultado naqueles sete dias de 1922 e o que permaneceu vivo até hoje, ressaltando o significado de Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Di Cavalcanti e outros nomes.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=xBBX_btjcOg

12_O Picapau Amarelo

(Digital, colorido, 82 minutos, 1972)

Sinopse: O Visconde de Sabugosa está trancado na biblioteca escrevendo uma enciclopédia sobre os personagens das fábulas infantis. Dona Benta recebe uma carta do Pequeno Polegar, escrita em uma pétala de rosa, em que ele, constatando que os habitantes do mundo das fábulas estão esquecidos nos livros das estantes, solicita que todos morem no Sítio do Picapau Amarelo. Emília e as crianças adoram a ideia, e Dona Benta responde que sim. Eles se mudam. O Capitão Gancho aprisiona o príncipe da Branca de Neve e exige resgate em ouro. O Visconde de Sabugosa vai ter com Gancho e o convida para comer bolinhos de fubá no Sítio. Enquanto isso, Pedrinho e Narizinho convencem Sancho Pança a se fazer passar pelo Capitão Gancho, enganar os piratas e ordenar a soltura do príncipe.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.thomazfarkas.com/filmes/o-picapau-amarelo/

13_Segunda Feira

(Digital, colorido, 11 minutos, 1975)

Sinopse: Documentário, sobre a Feira de Caruaru, Pernambuco, que esmiúça as particularidades desses mercados a céu aberto, com seus rostos, canções populares e grande sorte de produtos à venda, vinculando esses ambientes à mais genuína cultura brasileira.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=2Go7n25gLyY

14_Iaô

(Digital, colorido, 70 minutos, 1976)

Sinopse: Africanos da língua ‘Iorubá’, originários da costa ocidental, foram trazidos para o Brasil a fim de trabalhar nos engenhos, nas minas e nos serviços domésticos. Seus descendentes até hoje conservam suas tradições, que sobreviveram às ofensivas da cultura dos brancos.

Classificação indicativa: 16 anos

15_Espaço Sagrado

(Digital, colorido, 17 minutos, 1976)

Sinopse: O culto dos orixás no terreiro, na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano. A casa de Exu e a comida sagrada. A camarinha, as ervas para fins rituais e os presentes para Yemanjá.

Classificação indicativa: Livre

16_Coronel Delmiro Gouveia

(Digital, colorido, 90 minutos, 1978)

Sinopse: Delmiro Gouveia é um homem rico e influente que decide ingressar na carreira política contra os tradicionais mandachuvas de Recife. Por ser idealista e populista, ele é expulso da cidade e acolhido

no interior por um poderosíssimo coronel. No novo lar, ele planeja montar uma indústria bem no meio do sertão, e mais uma vez encontra poderosos inimigos em sua empreitada.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=tLSiWW5x2Lo

17_Casa Grande e Senzala

(Digital, colorido, 15 minutos, 1978)

Sinopse: Sobre o livro “Casa Grande E Senzala” de Gilberto Freyre, publicado em 1933, obra que marcou uma nova fase estudos de Sociologia e Antropologia Social no Brasil. Análise da sociedade patriarcal, escravocata e latifundiária, essencial ao estudo da formação da sociedade e do homem brasileiro.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: http://www.linguagemdocinema.com.br/casa-grande-e-senzala/

18_Plantar nas estrelas

(16mm/Digital, colorido, 17 minutos, 1978)

Sinopse: Moçambique, ex-colônia portuguesa na África, independente desde 1975, é um país que busca seu próprio caminho lutando pela erradicação do analfabetismo e a reconquista de seus valores culturais. A prática da discussão comunitária e a educação pelo cinema são amplamente utilizadas nas aldeias. O filme retrata o funcionamento da escola, o trabalho comunitário e as manifestações culturais deste povo.

Classificação indicativa: Livre

19_Eu carrego um sertão dentro de mim

(Digital, colorido, 14 minutos, 1980)

Sinopse: Com narração baseada em texto de João Guimarães Rosa, são apresentados aspectos do sertão nordestino com depoimentos de Mestre Noza, um imaginário, artesão que se dedica ao artesanato em madeira produzindo imagens para os romeiros; declamação de versos e cantoria na voz de Severino Pinto, cantador profissional de repente; “o Coronel” Chico Heráclio, dono de terras e pai de dois deputados. Vaqueiros em cantoria feita por Raimundo Silvestre dos Santos.

Classificação indicativa: Livre

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=_reSRyO317c

20_O côco de Macalé

(Digital, colorido, 12 minutos, 1982)

Sinopse: Série de entrevistas na rua feitas por Jards Macalé.

Classificação indicativa: 14 anos

21_A Terra Queima

(Digital, colorido, 58 minutos, 1984)

Sinopse: O Nordeste é uma questão nacional em muitos sentidos. Não foi o clima que produziu o Nordeste como problemas, mas os senhores donos de terra, gente de carne e osso que vive no chão e não nas nuvens. Nenhuma fatalidade obrigou o Nordeste a trabalhar a cana-de-açúcar, a plantar o algodão, a criar o gado, mas os mesmos senhores de terra. O Nordeste não inventou o trabalho escravo, nem a exploração do trabalho das mulheres e das crianças, nem os imensos latifúndios. Foram os senhores donos da terra que para cá vieram e cá ficaram. O fato de não chover não produz miséria, assim como o fato de chover não produz riqueza. São os homens concretos. Por isso milhões de nordestinos ficaram sem trabalhar; assim se produziu a migração. Antes que o sol queimasse as costas dos imigrantes, queimou-se o fogo da concentração da terra.

Classificação indicativa: 12 anos

Trecho ou filme completo: http://www.linguagemdocinema.com.br/a-terra-quima/

22_Deus é um fogo

(Digital, colorido, 80 minutos, 1987)

Sinopse: O movimento católico da Teologia da Libertação.

Classificação indicativa: Livre

23_Tudo isto me parece um sonho

(Digital, colorido, 150 minutos, 2008)

Sinopse: Documentário e ficção se unem para realizar pesquisa sobre a vida do General Abreu e Lima, pernambucano que participou, ao lado de Bolívar, de batalhas que libertaram Colômbia, Venezuela e Peru da coroa espanhola.

Classificação indicativa: 14 anos

Trecho ou filme completo: http://www.linguagemdocinema.com.br/tudo-isto-me-parece-um-sonho/

24_O Último Romance de Balzac

(Digital, colorido, 74 minutos, 2010)

Sinopse: Médico e médium espírita, Waldo Vieira psicografou, em 1965, o romance “Cristo Espera por Ti”, atribuído ao escritor francês Honoré de Balzac. O filme retrata a polêmica em torno da obra, mesclando documentário e ficção.

Classificação indicativa: 12 anos

Trecho ou filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=ehQ6hwH5Iwc

25_Sertânia (Digital, colorido, 97 minutos, 2018)

Sinopse: Quando o bando de Jesuíno invade a cidade de Sertânia, Antão é ferido, preso e morto. O filme projeta a mente febril e delirante de Antão, que rememora os acontecimentos.

Classificação indicativa: 16 anos

Trecho ou filme completo: http://www.linguagemdocinema.com.br/sertania/

Sertão de dentro (52′, 2017) | 16 anos

Sinopse: Episódio inédito de série dirigida por Geraldo Sarno que revisita temas caros à sua carreira. Neste episódio, Sarno investiga a presença sertaneja na cidade de São Paulo, desde artistas até militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Curadores: 

Leonardo Amaral

Nascido em Divinópolis, Minas Gerais, Leonardo Amaral é doutor, mestre e graduado em Comunicação Social (Cinema) pela UFMG. Curador das mostras Tempos de Kuchar (SESC, 2016), Mostra Escola: Cidade Aberta (Caixa Cultural, 2017), Retrospectiva Helena Solberg (CCBB, 2018), El Camino: Cinema de Viagem da América do Sul (CCBB, 2023) e Retrospectiva Geraldo Sarno (CCBB, 2023). Membro de comissões de seleção dos festivais Festcurtas BH (2010-2013), forumdoc (2015-2017), Semana de Cinema (2016) e Lumiar (2018). Documentarista, diretor e roteirista de um longa-metragem (Semana Santa, 2013) e de diversos curtas exibidos e premiados no Brasil e no exterior. Pesquisador e professor de Cinema, tendo ministrado disciplinas na graduação da UFMG e na Escola Viva de Educação e Cultura, em Belo Horizonte.

Ewerton Belico

Roteirista, diretor, educador e programador. Integra a Associação Filmes de Quintal, mantenedora do forumdoc.bh – festival do filme documentário e etnográfico de Belo Horizonte – do qual é um dos programadores desde 2005. Participou de inúmeros programas de formação audiovisual como educador, com destaque para o ponto de cultura audiovisual Quintal de Cultura – Aglomerado da Serra. Foi ainda co-diretor e co-roteirista do longa-metragem Baixo Centro, vencedor da XXI Mostra de Tiradentes; e dos curtas-metragem Vira a Volta que faz o nó e A memória sitiada da noite.

CONVIDADAS: 

Camila Dutervil

Documentarista e antropóloga. Mestre em cinema pela Universitè Paris VIII e doutora em cinema pela Università Roma Tre. Já atuou como professora do curso de audiovisual na Universidade de Brasília e na Universidade Estadual do Paraná.  Estudou na EICTV em Cuba e participou de laboratórios nos Ateliers Varan e no Centro Sperimentale de Cinematografia. Seus documentários têm sido exibidos e premiados em festivais nacionais e internacionais, entre eles se destaca  Maria do Paraguaçu, melhor filme no Festival du Film Latino Americain de Bruxelles. Atualmente Camila está filmando o seu primeiro longa-metragem, Artérias, selecionado para o Torino Film Lab.

Dácia Ibiapina

Diretora, roteirista e produtora de cinema. Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Piauí, Especialização em Cinema e TV na Escola de Cinema e TV de San Antonio de los Baños/Cuba, Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília, Doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O primeiro filme como diretora foi feito em Teresina/PI, em 1984, como integrante do Grupo Mel de Abelha, e se chama O pagode de Amarante. Os primeiros estudos sobre o cinema, em busca de uma cultura cinematográfica, foram feitos junto ao Cineclube Teresinense, em Teresina/PI, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.

Rayssa Coelho

Produtora executiva e realizadora audiovisual de Vitória da Conquista, graduada em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, com MBA em Gestão de Projetos pela Anhembi Morumbi. Sua carreira na área de produção se iniciou no ano de 2007, na Mostra Cinema Conquista, onde veio atuar em outras 5 edições, e marcou o início da atuação profissional na área de produção de projetos, que conta com a produção executiva de outras iniciativas como Mostrinha de Cinema Infantil de Vitória da Conquista (6 edições), O que se aprende com o cinema: saberes e fazeres na relação cinema-educação (3 edições),  Janela de Cinema Itinerante (2 edições), Festival Poca Zói – Festival de Cinema do Sudoeste Baiano (3 edições), Cinema: Eis a Questão (9 edições). É no projeto Cinema: Eis a Questão que também tem atuação na área de curadoria, pois a ação faz a indicação e exibição de 3 filmes, anualmente, para composição das provas do vestibular para ingresso na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Desde o ano de 2007 é, portanto, colaboradora do Programa de Extensão Janela Indiscreta Cinema e Audiovisual, da Uesb, além de assinar a produção executiva do Programa de Extensão Universitária ProCine Uesb, aprovado pelo edital Proext, do Mec, no ano de 2011 e que teve duração até o ano de 2017. Produtora executiva e diretora do curta-metragem Coleção Preciosa, aprovado no Edital Setorial do Audiovisual de 2019, da Fundação de Cultura do Estado da Bahia, no qual foi também aprovado o projeto referente ao site Linguagem do Cinema, que pretende a ampla divulgação e acesso aos filmes e documentos relacionados ao conjunto da obra do cineasta Geraldo Sarno, do qual também é produtora e pesquisadora. No ano de 2020, foi contemplada pelo prêmio de trajetórias da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.

Edileuza Penha de Souza

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB, 2013), mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB, 2005), graduada em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES, 1994). Desde 2006 desenvolve pesquisas na área de cinema, com ênfase no Cinema Negro no Brasil. Trabalha com Educação atuando nos temas: Educação Escolar Quilombolas, Arte e cinema africano e diaspórico, Cinema e cineastas negras, Educação das relações étnico-raciais, formação de professores, Lei 10.639/2003.

Delmiro Gouveia.

Centro Cultural Banco do Brasil

Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF

Cinema (70 lugares)

Ingressos: R$ 10 9inteira e R$ 5 (meia). Disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura, a partir das 9h do dia da sessão. 

Para as atividades formativas de bate papo, ingressos disponibilizados 1h antes do início, apenas na bilheteria física. 

CCBB Brasília

Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h

Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF

Tel.: (61) 3108-7600

E-mail: ccbbdf@bb.com.br