“Tron, O Legado” estreia hoje e promete revolucionar o cinema tridimensional.

Renato Acha

Tron, O Legado” retorna as telas quase trinta anos após o primeiro filme “Tron”, de 1982, totalmente repaginado e com uma a estética que vai agradar em cheio o público aficionado por aventuras virtuais, principalmente aos geeks, os nerds ligados a novas tecnologias.

A estória começa em 1989, quando Kevin Flynn (Jeff Bridges), presidente da Encom, empresa que criou jogos muito populares, descreve “A Grade” para seu filho San Flynn (Garrett Hedlund) e promete mostrá-la ao garoto.

Kevin Flynn (Jeff Bridges). Foto: Divulgação.

Kevin sai para o trabalho e não retorna mais. Após 21 anos, Alan Bradley (Bruce Boxleitner), seu melhor amigo, recebe um bip do escritório dele e logo pede para Sam voltar ao Flynn´s, uma antiga loja de fliperamas desativada, onde ele entra novamente na máquina em busca de aventuras no mundo virtual.

Daí em diante começa uma série de aventuras e efeitos visuais estonteantes em um ambiente repleto de néons alucinantes e efeitos hiper imersivos. Um deleite para o espectador em uma metalinguagem onde o mundo virtual fala sobre si mesmo por meio de recursos visuais em uma nova dimensão nunca tão bem explorada.

Quorra (Olivia Wilde). Foto: Divulgação.
Quorra (Olivia Wilde). Foto: Divulgação.

Pai e filho se reencontram em um cenário repleto de seres que combatem entre si. Os ISOS, uma espécie de milagre digital, tem seu último exemplar vivo representado pela bela Quorra (Olivia Wilde, de House) uma figura que transita entre a racionalidade da máquina e a sensibilidade humana, fiel escudeira de Kevin Flynn, “o criador” de tudo, que tem seu alterego em Clu, criado à sua imagem e semelhança, uma busca da perfeição que acaba por gerar o mal.

Daft Punk. Foto: Divulgação.

O encontro destes personagens é arrematado pela direção precisa  de um gênio da computação gráfica, Josh Kosinski, que convidou o Daft Punk para criar a trilha sonora do ano, que realmente faz o filme ficar ainda melhor.

Zuse (Michael Sheen). Foto: Divulgação.

A dupla de DJs aparece na trama como DJs do club de Zuse (Michael Sheen, de Amadeus e A Rainha) em uma excêntrica e marcante presença. Os figurinos de Michael Wilkinson ressaltam ainda mais o clima néon em composições que reproduzem componentes de computador e que já influenciaram as passarelas de Nicolas Guesquière e Pierre Hardy.

O mérito do filme é se configurar em um épico sci-fi que explora sobremaneira o recurso da visão tridimensional. Tron utiliza o dispositivo do teatro grego conhecido como Deus Ex-Machina, onde um personagem improvável é introduzido em uma ficção para resolver uma trama insolúvel de maneira heróica.

A tecnologia arrematou e lapidou a trama intricada e fez renascer um clássico considerado cult em sua versão original, transformando-o em um dos possiveis blockbusters de 2011.

San Flynn (Garrett Hedlund). Foto: Divulgação.