Vanguardas literárias argentinas: 1920-1940.

Capa da revista Claridad (1935). Acervo de Sérgio Baur.
Capa da revista Claridad (1935). Acervo de Sérgio Baur.

A mostra “Vanguardas literárias argentinas: 1920-1940” está em cartaz no Museu Nacional da República, de 9 a 29 de maio, e buscar refletir sobre o avanço das linguagens e o fazer artístico em diversas áreas do conhecimento durante as primeiras décadas do século 20.

A literatura ganha ênfase em dois eventos: “Cultura Azul e Branca”, que celebra a Data Nacional da Argentina e “Vanguardas literárias argentinas: 1920-1940” onde o público terá acesso à fotos, matérias de jornais e revistas de época, documentos, filmes, primeiras edições de livros, gravuras, ilustrações, cartazes e outros itens que contextualizam este rico período histórico.

O curador Sérgio Baur é especialista na literatura rio-platense, e concebeu a exposição no âmbito da Feira Literária de Frankfurt, Alemanha, em 2010, quando a Argentina foi a nação homenageada pelo evento.

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1 – Capas da revista “Los Pensadores” (1922-1924). Acervo de Sérgio Baur. Divulgação
2 – Foto da Calle Florida (1925). Crédito: Archivo General de la Nación. Divulgação

Estas décadas registram o forte diálogo com as correntes da vanguarda internacional. Haviam dois grupos intelectualmente antagônicos e ao mesmo tempo complementares: Florida e Boedo – cujos nomes fazem referência aos bairros da capital argentina onde surgiram.

A concepção de cada grupo literário tinha uma forte vinculação social com o sentimento de pertencimento a cada um desses bairros portenhos. Florida, em referência à rua cosmopolita da cidade, foi um grupo em cujas fileiras se destacou Jorge Luis Borges, seguido por um grande número de escritores e artistas (entre eles José de España, Evar Mendez, Conrado Nalé Roxlo e Horacio Rega Molina) que, depois de fazerem suas viagens de formação europeia nos anos de juventude, alinharam-se a uma vanguarda experimental surgida das primeiras manifestações do futurismo.

A ininterrupta chegada de imigrantes ao solo argentino criou uma nova classe social, influenciada por tendências do socialismo e anarquismo, originando uma corrente literária-artística fortemente vinculada ao clima revolucionário das primeiras décadas do século 20. Sob a denominação de Boedo, em explícita referência a uma região onde residia o proletariado urbano, o grupo teve como objetivo a luta dos trabalhadores, suas reivindicações sociais e um internacionalismo que respondia aos aspectos fundamentais da militância de esquerda. Fizeram parte do Boedo autores com Leónidas Barletta, Nicolás Olivari, Elías Castelnuovo, Lorenzo Stanchina e Álvaro Yunque.

Serviço: Vanguardas literárias argentinas: 1920-1940
Abertura: 13 de maio, às 19h30.
Visitação: de 10 a 19 de maio, das 9h às 18h30, de terça a domingo
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República.
Entrada franca.
Classificação indicativa livre.