Teatro Visual: O Que Ainda Não Tínhamos Visto?

Estudo para Balanço. Direção de Adriano e Fernando Guimarães. Com Vera Holtz. Divulgação.
Os Irmãos Guimarães apresentam um ciclo de atividades e formação intitulado Teatro Visual: O Que Ainda Não Tínhamos Visto? entre os dias 28 de janeiro e 18 de março na Funarte.

Ao criar o Núcleo de Pesquisa Resta Pouco a Dizer, os diretores Adriano e Fernando Guimarães investigam o Teatro Visual como um dos precursores do teatro contemporâneo onde os elementos da cena, como cenários, cores, corpos, figurinos, gestos, iluminação, objetos e sons se hibridizam  e fazem do texto um elemento complementar à encenação, todos unidos em um conjunto sinestésico. Perfeito para o universo de Samuel Beckett e suas obras sensoriais e multifacetadas onde os personagens protagonizam ao lado de diversos elementos em uníssono completo.

O Núcleo de Pesquisa Resta Pouco busca novos olhares e fazeres da cena ao fundir estas características em performances ousadas como Respiração Embolada, Respiração Mais e Respiração Menos, onde sobrepõem composições sonoras, dramaturgias visuais, intérpretes em situação de risco e desconstruções.

O projeto promove intercâmbio com a companhia mineira de marionetes Pigmalião Escultura que Mexe, sediada em Belo Horizonte. O grupo apresentará Bira e Bedé, livre-adaptação lúdica de Esperando Godot com o uso de marionetes, ministrará a oficina A Composição da Marionete e a Construção do Movimento; e participará de um diálogo com a platéia sobre A Visualidade no Teatro de Marionetes.

Bira e Bedé. Pigmalião Escultura que Mexe. Foto: Mariana Blanco.

A ocupação da Funarte pelo projeto foi contemplada junto à edital com  apoio do Centro Cultural Banco do Brasil e prevê espetáculos, oficinas, palestras e performances em dois meses de atuação.

O primeiro espetáculo, Balanço, com Vera Holtz, será apresentado no dia 28 de janeiro (sexta) às 20 horas, com texto de Samuel Beckett e direção de Adriano e Fernando Guimarães. Na mesma noite, o professor Fábio de Souza Andrade (USP), tradutor de Samuel Beckett no Brasil, conversa com o público, a partir das 20:30, sobre O Conto’ cada vez pior: ‘o mail visto, mal dito’ na obra beckttiana.

Confira a programação completa:

Espetáculos e Performances:

28 de janeiro (sexta) às 20 horas – Balanço – Direção de Adriano e Fernando Guimarães. Com Vera Holtz.

Desceu tudo para a velha cadeira de balanço, balanço mãe, onde a mãe balançava todos os anos, toda de preto…

 


Respiração menos com Alessandro Brandão e Bruno Torres. Divulgação.


29 de janeiro (sábado) às 20 horas Respiração Menos – Performance de Adriano e Fernando Guimarães com Bruno Torres, Leandro Menezes e Diego de León.

30 de janeiro (domingo) às 20 horas – Ir e Vir – Direção de Adriano e Fernando Guimarães com Camila Evangelista, Michelly Scanzi, Tati Ramos e Valéria Rocha.

Podemos não falar dos velhos tempos e do que aconteceu depois?

31 de janeiro (seguda) às 20 horas – Respiração Mais com Bruno Torres, Diego de León, Leandro Menezes, Mateus Ferrari.

12 e 13, 18 e 19, 26 e 27 de fevereiro às 21 horas – Resta pouco a dizer (“Respiração Mais”, “Catástrofe”, “Ato sem Palavras II”, “Jogo”, “Respiração I e II”, “Respiração Embolada”) – Ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00

Respiração I e II e Respiração Embolada – Performances de Adriano e Fernando Guimarães com Bruno Torres, Camila Evangelista, Diego de León, Kaká Taciano, Leandro Menezes, Mateus Ferrari, Michelly Scanzi, Otávio Salas, Tati Ramos,Valéria Rocha.

Ato sem palavras II, de Samuel Beckett – Direção de Adriano e Fernando Guimarães com Bruno Torres, Leandro Menezes e Mateus Ferrari.

Jogo, de Samuel Beckett – Direção de Adriano e Fernando Guimarães com Camila Evangelista, Diego de León e Michelly Scanzi.

12 e 13 de março, às 16 e 19 horas – Bira e Bedé – Livre-adaptação de Esperando Godot, de Samuel Beckett – Direção de Eduardo Félix com Daniela Papini, Eduardo Felix, Gilberto Alves, Huberth Allan, Igor Godinho, Mariliz Schrickte e Taís Scaff.

Respiração Embolada. Foto: Lenise Pinheiro.

Diálogos – sempre às 20:30:

28 de janeiro (sexta): “’O Conto’ cada vez pior: o ‘mal visto, mal dito’ na cena beckettiana” com Fábio de Souza Andrade (USP-SP).

A obra final beckettiana promove uma confusão voluntária entre a página e o palco. Tanto CompanhiaMal visto, mal dito podem ser lidos como narrativas do drama da criação, enquanto PassadasImproviso de Ohio se deixam encenar como miniaturas dramáticas narrativas. A complexidade e importância de Beckett como inventor de formas no teatro e na ficção devem muito a este embaralhamento de gêneros e convenções que, no drama, como na prosa final, se potencializa ao limite.

29 de janeiro (sábado): “A Encenação Performativa”  com Antônio Araújo (USP-SP).

A relação entre encenação e performance na cena contemporânea, por meio de elementos como a autobiografia do encenador, a “site especificidade”, a recusa da unidade e da homogeneidade, o hibridismo e o estatuto do inacabamento e do work in progress, além da noção de encenação-em-processo e do dispositivo da colaboratividade na construção do discurso/forma da encenação.

30 de janeiro (domingo)“Territórios em Trânsito” com Lílian Amaral (USP-SP).

A Interterritorialidade funda-se na concepção ampliada da Arte como Experiência. No trânsito pelas diferenças entre visualidade e visibilidade, passa-se do espaço ao lugar, opera-se uma distinção entre visualidade e visibilidade, entre recepção e percepção, entre comunicação e informação. Em todas essas diferenças se produzem metamorfoses do olhar.

31 de janeiro (segunda): “Suspensões, intervalos: os contornos de um diálogo contínuo”

Algumas anotações sobre o trabalho desenvolvido por Adriano e Fernando Guimarães em torno da obra de Samuel Beckett do ponto de vista da opção estética assumida nas performances e na cenografia das peças, a partir de um elemento recorrente – a caixa-cubo, em suas diversas configurações. Uma visão do objeto como pontuação – suspensão, intervalo – trazida do universo beckettiano e introduzida na poética dos dois artistas.

18 de março (sexta): A Construção do Movimento no Teatro de Marionetes”, com Eduardo Felix (Pigmalião Escultura que Mexe-MG).

O teatro de bonecos serve-se de todas as artes em sua complexa construção. A marionete entrega-se ao seu papel de forma integral e inabalável, com múltiplas possibilidades cênicas, plásticas, literárias e filosóficas. Por percorrer todos esses territórios, torna-se então um campo fértil para trans-criações e transposições de linguagens, oferecendo possibilidades ilimitadas à cena contemporânea.

 

Jogo. Direção de Adriano e Fernando Guimarães. Na foto: Camila Evangelista, Diego de León e Michelly Scanzi. Divulgação.

Oficinas:

1º de fevereiro a 3 de março – “Sujeito Menos: o intérprete na cena beckettiana” terças e quintas-feiras, das 14:30 às 17:30.

Panorama das transformações no palco ao longo do século XX. Os desafios do ator frente às novas dramaturgias cênicas. O ator-performer. Corpo e voz na cena beckettiana.

Ministrante:   Adriano Guimarães, Camila Evangelista, Diego de Leon, Michelly Scanzi e Valéria Rocha.

Convidada: Sheila Campos.

Número de vagas: 10 participantes.

Carga horária: 30 horas/aula.

02 de fevereiro a 2 de março – “A Palavra e a Imagem: Análise e Leitura de Esperando Godot – segundas, quartas e sextas-feiras, das 14:30 a 17:30.

Panorama das transformações no palco ao longo do século XX. A nova escritura cênica. A ruptura empreendida por Esperando Godot. Leitura Dramática da obra.

Ministrante: Fernando Guimarães.

Convidada: Sheila Campos.

Numero de vagas: 10 participantes e 05 ouvintes.

Carga horária: 40 horas/aula.

10 a 17 de março – “A Composição da Marionete e a Construção do Movimento” – quinta e sexta, e de segunda a quinta-feira, 14h às 19h 

Os procedimentos necessários à construção de uma marionete de fios e os princípios de manipulação. Cada participante construirá uma marionete.

Ministrante: Eduardo Felix

Numero de vagas: 10 participantes.

Carga horária: 30 horas/aula.

Inscrições e informações: teatrovisual@gmail.com mediante envio de currículo artístico.


Serviço: Teatro Visual: O Que Ainda Não Tínhamos Visto?

Data: 28 de janeiro a 18 de março de 2011

Local: Teatro Funarte Plínio Marcos (Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural – Lote II – entre a Torre de TV e o Clube do Choro)

Ingressos somente na Funarte

Informações: teatrovisualocupacaofunarte.wordpress.com

Classificação Indicativa: 12 anos