Artesanato brasileiro sob o olhar de Cristina Franco.

Foto 2 - Colar e braceleteFoto 6 - Bolero em renascença
1 – Colar e bracelete (Pará) Ourives. Madeira e prata escovada inspirado nos assurini. Criação de Marcilene Rodrigues. Trabalho de madeira do mestre Eugênio. 2 -Lãpura (Rio Grande do Su) com design de Ronaldo Fraga.

A mostra Tramas de Arte ocupa o Brasília Shopping de 30 de maio a 8 de junho e apresenta a delicadeza de bordados, rendados e patchworks produzidos de Norte a Sul do Brasil. Trata-se de um preview da coletânea de artigos, cores, técnicas e inspirações que tecem a história da arte popular brasileira. A curadoria da jornalista e pesquisadora Cristina Franco selecionou quinze peças do mais tradicional artesanato brasileiro, com influências europeias, africanas e indígenas.

 Filé de Alagoas. Fotos:Telmo Ximenes.
Filé de Alagoas. Fotos:Telmo Ximenes.

Cristina Franco detalha que o Norte e o Nordeste marcam forte presença em Tramas de Arte. O bordado “Filé de Alagoas”, por exemplo, é uma das peças que chamam a atenção dos turistas que visitam o estado. “Com linguagens africanas, mais especificamente da África Ocidental, o trabalho exposto na mostra é autoral, de uma artesã de extremo bom gosto”, relata. A curadora também destaca que a matriz africana estará presente ainda em obras vindas diretamente da Bahia, é o caso do bordado Richelieu e das panelas de barro, ligadas à gastronomia baiana e africana.

Colcha com trancado em matelassê onde a designer baiana goya Lopes que é uma mais importantes designer que trabalham com inspiração de matriz africana no Brasil. Pegou os tecidos dela e estamparias dela e criou em cima. Double face.
Colcha com trancado em matelassê onde a designer baiana Goyya Lopes que é uma mais importantes designer que trabalham com inspiração de matriz africana no Brasil.

Pernambuco e Goiás abrem alas com trabalhos em patchwork e o Ceará esboça suas raízes com a renda labirinto. “Neste caso em especial, teremos uma desconstrução do labirinto em uma linguagem sofisticada desta tipologia criada por uma arquiteta de Fortaleza”, revela Cristina. A chita, que no Brasil é exuberante e colorida, estará na exposição do Brasília Shopping com um trabalho feito no sudeste.

Foto 9 - Trabalho em patchwork de Pernambuco foto 10 - Técnica em bordado livre sobre chita

1 – Patchwork (Pernambuco) com direção de criação de Cristina Ribeiro. A logomarca da marca traça foi feita por Ariano Suassuna. Tecidos criados e desenvolvidos por Maria Henriqueta Gomes que criou a ANA – Arte Nativa Aplicada. Desenhos dos Kadiwéu, índios do Mato Grosso do Sul. 2 – Técnica em bordado livre sobre chita (Campos – RJ) sob a coordenação de Ângela Márcia.

Cristina conta que, recentemente, teve acesso a um livro sobre a história do tecido e, por incrível que pareça, ele é um produto da globalização no Século XVI. “A chita tinha linguagem distinta da que conhecemos no Brasil. Existe um núcleo no Rio de Janeiro que produz um rebordado de chitão com ponto russo, tipo de ponto importado das áreas asiáticas, onde a tapeçaria é muito rica. É uma obra deslumbrante que estará em Tramas de Arte”, diz.

Foto 7 - Frivolitê com técnica de carretilha
Frivolitê com técnica de carretilha.

A exposição traz de Belém do Pará as biojóias, peças que mostram a diversidade tanto de material quanto da linguagem, baseada na arte marajoara e na estética dos senhores da borracha. “A mostra do Brasília Shopping reflete com exatidão uma infinidade de situações e historicidade para que possamos, a cada dia, valorizar mais nossas raízes”, conclui a curadora.

Foto 5 - Ronaldo Fraga

Serviço: Tramas de Arte
Data: De 30 de maio a 8 de junho
Local: Brasília Shopping – praça em frente à Caixa Econômica
Horário: 10 às 22 horas
Entrada Franca
Classificação indicativa: livre
Mais informações para o público:
Brasília Shopping – (61) 2109-2122
www.brasiliashopping.com.br

Foto: Lãpura é um grupo do Rio Grande do Sul que reúne várias cidades incluídas nesse projeto. Esse casaco específico é uma das primeiras coleções onde eles tiveram intervenção de um designer. Neste caso o designer foi Ronaldo Fraga.