O aclamado fotógrafo Roger Ballen ganha mostra na Caixa Cultural.

De 4 de outubro a 17 de dezembro.

“Engaiolado” (2011) Série “Asylum of the Birds”. Divulgação.

A mostra The Theatre of Apparitions de Roger Ballen chega a Galeria Principal da Caixa Cultural de 3 de outubro a 17 de dezembro, depois de passar pelo MAM (Rio de Janeiro), o MON (Curitiba), e o MAC (São Paulo).

 

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“Estalagem” (2008) Série “Boarding house”.

A exposição individual “explora temas e gêneros fotográficos do artista que, pouco a pouco, teceu o fio condutor das suas pesquisas estéticas e metodológicas mais particulares”, conta Daniella Géo, curadora da exposição.

“Arames rodopiando” (2001) Série “Shadow Chamber”.

Ballen teve sua trajetória profissional iniciada apenas em 1994, mas já coleciona importantes prêmios pelo mundo e se estabeleceu como um dos mais respeitados de sua geração. Suas fotografias fazem parte de coleções como as do MoMA, em Nova Iorque; Centre Georges Pompidou, em Paris; Maison Européenne de la Photogrpahie e Musée Nicephore Niepce, na França; Victoria & Albert Museum, em Londres; e Stedelijk Museum, em Amsterdã.

“Eugene ao telefone” (2000) Série “Outland”.

Na diversidade da obra de Ballen, suas fotografias mantiveram unicidade ao serem tanto associadas à estética do grotesco, quanto impregnadas de certa surrealidade. Segundo a curadora, as imagens apresentadas por Roger “são costuradas pela escolha singular das pessoas, dos objetos e do espaço em que são fotografados, pela estranheza de gestos, pela relação sui generis entre os elementos que compõem a imagem – muitos deles recorrentes –, além de frequentemente evocarem uma proximidade entre humanidade e animalidade”.

“Filhote de cachorro entre os pés” (1999) Série “Outland”.

A partir de 1995, com a série Outland, Ballen passou a desenvolver imagens fundamentadas nas teorias junguianas, que resultaram no que seria a principal transformação em seu trabalho, quando, para a curadora, “Ballen deixou a fotografia documental para investir na criação de imagens híbridas, que mesclam realidade e ficção, o documental e o teatral, o “simples” retrato e o tableau”, como meio de autodescoberta e autocompreensão. Para Roger, a arte mais importante é aquela que se implanta dentro do subconsciente humano: “Muitas vezes, declarei que quero que minhas imagens sejam como balas virais de ponta de prata: capazes de penetrar o espectador antes de ele estar ciente e, então, se espalhar por todo o corpo como um vírus”.

“Cabeça dentro de camisa” (2001) Série “Shadow Chamber”.

Em sua série mais recente e que será exibida pela primeira vez na América Latina na Caixa Cultural Brasília – The Theatre of Apparitions – vê-se a presença de pinturas em suas fotografias. A primeira das imagens desta série foi feita em uma prisão feminina abandonada. “Uma então presidiária havia pintado sobre os vidros das janelas de uma das celas e, depois, desenhado figuras sobre a tinta preta. Pouco depois dessa descoberta, comecei a recriar imagens similares àquelas na prisão, usando janelas de vidro”, descreve Roger. Embora este tipo de trabalho possa ser visto como puramente desenho, é crucial considerar que, “sem minha experiência de décadas de fotografia em preto e branco, essas imagens não teriam sido possíveis e foi fundamental na criação dessa iconografia única”, afirma.

“Dresie e Casie gêmeos Transvaal Ocidental” (1993) Série “Platteland”.

Serviço: Exposição “Transfigurações, fotografias 1968-2014”
Local: Galeria Principal da Cultural Brasília (SBS Quadra 4, Lotes 3/4 – Edifício Anexo à Matriz da Caixa)
Abertura: 3 de outubro (terça), às 19 horas, com visita orientada pela curadora da exposição, Sra. Daniella Géo
Visitação: De 4 de outubro a 17 de dezembro, de terça a domingo, das 9 às 21 horas
Informações: (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449
www.caixacultural.com.br
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca.