“Abraço ao Teatro Nacional” marca a criação da Atena em mobilização pela urgente reforma do espaço

7 de dezembro às 9 horas.

Divulgação.

A Atena promove uma relevante ação nesta terça (7 de dezembro) às 9 horas. O Teatro Nacional Claudio Santoro já recebeu os mais incríveis eventos do mundo todo desde 1966. A obra se encontra fechada desde 2014 e um grupo de pessoas inconformadas com a situação se mobilizou para criar a Atena (Associação dos Amigos do Teatro Nacional Claudio Santoro) que hoje promove um grande abraço ao monumento.

O Acha Brasília conversou com Leiliane Rebouças, uma das fundadoras da Atena, que conta detalhes da ação e da Associação que luta pela memória, preservação, acesso democrático e o futuro deste templo da arte:

“Todo teatro que existe no Brasil geralmente tem uma associação de amigos e nós percebemos que Brasília não tinha. Numa conversa com o Dr. Carlos Maroja, ele perguntou o que a associação de amigos tem feito para que esta reforma saia. Responderam que não existia tal associação. Ele me ligou e decidimos criar a Atena. Articulamos com várias pessoas de Brasília, dentre artistas, jornalistas, arquitetos, turismólogos e produtores culturais. Nos reunimos e já estamos com um grupo de 160 membros. Estamos formalizando a Atena (Associação dos Amigos do Teatro Nacional Claudio Santoro).

A ideia desta manifestação hoje (7 de dezembro) – o Abraço ao Teatro Nacional – marca uma data especial. Há 34 anos Brasília recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. É um dia simbólico e estamos no centro de Brasília com um teatro que é o espaço cultural mais importante da cidade, um lugar cultural histórico desde o início da capital. Uma obra de arte dentro e fora, criada por Oscar Niemeyer com painéis de Athos Bulcão, obras de Ceschiatti e jardins de Burle Marx. Todo o teatro é uma obra de arte. É inadmissível que por tanto tempo ele esteja fechado no centro de Brasília. 

Foto: Renato Acha.

A nossa ideia é lutar para que a reforma desse teatro seja priorizada pelo poder público. Não só cobrar e fiscalizar, mas também contribuir, ir atrás dos parlamentares e buscar com eles recursos de emendas parlamentares se for preciso. Como temos um grupo muito grande de arquitetos e urbanistas, especialistas em preservação, também vamos acompanhar a obra, fiscalizar, sugerir e ajudar. Findada esta etapa em que o espaço será reformado e entregue à população, uma das nossas missões será democratizar o Teatro Nacional Cláudio Santoro, pois muitas pessoas na área metropolitana de Brasília nunca foram lá.

Meu pai foi um operário da construção do Teatro Nacional, uma das quatro obras onde trabalhou. Ele chegou em Brasília em 1958, era um pioneiro, um candango. Ele ajudou na construção do Palácio do Planalto, Congresso Nacional, Torre de TV e Teatro Nacional, além de ter uma cantina na construção do Itamaraty no final de 1960, onde servia os operários, junto com a minha tia e a minha mãe. Pra mim isto tem muito significado. É a obra que o meu pai ajudou a construir e eu tenho um filho de 14 anos que nunca entrou no Teatro Nacional porque quando ele tinha sete anos o lugar foi fechado.”