O legado de Athos Bulcão é celebrado em 2018, quando ocorre o centenário de seu nascimento representado em uma grande mostra em exibição no CCBB Brasília até 1 de abril. Daqui a itinerância segue pelos centros culturais de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, sempre sob o olhar atento de Marília Panitz e André Severo.
Os curadores mergulharam na trajetória do artista de maneira a revelar tanto sua multifacetada exploração de linguagens artísticas quanto sua coesão ao transitar por elas com tanta propriedade, quanto ao reafirmar que Athos revisitou sua obra em vida, sob uma ótica que transcende a linha do tempo.
Para além dos reconhecidos azulejos e relevos que se integravam à obra Niemeyer ao fundir arte e arquitetura, Athos Bulcão tem nesta exposição um passeio por vertentes menos conhecidas pelo público, como seu raro trabalho em vestuário litúrgico, figurinos e cenografia. Outra raridade detalha o processo de construção das fotomontagens, com as matrizes originais, apresentadas ao lado da obra final, uma fotografia analógica.
100 anos de Athos Bulcão faz um precioso passeio pela memória visual de um personagem atado à memória de Brasília. No Pavilhão de Vidro se vê um gênio que influenciou ao menos três gerações de criadores brasilienses. Ali a curadoria propõe leituras dialógicas entre Athos e artistas que se tanto conviveram com ele quanto foram influenciados por sua longeva obra. No sábado (27) a ação Imagem Contemporânea vai percorrer a mostra em uma visita orientada com Renato Acha.