Mostra de Rafael Silveira traz pinturas, esculturas, bordados e instalações interativas.

Até 15 de dezembro.

Série “Bordados”. Divulgação.

A Caixa Cultural recebe a primeira grande exposição individual do artista paranaense Rafael Silveira, chamada Circonjecturas. A mostra, com curadoria de Baixo Ribeiro, permanecerá aberta ao público até o dia 15 de dezembro. Nela, circo, tatuagem, botânica, publicidade dos anos 1950 e cultura pop, e elementos underground se mesclam em pinturas, esculturas, bordados e instalações interativas, criando um universo onírico completamente surrealista.

De acordo com o artista, “o ‘circo’ está relacionado a uma representação exagerada, um espetáculo; e as ‘conjecturas’ são uma alusão ao mundo das ideias, à mente. Por isso essa exposição tem um caráter imersivo, como um convite a abandonar o mundo real e explorar um universo onírico”.

A mostra foi um sucesso de público durante sua passagem em Curitiba, que contou com a presença de 100 mil visitantes, e em São Paulo, onde atraiu cerca de 30 mil pessoas. Para o curador Baixo Ribeiro, há um grande interesse pela exposição por ela ser pensada para um público geral. “O trabalho do Rafael Silveira trafega entre diferentes linguagens. Ele desenvolveu um jeito próprio de alcançar o público a partir de uma pesquisa muito íntima, que vai para o inconsciente, um lugar muito profundo e distante, e também uma pesquisa sobre a própria publicidade, a imagem clichê. O que ele faz com essas duas raízes é o que é interessante e especial sobre sua obra”.

“Corredor das Ilusões”.

Entre as obras que devem fazer mais sucesso com o público está a “escultura-monstro”, cujos dentes são teclas que podem ser tocadas, e o Corredor das Ilusões, composto por esculturas cinéticas de um metro e meio cada e efeitos de luzes negras. No Salão das Pinturas um sorvete gigante de 10×3 metros derretendo no chão, que serve como banco tátil, chamam a atenção. “O nonsense é um contraponto essencial em minha obra, como um alívio à pressão que a sociedade exerce por respostas sobre o sentido das coisas”, comenta Rafael.

Vale ressaltar os desenhos tridimensionais feitos de bordados, ou “ponto-cruz-credo”, uma das peculiaridades do trabalho do paranaense. As peças são confeccionadas em parceria com sua esposa, a designer de moda e artista têxtil Flávia Itiberê. Rafael explica que os bordados são uma parte nova e importante de sua obra: “é uma categoria que surgiu organicamente de nossa convivência. As referências do universo da moda que ela trouxe para minha pesquisa tiveram impacto irreversível no meu trabalho, e criamos muita coisa juntos”. O salão dos bordados é uma instalação de esculturas suspensas feitas de fibras diversas, bordadas manualmente. Ao ser iluminada, cada peça de bordado se transforma em um “stencil de luz”, que pinta a parede ao fundo com sombras gráficas.

Exposição “Circonjecturas” de Rafael Silveira
Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, quadra 4, lotes 3/4)
De 16 de outubro a 15 de dezembro
De terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Entrada franca.