Artista português promove jogo com o olhar.

Divulgação.
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O artista português Rui Macedo subverte a linguagem pictórica e provoca o olhar do espectador. Ao usar a técnica da pintura a óleo para simular o real, sua obra tende a questionar a veracidade do que se vê na representação pictórica e, com isto, cria uma armadilha visual na qual o observador/espectador é apanhado. O público brasiliense pode conferir a mostra “Replay”, em exibição no Museu Nacional, de 29 de novembro a 5 de janeiro. A curadoria é de Caroline Menezes, crítica de arte da revista britânica Studio International.

São 19 pinturas de diversos tamanhos e inusitados enquadramentos em uma instalação pictórica site-specific, que brinca com as convenções da representação e da transitoriedade entre conceito, formalização e jogo perceptivo. Todas as pinturas partilham da mesma intenção: a desestabilização do lugar habitualmente adotado pelo observador que, deste modo, o leva a questionar a tradição da pintura perante a tela criada pelo artista.

Na concepção de Rui Macedo, o corte, a deslocação e a colocação imprevisíveis dos quadros são dispositivos definidores de um lugar – outro –, de visualização. A ordem estratégica das pinturas funciona como marca condicionante da percepção visual e estética do observador. Segundo o artista, “o rigor desta estratégia de instalação opera como dispositivo condicionado e condicionante e vem sugerir a incompletude das pinturas expostas. A estranheza e o desequilíbrio permitem sublinhar o questionamento no observador” Com pinturas figurativas, mas de certa forma não realistas, as obras de Macedo também representam a moldura como um trompe l´oeil, acentuando seu significado e função como peça estrutural e contorno separador. Ele explica: «A moldura, na sua gênese, é o lugar que limita ou delimita e que chama a si – pelo enquadrar – o lugar da obra acabada e íntegra». No caso da poética visual de Rui Macedo, essa lógica também é invertida.

Serviço: “Replay”, de Rui Macedo

Visitação: De 29 de novembro a 5 de janeiro, de terça à domingo das 9h às 18h30

Local: Museu Nacional Honestino Guimarães em Brasília

Entrada franca. Para todas as idades.