“Sade em Sodoma” estréia na Caixa com Guta Stresser e Tárik Puggina.

    Divulgação

    A Caixa Cultural Brasília apresenta, de 29 de abril a 02 de maio, o espetáculo “Sade em Sodoma”, adaptado para o teatro pelo diretor e dramaturgo Ivan Sugahara com base na novela inédita do autor Flávio Braga. A obra é baseada na literatura do Marquês de Sade, “Os 120 dias de Sodoma” (escrita no século XVIII), uma ficção que surgiu do universo do escritor francês e inclui ingredientes como a perversão sexual, crueldade extrema e prazer com o sofrimento alheio. As apresentações serão de quinta-feira a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h.

    Em cena, o soldado Mathieu (Tárik Puggina)  é contratado como guarda-costas de um nobre. Ele narra ao marquês os acontecimentos dos últimos quatro meses. A descrição dos desregramentos ali ocorridos envolve antigas cafetinas, que auxiliaram na criação dos climas de cada um dos 120 dias. O zeloso criado sugere que ele ouça também uma das cafetinas, Madame Duclos (Guta Stresser).

    O texto é direcionado ao Marquês de Sade, para quem as duas personagens Mathieu e Madame Duclos narram a história. “A montagem é extremamente elegante, requintada e com tudo que o texto imprime: selvageria, prazer através do sexo, crime, violência e escatologia que represento através da comida. A construção dramática da orgia vem pela comida”, antecipa Ivan Sugahara. Íntimo da obra de Sade, o diretor teve sua iniciação em 1998, na montagem de “Uma Noite de Sade”, na Casa da Gávea, no Rio de Janeiro. “Nessa montagem eu mostrava tudo. Agora em “Sade em Sodoma” eu escondo. Não preciso, na cena, sublinhar tudo que o texto diz”, completa.

    Autor do texto original de “Sade em Sodoma” (de 2008), Flávio Braga afirma que o marquês de Sade é tão atual quanto os massacres que, regularmente, são praticados em pontos obscuros do planeta, e completa: “A matéria-prima de Sade são as vísceras da tragédia humana, quando o campo de batalha é o corpo. Seja o corpo étnico, seja o corpo amado, seja o corpo do inimigo. Os conflitos de todas as nacionalidades terminam na questão central, que é o corpo. Sade antecipou, em seu “120 dias de Sodoma”, tanto Treblinka quanto Kosovo, tanto Stálin quanto Bush e Putin. Os personagens de Sade defendem a natureza do mal. Sem desculpas étnicas como os nazistas, sem a defesa de dogmas, como a Santa Inquisição e sem a desculpa ideológica, como os genocidas da atualidade. Simone de Beauvoir perguntou: “Devemos queimar Sade?””

    O ator Tárik Puggina foi quem teve a ideia de levar a novela para os palcos: “Assim que comecei a ler a novela do Flávio Braga, percebi que eu tinha em minhas mãos uma obra de rara qualidade. E que, muito embora não tenha sido escrita para os palcos, projetava imagens lindas em minha mente, como se teatro fosse. Imagens fortes, de grande beleza, que na sua crueza, como é a vida, ecoavam e pediam para serem libertas.”

    A atriz Guta Stresser surgiu naturalmente no projeto. Quando Tárik viu, lá estava ela saindo da televisão e mergulhando nessa empreitada. “O que mais me interessou foi a personagem Madame Duclos, dona de um bordel, muito diferente das que eu costumo fazer na TV. O desafio é tornar uma história agressiva e perturbadora, chegando ao público com humor e menos violência. Transformar uma orgia grotesca em um jantar elegante”, diz a atriz.

    O passo seguinte foi convidar o diretor Gerald Thomas que aceitou ministrar um workshop para os atores. Malas prontas, Guta e Tárik partiram para Londres, onde ficaram mergulhados na “oficina sodômica”. Por fim, já no Brasil, foi a vez de o diretor Ivan Sugahara assumir a encenação e a dramaturgia.

    Depois de Brasília a peça segue para a Caixa Cultural Rio de Janeiro.

    Serviço:“Sade em Sodoma”

    Data: de 29 de abril a 02 de maio de 2010
    Horário: quinta-feira a sábado, às 20h, domingo às 19h
    Local: teatro da Caixa Cultural Brasília – SBS Quadra 4, lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
    Recepção: (61) 3206-9448 – Administração: 3206-9450
    Bilheteria: (61) 3206-6456 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h)
    Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais, professores e empregados da CAIXA)
    Classificação etária: 18 anos

    Duração: 60 min
    Não será permitida a entrada após o início do espetáculo.
    Os ingressos começam a ser vendidos no dia 24/04/2010 (sábado).