Espetáculo infantil aborda as sementes da vida.

2 e 3 de abril.

Fotos: Débora Amorim. Divulgação.
Fotos: Débora Amorim. Divulgação.

O espetáculo Sementes: quando o sonhadário germina tem apresentações nos dias 2 e 3 de abril (sábado e domingo), às 16 horas, no Teatro Plínio Marcos (Complexo Cultural Funarte). No palco a metáfora poética da semente. A criação do espetáculo começou com as lembranças de uma brincadeira de criança. Os adultos diziam “se você engolir uma semente de fruta nascerá uma planta na sua barriga”. Todas essas possibilidades e fantasias povoaram a mente da atriz Caísa Tibúrcio durante a montagem do seu novo solo.

A relação com a natureza é fisiológica e constante no espetáculo. As sementes, as frutas, as flores e compõem o mosaico natural e o ambiente lírico das cenas. O resultado desse mergulho nas memórias das histórias da infância foi essencial para a montagem do espetáculo.

À partir da metáfora poética da semente, Caísa Tibúrcio criou um número de palhaça em 2014. Depois em 2015 o número cresceu e virou um espetáculo solo da palhaça Ananica que participou da III edição do TPMs – Temporada Internacional de Palhaças no Mês da Mulher em 2014 e do IV Encontro Internacional de Palhaças de Brasília nesse mesmo ano.

Durante esses dois anos de brincadeira com as sementes, as e explorações com esse tema ficaram cada vez mais intimas e fortes para o processo criativo. Ao mesmo tempo os desafios, a paixão e os aprendizados com a arte da palhaçaria também foram crescendo. Nesse período de busca e estudo da linguagem, os palhaços e amigos: Manuela Castelo Branco (Matusquella), João Porto Dias (Lalá) e José Regino (Zambelê), Denis Camargo colaboram bastante, sempre generosos nas mudanças, crescimentos e amadurecimentos das ideias que surgiam.

Em 2016 a metáfora da Semente foi ganhando proporções e significados maiores. O filósofo Gaston Bachelard, “Meu pé de poesia” de Wilson Pereira, as metamorfoses naturais presentes na poesia de Manoel de barros, a figura mítica Maira Jatobá de Helena Oliveira, a música de Luiz Gonzaga, “A maior flor do mundo” de José Saramago e “Marcelo Marmelo Martelo” de Ruth Rocha são referências primordiais que contribuíram para a construção final do novo espetáculo.

Foto Debora Amorim 2
Na intenção de organizar todas os novas sonhos, desejos poéticos, Caísa Tibúrcio chamou a artista Ana Flávia Garcia para fazer a direção final do espetáculo. Semente ganhou sobrenome, virou: Sementes – Quando o sonhadário germina.

A construção desse espetáculo foi um processo criativo diferente, pois a maturação e criação foi feito durante as apresentações do material criativo em festas, shoppings, teatros, cabarés de palhaços, escolas, grupos, rodas de mulheres grávidas e crianças. As influências de várias pessoas, públicos e lugares diferentes foram influências importantes para o amadurecimento dessa nova semente de criação que estreará em abril.

Caísa Tibúrcio é mãe de dois filhos, durante as gestação dos filhos sempre foi envolvida com os movimentos de parto natural, já trabalhou com culinária natural/vegetariana e plantio de orgânicos. Essas vivências também influenciaram o desejo artístico de trabalhar com o feminino, com a figura da mulher camponesa ligada à terra e às ancestralidades culturais. Durante as pesquisas, a percepção da força poética que há na metáfora da semente veio com a informação de que a agricultura começou por meio da mulher. Quando a mulher/mãe percebeu que plantando sementes o alimento dos filhos estaria garantido, que a vida poderia continuar.

Trata-se de um espetáculo que fala sobre as possíveis Sementes da vida, das organizações, dos desejos, dos sonhos, da arte. A metáfora de plantar e cuidar de uma semente é explorada até a última potência. A personagem é uma plantadeira imperturbada. Todos nos podemos ser terreno fértil para germinar desejos incríveis, todos nós podemos ser cuidadores de projetos, pessoas, encontros, sementes…. O espetáculo explora a auto reflexão e faz pensar sobre a posição do criador e seu papel diante da obra de arte e do mundo. Fala sobre a relação respeitosa e intensa do homem com a natureza e a preservação do meio ambiente. Tem uma maneira especialmente poética de discutir a conscientização ecológica entre as crianças.

Foto Debora Amorim 3
Serviço: Sementes: quando o sonhadário germina
Data: 2 e 3 de abril (sábado e domingo) às 16 horas
Local: Teatro Plínio Marcos – FUNARTE/Brasília
Entrada: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Duração: 40 minutos
Classificação indicativa: Livre
Informações: 8137-9844
O espetáculo participa do programa Eu faço cultura. Escolas públicas, ONGs e beneficiários do bolsa família cadastrados no programa podem retirar o ingresso gratuitamente no site http://www.eufacocultura.com.br/Beneficiario