Toca Raul! bate recorde de público no CCBB.

Toca Raul Foto Renato Acha
Renato Acha

O projeto “Toca Raul!” lotou o CCBB em dois domingos efervecentes que reuniram nomes de peso da MPB, como Zélia Duncan e Lucas Santtana; BNegão e Letuce; Zeca Baleiro e Katia B; Marcelo Nova e O Terno.

Marcelo Nova e O Terno.
Marcelo Nova e O Terno.

Nos intervalos, Raul reinou nas picapes comandadas por sua filha, Vivi Seixas, visivelmente em êxtase com tamanha sinergia, diante do imenso público que interagiu com liberdade. Só no último domingo foram mais de 25 mil pessoas presentes no local. Um recorde digno de nota, ainda mais diante da inexistência de qualquer incidente.

Marcelo Nova.
Marcelo Nova.

O “Maluco Beleza” devia estar gargalhando ao admirar que sua obra é imortal e une pessoas de diferentes tribos e idades em um clima pra lá de gostoso. A curadoria, direção musical, pesquisa e roteiros de Luís Filipe de Lima merece muitos elogios. Brasília precisa de mais eventos como este, que nos fazem ter orgulho da nossa música e plateia.

Marcelo Nova e Vivi Seixas.
Marcelo Nova e Vivi Seixas.

A última noite foi aberta com a banda O Terno e Marcelo Nova, com riffs de guitarra arrepiantes e a participação de Vivi Seixas no vocal de algumas canções. Em seguida foi a vez de Kátia B apresentar versões com arranjos sofisticados. Quando cantou “Gita” com sua voz aveludada, o coro da multidão se formou emocionado.

Kátia B.
Kátia B.

Zeca Baleiro subiu ao palco e foi revelando surpresas: “Este show marca a homenagem aos 40 anos do lançamento do primeiro disco solo de Raul Seixas, chamado ‘Krig-ha Bandolo’. Ele já havia feito dois outros discos, que foi “Raulzito e os Panteras” e depois o Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, que é um disco antológico, coletivo, com Raul e os grandes Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. Eu tomei a liberdade e tenho o prazer de chamar o palco o único remanescente deste grupo, um cara ponta firme, uma figuraça. Preciso me vestir a caráter para recebê-lo, porque ele foi o inaugurador do Glam Rock no Brasil.”

Edy Star.
Edy Star.

Zeca vestiu uma túnica em lantejoulas prateadas sob gritos da plateia, antes da entrada triunfal de Edy Star, que levantou o astral em clima de bolero drama. Daí para frente o show foi uma sequência excitante de canções e performances marcantes.

Zeca Baleiro.
Zeca Baleiro.

“O Raul foi muito mais do que parece ser. Muito mais do que um folclore criado em torno dele. Foi um compositor maiúsculo, incrível, que foi capaz de criar coisas loucas e também de canções líricas e profundas filosoficamente. Foi um cara que foi precursor de muitas coisas na música brasileira e por isto ele merece ser sempre saudado por nós todos que viemos depois dele. A gente deve muito a ele.” Declarou Zeca Baleiro, em tributo a um dos maiores gênios da nossa arte.