Mostra reflete os olhares contemporâneos sobre a selva.

De 27 de abril a 10 de junho.

Rochelle Costi. Seu Ladir e Sumaúma. Divulgação.

A mostra Selva ocupa a Galeria Fayga Ostrower (Funarte) de 27 de abril a 10 de junho e une os artistas Analu Cunha, Carla Guagliardi, João Modé e Rochelle Costi. Todos pensam a ideia de selva como um lugar de alta biodiversidade, confrontando os conceitos de biodiversidade à uma possível “urbediversidade”. A produção mais recente dos artistas de Selva, tem se caracterizado pelo caráter investigativo, reflexivo e experimental em constante diálogo com novas tecnologias e propostas teóricas.

Analu Cunha irá apresentar a videoinstalação “Silva, Serpente” e o vídeo digital “Guariba, Guarida”, em que ambos refletem a ideia de selva como intrínseca e complementar aos conceitos de civilização e universalidade. Aqui, Silva, o sobrenome mais presente nas famílias brasileiras, segue o entendimento de ‘selvagem’, ainda que recalcado, percorre nossos corpos e âmagos sempre que é falado, escrito e assinado.

Carla Guagliardi traz a instalação “O Lugar do Ar”, na qual vergalhões de ferro pendem do teto através de bandas elásticas. Série iniciada pela artista em 1993 que se desenvolve a partir dos conceitos de interdependência, equilíbrio precário e vulnerabilidade, conceitos que norteiam o trabalho da artista. Carla também apresenta “Partitura IV, (vertical)”, nesta peças de madeira articuladas e bolas de espuma mantém um equilíbrio precário e vulnerável através da interdependência de suas partes. Em parceira com João Modé, a obra “Sete Flechas & Pena Branca” consiste numa instalação centrada no áudio de uma conversa entre os dois artistas feita com apitos de madeira. O ambiente receberá uma luz verde fluorescente pendendo de luminárias que se movimentam quase imperceptivelmente.

João Modé vai expor “Floresta com Anni Albers e Willys de Castro”, da série “Paninhos”, que são trabalhos feitos em tecido de uso cotidiano da casa do artista (panos de cozinha, lençóis, lenços) costurados e bordados. Esta série de trabalhos começou no final de 2013 é uma homenagem à tradição brasileira de arte construtiva. Outra obra que o artista exibe é a instalação “Sem título”, que apresenta um agrupamento de objetos com lâminas de vidro e lâmpadas que criam um espaço de abrigo e de diálogo entre estes objetos.

Carla Guagliardi. O lugar do ar.

“Margens”, de Rochelle Costi, apresenta uma série de fotografias que retratam a vida dos cidadãos ribeirinhos, também chamados de beiradeiros, população que vive na beira dos rios, às margens da floresta e subsiste da pesca, do extrativismo, do cultivo de pequenas lavouras ou da chamada marretagem (venda de produtos a bordo de embarcações). Os ribeirinhos são, na sua maioria, descendentes de sertanejos outrora levados alí para trabalhar na extração da borracha ou no garimpo e que, uma vez esgotados esses ciclos, foram abandonados à própria sorte por seus patrões. Miscigenados às mulheres indígenas, são íntimos da selva e manejam de seus benefícios com habilidade. Circulam com fluidez pelos rios e igarapés, trocam sua morada de lugar e não se consideram donos da terra que habitam, mas pertencentes a ela. Em “Margens” serão mostradas longas superfícies fluidas com imagens fotográficas impressas em material maleável, trazendo ao espaço expositivo a amplitude desse lugar sem endereço.

A palavra selva deriva do latim – Silva – sobrenome que possivelmente surgiu no Império Romano para denominar os habitantes de regiões de matas e florestas. Muitos desses habitantes se refugiaram do império justamente na península Ibérica (hoje Portugal e Espanha). O primeiro “Silva” a fixar raízes no Brasil foi o alfaiate Pedro da Silva, em 1612.

João Modé. Paninho Floresta com Anni Albers e Willys de Castro.

Serviço: Exposição: Selva – Analu Cunha | Carla Guagliardi | João Modé | Rochelle Costi
Local: Galeria Fayga Ostrower – Complexo Cultural Funarte (Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural – Entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Informações: (61) 2099-3076 / 2099-3079
Abertura: 26 de abril (quinta) às 19 horas
Visitação: De 27 de abril a 10 de junho
Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 21h
Classificação Indicativa: Livre
Entrada Franca
www.funarte.gov.br