Funarte recebe mostras que promovem a interação entre público e produção artística no DF.

Até 4 de junho.

Exposição ‘Parque funcional’, de Beto Shwafaty. Imagem: Arthur Quarmby e estudantes. Divulgação.

O paulistano Beto Shwafaty e nove artistas visuais de Brasília inauguram nesta quarta (19 de abril), às 19 horas, dois projetos selecionados pelo Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Atos Visuais 2015. Com formatos e abordagens totalmente diversos, as obras convidam o público a ser, também, um participante ativo de cada criação.

Beto Shwafaty traz para a Marquise/Entorno do Complexo Cultural Funarte Brasília a obra Parque funcional, um processo de construção e exibição de trabalhos inéditos inspirado em projetos de contracultura e estratégias de autoprodução de diferentes épocas e lugares. A mostra, que vai transitar pelos campos da arte, da arquitetura e do design, terá peças produzidas por participantes selecionados em chamada pública. Essa equipe de voluntários trabalhará em conjunto com o artista e com os profissionais técnicos envolvidos no projeto, a partir de matérias-primas ligadas ao universo da sustentabilidade, do reuso e de produtos ecologicamente orientados.

Parque funcional pretende apresentar, segundo Shwafaty, “produções que atuem de modo a emancipar o espectador, transformando a passividade em atividade e construções formais em dispositivos acessíveis e capazes de cumprir um papel tanto estético quanto funcional nos contextos em que se inserem”. A relação entre as peças expostas criará a noção de um parque funcional, “cujo espectro de possibilidades e ações propõe criar uma reflexão tanto sobre nossa relação com os espaços e objetos, quanto sobre as possibilidades de atuar nas escalas das necessidades mais básicas e diárias”, antecipa ele.

A mostra concebida por Beto Shwafaty busca estimular o olhar reflexivo e a experiência artística por meio de contatos com outras áreas, numa fusão de práticas e proposições ligadas à arte, à arquitetura e ao design. Neste processo, potencialidades construtivas de matérias e ideias impactam a realidade não só de um modo estético, mas também funcional. A intenção de Parque funcional, descreve seu idealizador, “ não é criar apenas um trabalho artístico, mas um campo experimental, um canteiro de obras como um espaço de criação, experimentação, formação e produção de proposições diversas”.

Karina Dias. L’air de montagne – 2016 videoprojeção.

Com obras de nove artistas visuais de Brasília, a exposição coletiva À vista – Paisagem em contorno estabelece não só relações possíveis entre o olhar do espectador e a paisagem, mas suas implicações com o entorno. A exposição, que tem curadoria de Marília Panitz e produção da Bloco A Arte e Projeto, reúne propostas estéticas em diferentes suportes, apresentadas pelas artistas Bruna Neiva, Cecília Bona, Iris Helena, Karina Dias, Julia Milward, Luciana Paiva, Nina Orthof, Raquel Nava e Yana Tamayo.

Por meio de fotografias, vídeos, objetos e instalações, os trabalhos convidam ora à contemplação, ora à construção da paisagem, oferecendo um amplo panorama a ser percorrido. A expressão “à vista” – explicam as expositoras – sugere a forma com que cada artista e cada visitante percebe a paisagem ao redor e demarca este contorno a partir do ato de olhar.

A paisagem como gênero artístico data do Renascimento – lembra a curadora Marília Panitz. O que a partir do século XIII era tido como a conexão entre o terreno e o divino, hoje é pensado como forma de colocar o público na posição de observador, “um local para repousar os olhos ou sequestrar o olhar”, afirma ela, em uma alusão ao pensamento do teórico da psicanálise, Jacques Lacan. O espectador assume, então, uma posição de mobilidade, o que de acordo com Panitz provoca “pequenas erosões” entre o espaço interno e externo, “delimitando o olhar e implicando novas formas de se relacionar com esse entorno’.

A expografia idealizada pela curadoria de À vista – Paisagem em contorno pretende criar uma narrativa entre as obras das nove artistas. “Parte dos trabalhos é voltada à pesquisa da matéria, mais corpórea. A outra parte trata de temas relacionados ao impalpável”, afirma a curadora. A linguagem contemporânea da arte, completa ela, trata de oferecer uma experiência maior que ver a paisagem: a de “estar” nela.

Iris Helena. Proximidades n.5. Fotografia, impressão sobre reboco de parede.

Serviço: Exposição À vista – Paisagem em contorno
Abertura: 19 de abril (quarta) às 19 horas
Visitação: 20 de abril a 4 de junho | Terça a domingo, das 10h às 21h
Local: Galeria Fayga Ostrower – Complexo Cultural Funarte Brasília. Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Entrada franca
Classificação etária: livre
Informações: (61) 3322-2076 | 3322-2029 | www.funarte.gov.br

Exposição Parque funcional
Abertura: 19 de abril | Quarta, às 19h
Visitação: De 20 de abril a 4 de junho | De terça a domingo, das 10h às 21h
Serviço educativo: De terça a domingo, das 10h às 18h

Artista: Beto Shwafaty
Classificação etária: livre
Entrada franca
Lançamento do catálogo e conversa aberta: Dia 3 de junho | Sábado, às 17h (catálogos distribuídos gratuitamente)
Workshop: Dia 2 de junho | Sexta, às 14h, no Complexo Cultural Funarte Brasília. Carga horária de 4h, 20 vagas.
Inscrições mediante email contendo parágrafo de interesse, formação e contatos devem ser enviados para o email beto@metropole-projetos.com
Informações: (61) 3322-2076 • 3322-2029 www.funarte.gov.br

Fonte: Funarte.