Cine Brasília recebe clássicos da Nouvelle Vague.

alphaville
Alphaville. Divulgação.

A mostra Filmes que Amamos (em torno da Nouvelle Vague) chega ao Cine Brasília, de 1º a 6 de novembro, com entrada franca e sessões com clássicos da cinematografia francesa, com foco no movimento que revolucionou o cinema mundial nas décadas de 50 e 60. Confira a programação:

Sexta (01/11)
– Pele de asno (1970) – 19 horas
De Jacques Demy. Com Catherine Deneuve, Jacques Perrin, Jean Marais. Comedia romântica em cores/100’. Classificação etária Livre.

Sinopse:

“Quando eu era criança gostava do conto Pele de Asno de uma maneira especial. Eu tentei fazer o filme partindo dessa ótica, pelo o que se passou por meus olhos quando eu tinha 7 ou 8 anos”. (JACQUES DEMY) Num reino distante, a rainha em seu leito de morte fez o rei prometer que só voltaria a se casar com uma mulher que fosse mais linda do que ela. Mas em todo o reino, apenas uma pessoa era dotada de tal beleza: sua própria filha. Desesperada, a princesa pede ajuda à sua fada madrinha, que a aconselha a pedir presentes de casamento cada vez mais impossíveis de se encontrar para retardar a união. A princesa consegue escapar ao seu triste destino escondida sob uma pele de asno e passa a viver numa modesta cabana na floresta como criada. Até que, um belo dia, um príncipe nota sua beleza. Baseado no conto de fadas de Charles Perrault.

– Chronique d´un été (Crônica de Um Verão/1960) – 21 horas
De Jean Rouch. Documentário em cores/90’.

Sinopse:

Durante o verão de 1960, o sociólogo Edgar Morin e Jean Rouch pesquisam sobre a vida cotidiana dos jovens parisienses para tentar compreender sua concepção de felicidade. Durante alguns meses este filme-ensaio segue, ao mesmo tempo, tal enquete, e também a evolução dos protagonistas principais. Ao redor da questão inicial «Como você vive ? Você é feliz ?», rapidamente aparecem problemáticas essenciais como a política, o desespero, o tédio, a solidão… Finalmente, o grupo interrogado durante a enquete se reúne em torno da primeira projeção do filme acabado, para discuti-lo, aceitá-lo ou rejeitá-lo. Com isso, os dois autores se encontram diante da experiência cruel, mas apaixonante, do « cinéma-vérité », ou seja, do cinema- verdade.

Sábado (2/11)
– Sessão Curtas Parisienses de Agnès Varda – 19 horas

As tais cariatides – A ópera-Mouffe – Elsa, a rosa – O leão volátil – Você tem belas escadarias, sabia? – Os amantes da ponte Mac Donald

– O Fundo do Ar é Vermelho (1977) de Chris Marker – 21 horas
De Chris Marker. Documentário em cores/180’.

Sinopse:

As esperanças e as decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 68 no mundo inteiro. Desde o regime chinês ao cubano, passando pela Primavera de Praga ou os movimentos estudantis e operários franceses, Marker nos relembra constantemente que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política, os rumos incertos da História e da sociedade.

O filme é composto por duas partes: “As mãos frágeis” e “As mãos cortadas”, ambas com 90 min (versão de 1998).
Com as vozes de: Jim Broadbent , Cyril Cusack , Laurence Guvillier, Davos Hanich , François Maspero, Yves Montand François Périer Sandra Scarnati Jorge Semprún Simone Signoret.

Segunda (4/11)
– Alphaville (1965); 35 mm – 19 horas
De Jean-Luc Godard. Com Anna Karina, Eddie Constantine. Drama em preto e branco/95’. Classificação etária 12 anos.

Sinopse:

O detetive particular Lemmy Caution é uma espécie de espião americano e chega à cidade futurista de Alphaville, situada em outro planeta. A população de Alphaville é dominada pelo computador Alpha 60, que aboliu os sentimentos e qualquer tipo de expressão individual. Lemmy é enviado à cidade com a missão de encontrar o inventor da máquina, Professor Von Braun, e convencê-lo a destruir sua criação. Chegando lá, Natacha, filha do cientista, lhe serve de guia. No entanto, durante a aventura, ele se apaixona pela filha do diabólico cientista.

– Hiroshima Meu Amor (1959); 35 mm – 21horas
De Alain Resnais. Com Bernard Fresson, Eiji Okada, Emmanuelle Riva, Pierre Barbaud, Stella Dassas. Drama em preto e branco/90’.

Participando de um filme sobre a paz em Hiroshima nos anos 50, atriz francesa passa a noite com um arquiteto japonês às margens do Rio Oda. Tudo isso traz lembranças de sua juventude na cidade de Nevers durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual foi perseguida e apaixonou-se por um soldado alemão.

Terça (5/11)
– Nas Garras do Vício (1958); 35 mm – 19 horas
De Claude Chabrol. Com Bernadette Lafont, Jean-Claude Brialy. Drama em preto e branco/93’.

Convalescente, François volta para Sardent, um vilarejo do rio Creuse, onde passou a infância. Ele reencontra seu amigo Serge, que se tornou alcoólatra desde a morte de primeiro filho que nascera com problemas. François fica penalizado com a brutalidade de Serge com Yvonne, sua mulher, de novo grávida. Ele tenta em vão levar o amigo para o bom caminho. Assim, quando Yvonne está para dar à luz sozinha, François sai à busca de Serge e consegue trazê-lo para junto de sua mulher na hora em que põe no mundo seu filho, um filho normal.
Um dos mais importantes filmes da Nouvelle Vague!

– Curtas de Alain Resnais; 35mm – 21 horas
As Estátuas Também Morrem – Guernica – Noite e Neblina (35 mm); O Canto do Estireno – Toda a Memória do Mundo

Quarta (6/11)
– Pickpocket (O Batedor de Carteiras/1959); 35 mm – 19 horas
Sinopse:

De Robert Bresson. Com Jean Pelegri, Martin Lassale, Pierre Etaix, Pierre Lemarie. Drama em preto e branco/75’. Classificação etária 14 anos.

Michel, um jovem que começa a bater carteiras por prazer e pela emoção do roubo, acaba fazendo disso uma compulsão. Ele é preso, percebe o choque que isso causa em sua mãe e em seus amigos e reflete sobre seus atos. Porém, depois de solto, ele se junta a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa, bem como a memória de sua mãe. Também a presença de Jeanne, uma jovem por quem se apaixona, lhe faz pensar em deixar o crime, o que acontece de forma irônica. Bresson revela o cotidiano e as fixações de um jovem batedor de carteiras que encontra nesta atividade criminosa uma verdadeira forma de expressão. A frieza do tratamento, o rigor e a economia dos efeitos psicológicos faz deste filme um grande clássico da escola Bresson. Inspirado em Crime e Castigo, de Dostoievski. Obra-prima de Robert Bresson e um dos grandes filmes da história do cinema.

Pickpocket.
Pickpocket.

Serviço: Festival Filmes que amamos
Data: De 1º a 6 de novembro

Local: Cine Brasília (EQS 106/107)

Informações: 3244-1660
Entrada gratuita

Lotação da sala: 600 pessoas.