Funarte ganha nova ocupação que começa com a Semana Paraense de Culturas.

Gang do Eletro. Divulgação.
Gang do Eletro. Divulgação.

O projeto Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico vai de 29 de julho a 2 de agosto no Complexo Cultural Funarte, como primeiro item da programação da nova ocupação da Funarte, que trará a diversidade da produção artística e criativa do Distrito Federal, Belém (PA) e Goiânia (GO).

Durante esses dias, o espaço será ocupado com apresentações de teatro, dança, cinema, rodas de conversa, atividades formativas, feirinhas de produtos criativos e shows musicais. A iniciativa é do Coletivo Miasombra em parceria com A Trama – Associação de Teatro e Dança da Amazônia. Contemplado pelo Edital de Ocupação do Teatro Plínio Marcos 2015 (Funarte Brasília, do final de julho a dezembro de 2015).

De caráter ousado e inovador, a ocupação Território Paranoá pretende difundir obras e fomentar a cena cultural brasileira, promovendo o processo de descentralização do escoamento da produção artística geralmente direcionada ao eixo sul sudeste para a criação e consolidação de um novo eixo de consumo cultural no país, contribuindo e fortalecendo a identidade nacional.

A programação inicia na próxima quarta (29 de julho) abrindo com a “Semana Paraense de Cultura” – dedicada às expressões culturais do Pará, com destaque para Artes Cênicas, Cultura Popular, Música e Artesanato – atividades gratuitas – e gastronomia. Ao longo dos meses outras cenas, além da cultura paraense, virão à tona, ocupando o espaço com temporada de apresentações de espetáculos de artes cênicas, com bilheteria gratuita ou a preço popular.

O Cine Paranoá traz o eixo audiovisual, com exibição de curtas e longas metragens, ao ar livre, no jardim do Complexo Cultural da Funarte. Também gratuito. No Território de Diálogos Culturais, uma roda de conversa será em torno de relatos e trocas entre integrantes de grupos locais e nacionais sobre o panorama atual nas artes.

Além de espetáculos, rodas de diálogos e cinema, a ocupação oferecerá quatro oficinas de formação continuada, que tratam de diferentes linguagens nas artes cênicas, bem como em outras áreas artísticas: Mímica para Atores e Músicos (Miquéias Paz / DF), Criação de Formas Animadas com Sucata (Aline Chaves / PA), Roteiro e Dramaturgia (David Matos / PA) e Criação De Livros Interativos Pop-Ups (Liana Yuri / SP).

Na sessão “Ocupa à Gosto do Cerrado” serão promovidas atividades que se dedicam especialmente ao Grafite, Hip-Hop, Circo, apresentações teatrais, “contação” de histórias, sarau de poesias, música alternativa, plantio de árvores, cultura vegana, permacultura e sustentabilidade ambiental.

Na “Àgora da Música Brasileira”, bandas nacionais, expoentes, e grupos de artes cênicas se apresentam e participam de três dias de atividades. Os espetáculos e shows trazem bandas, duplas, trios e solos que criam em diferentes estilos a contemporânea música brasileira, seja como resultado principal ou secundário.

No mês de outubro, é a vez da mostra “Primavera do Teatro”, dedicada à programação infantil. Em quatro semanas, atividades em diferentes linguagens serão desenvolvidas, como Teatro de Bonecos, Teatro infantil, Circo e Teatro de Sombras.

Na “Mostra Artes Cênicas do Cerrado Amazônico”, grupos contemporâneos de Artes Cênicas das regiões norte e centro-oeste do país se apresentam e participam de rodas de debates, em quatro semanas de atividades. As apresentações são gratuitas e à preço popular.

A ocupação também consolidará parcerias com grupos e produtoras culturais de Brasília, que utilizarão o espaço para mostras e apresentações de espetáculos. Já estão confirmadas as atividades do Festival Cena Contemporânea (Cena Promoções), Mostra Internacional de Mímica (Matéria Primma Produções), Encontro de Teatro Lambe-Lambe (As Caixeiras Cia. de Bonecas), Solos em Cena (Matéria Primma Produções) e Ser Negra – IFB (Instituto Federal de Brasília).

O “Território Paranoá – Eixo Cerrado Amazônico” terá início no próximo dia 29 de julho, com a Semana Paraense de Cultura. Até dia 2 de agosto, o Complexo Cultural Funarte abrigará barracas de comida típicas, artesanato e ervas da Amazônia, mostra de filmes, apresentações musicais e teatrais.

Brasília foi escolhida para sediar o evento graças à sua característica integradora, já que imigrantes de todos os lados do Brasil se uniram para criar a cidade de todos os brasileiros.

Para o coordenador de produção Patrick Mendes, ¨a capital é o lugar em que os sotaques paulista, carioca, mineiro, nortista, nordestino, sulista se encontram e misturam, por isso é palco perfeito para novos eixos de difusão cultural, muito além do Rio-São Paulo¨, exalta.

Todos os dias, a partir das 17 horas, serão instaladas barracas tradicionais no Jardim da Funarte, no Eixo Monumental. Artesãos, cozinheiros e coletores de ervas explicarão a origem dos pratos, transmitirão a sabedoria do Pará e exporão a arte regional.

O artesanato regional é um caldeirão de misturas, com técnicas indígenas, cabocla e amazônida. No repertório estão colares, cerâmicas, cestaria, trabalho em látex e outros materiais. Algumas com característica utilitária, e muitas destinadas ao adorno, transmitem beleza e exuberância ao espaço que ocupam.

Paralelo às barracas, a partir das 19 horas, de 29 a 31 de julho, 18 horas no dia 1 de agosto, e 20 horas em 2 de agosto, há uma diversificada programação, que envolve teatro com bonecos, grupos de carimbó e sessões de cinema.

Um dos destaques vai para a Gang do Eletro – formada em 2008 e ganhadora do Prêmio Multishow em 2012, a trupe mistura música dance europeia com carimbó, tecnobrega (ritmos locais), adicionando pitadas latinas de cumbia e reggaeton.

O grupo de carimbó Os Quentes da Madrugada também está na lista de atrações, oriundos da Irmandade de Carimbó de São Benedito – fundada em meados do século XIX, na cidade de Santarém Novo. Os “Quentes” são fiéis à origem do ritmo, da mesma matriz africana do samba e paraense por excelência.

O músico e produtor Manoel Cordeiro e sua banda trazem um show que sintetiza as sonoridades suburbanas e influências caribenhas, lambada, o boi-bumbá, o carimbó, colocando em primeiro plano suas composições e seu estilo. Música instrumental virtuose, mas cheia de dança.

A Mostra de Cinema do Território Paranoá será realizada, nesta primeira etapa, nos dias 29 e 30 de julho. Na primeira sessão, dia 29, a Mostra reúne filmes da cineasta paraense Jorane Castro.

Serão exibidos curtas metragens de ficção dirigido por ela em três fases da carreira: “As Mulheres Choradeiras”, de 2000, “Quando a Chuva Chegar”, de 2006 e “Ribeirinhos do Asfalto”, que traz no elenco a atriz Dira Paes, realizado em 2010.

Também serão exibidos os curtas documentais “Mãos de Outubro”, de 2009, com direção de Vitor Souza Lima, e “Ópera Cabocla”, de Adriano Barroso, ambos com produção executiva de Jorane Castro por meio de sua produtora, a Cabocla Filmes. Na ocasião estarão disponíveis para venda os DVDs com os curtas.

No segundo dia de exibição, dia 30 de julho, o público assistirá a três médias documentários que integram produzidos pelo projeto Visceral Brasil e já exibidos pela Rede Brasil de Televisão. Serão mostrados episódios com Dona Onete, Mestre Laurentino e Mestre Vieira, três grandes ícones da cultura paraense, todos com mais de 70 anos de idade e ainda em franca produção. Em setembro, o público também poderá ver um show de Mestre Vieira, que participa da programação de shows do Paranoá.
Belém do Pará
PROGRAMAÇÃO:

SEMANA PARAENSE DE CULTURAS – 29 de julho à 2 de agosto

Abertura, quarta, às 29/07 ás 17 horas

29 (quarta)
17h. Feira de comidas típicas, artesanato, ervas amazônicas (Jardim da Funarte)
19h. Cine Paranoá (Jardim da Funarte)
Sessão Amazônica – Mostra Jorane Castro – Cabocla Filmes
· As Mulheres Choradeiras (15 min)
· Quando a Chuva Chegar (15.min)
· Ribeirinhos do Asfalto (15 min.)
· Mãos de Outubro (20 min.)
· Ópera Cabocla (26 min.)

30 de julho (quinta)
17h. Feira de comidas típicas, artesanato, ervas amazônicas (jardim da Funarte)
19h. Cine Paranoá (Jardim da Funarte)
Sessão Pai D’égua – Mostra Visceral Brasil – Dir. Márcia Paraíso
· Dona Onete – A encantadora de botos (26.min)
· Estilo Laurentino (26 min.)
· O Sotaque da guitarra – Mestre Vieira (26min.)

20h. Curupira – um milhão de nós – In Bust teatro com bonecos (PA) (Teatro Funarte Plínio Marcos)

31 de julho (sexta)
15h. Território de Diálogos Culturais (Teatro Funarte Plínio Marcos)
17h. Feira de comidas típicas, artesanato, ervas amazônicas (Jardim da Funarte)
19h. Fio de Pão – A lenda da cobra norato / In Bust Teatro com Bonecos (PA) (teatro funarte plínio marcos)
20h. Os quentes da madrugada (PA) (grupo de carimbó) (Teatro Funarte Plínio Marcos)

1° de agosto (sábado)
17h. Feira de comidas típicas, artesanato, ervas amazônicas (Jardim Funarte)
18h. Sirênios / In Bust Teatro com Bonecos (PA) (Jardim Funarte)
21h. Gang do Eletro (PA) (Teatro Funarte Plínio Marcos)

2 de agosto (domingo)
17h. Feira de comidas típicas, artesanato, ervas amazônicas (Jardim Funarte)
20h. Manoel Cordeiro (PA) (Teatro Funarte Plínio marcos)
21h. Os Quentes da Madrugada (PA) (Jardim Funarte)

Local: Eixo Monumental, Setor Divulgação Cultural – Brasília, DF, 70070-350
(61) 3322-2076″

Foto: Manoel Cordeiro, por Julia Rodrigues.