
Na concepção de Rui Macedo, o corte, a deslocação e a colocação imprevisíveis dos quadros são dispositivos definidores de um lugar – outro –, de visualização. A ordem estratégica das pinturas funciona como marca condicionante da percepção visual e estética do observador. Segundo o artista, “o rigor desta estratégia de instalação opera como dispositivo condicionado e condicionante e vem sugerir a incompletude das pinturas expostas. A estranheza e o desequilíbrio permitem sublinhar o questionamento no observador” Com pinturas figurativas, mas de certa forma não realistas, as obras de Macedo também representam a moldura como um trompe l´oeil, acentuando seu significado e função como peça estrutural e contorno separador. Ele explica: «A moldura, na sua gênese, é o lugar que limita ou delimita e que chama a si – pelo enquadrar – o lugar da obra acabada e íntegra». No caso da poética visual de Rui Macedo, essa lógica também é invertida.
Serviço: “Replay”, de Rui Macedo
Visitação: De 29 de novembro a 5 de janeiro, de terça à domingo das 9h às 18h30
Local: Museu Nacional Honestino Guimarães em Brasília
Entrada franca. Para todas as idades.