I Fórum de Biodiversidade das Américas traz mostra sobre Poteiro e show com Rubi, Ellen Olléria e grandes nomes.

Texto de Renato Acha e Fotos de Marcelo Dischinger.

Índios Guajajara presentes na solenidade de abertura. Foto de Marcelo Dischinger.

I Fórum de Biodiversidade das Américas acontece em Brasília e traz uma série de eventos até o dia 9 de julho. A solenidade de abertura ocorreu no Museu Nacional com a presença de diversas autoridades.

O Ministro da Cultura, Juca Ferreira discursou no encerramento da solenidade:

Juca Ferreira, Ministro da Cultura. Foto de Marcelo Dischinger.

Acho que a questão da sustentabilidade ambiental, em última instância, é a questão de visão de mundo e comportamento. As pessoas tem que compreender que desde pequenos vivemos neste planeta e a presença do ser humano na terra, mesmo que impactante, não tinha o potencial de destruição que tem hoje. É sempre necessário definir prioridades, como a questão climática e a proteção de rios, mas esta ajuda ambiental exige compreensão mais profunda. Em qualquer área que formos, perceberemos que há a necessidade profunda de caminharmos em direção à sustentabilidade.

Participei da ECO 92, que foi um congraçamento de povos de diversos lugares pensando a sustentabilidade. Aquele foi o segundo momento mais importante das Nações Unidas, o primeiro foi em 1972. É necessário compreender a necessidade de responsabilidade e absorver as demandas do novo. Entre 72 (Estocolmo) e 92 (Rio) surgiu o conceito do desenvolvimento sustentável. Dez anos depois nós do hemisfério sul podemos ter levantado a questão da febre de consumo, a realização de acesso à mercadoria, que são feitas para durarem pouco, no modelo onde sustentabilidade é externalidade.

Mas no padrão civilizatório, o que é bom para o planeta?

Nos próximos anos seremos a quinta maior economia do mundo. Este é o momento estratégico para se estabelecer a discussão com a sociedade como um todo e acabar com a idéia de que para ser econômico tem que ser predatório. Este é o ponto de vista em que vivemos e precisamos disseminar novos valores para as novas gerações que são o baluarte na forma de se relacionar com o planeta. Esta nova geração é mais próxima de uma sensibilidade ecológica.

A cultura interage com isto porque vive das visões de mundo, da sensibilidade, compreensão, conceitos e valores.

Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro. Foto de Marcelo Dischinger.

Após os discurso os presentes foram convidados para a área externa do Museu. Os grupos Circo Rebote, Seu Estrelo e o Fuá do TerreiroKelu-Kesô se apresentaram ao ar livre em uma profusão de sons, instrumentos e dança.Uma estrutura de mesas decoradas representavam a regiões brasileiras. Cada região foi representadas por dois renomados chefs com ambientação de um arquiteto.

A exposição “Descobrindo o Brasil de Poteiro” foi aberta em homenagem a Antônio Poteiro, falecido no mês de junho.

Conversamos com o filho de Poteiro, Américo Souza Neto, artista plástico responsável pelo legado do pai, de quem falou com muito respeito e afeto.

Américo Souza Neto. Foto de Marcelo Dischinger.

Acha – Como surgiu o convite para a mostra?

Américo – “O convite foi feito pelo Jeanitto Gentillini (Diretor Executivo do Jardim Botânico), por meu pai ter no dia 8 do mês passado. Estas obras estavam guardadas de 1999 a 2000. Ele fez vinte e dois quadros pensando na história do Brasil com temas como Brasília, República, Cerrado, Dom Bosco, JK e a transferência da capital, Inconfidência Mineira e Folclore Brasileiro.”

Acha – Como fica a preservação das obras?

Américo – “A intenção  formarmos um museu ou instituto mas isto depende de parcerias. Precisamos da ajuda do governo e de grandes empresários em Goiânia. Existem mais herdeiros e a coleção pode acabar. São cento e vinte obras no total desde 1972 até a última.”

Acha – Quais serão as próximas mostras?

Américo – “Estamos tentando fazer uma mostra em setembro em Goiânia, na Fundação Jaime Câmara”.

Acha – Como fica a questão da reprodução das obras e os direitos autorais do artista?

Américo – “O pessoal fica preocupado com a falsificação. Quem compra obra falsa quer comprar porcaria. As pessoas devem ter contato com pessoas e marchands sérios.”

Os grandes artistas tem suas obras falsificadas. Se começa a ter falsificação é sinal de que o artista tem obras importantes no mundo.

Estou disponível para conferir a autencidade das obras de Poteiro. Pode me contactar via mail (americosneto@terra.com.br). Eu preparava as telas, daí eu sei o que é falso e o que não é. Sempre acompanhei as exposições que o pai fez.

Através da informática ficou fácil para as pessoas sem consciência falsificarem obras. Em tudo hoje há cópias descaradas, como nas coleções de moda de Paris. A gente tem que lidar com isto. Para se ter um original tem que ir atrás de conhecedores.”

Américo Souza Neto e painel com Antônio Poteiro ao fundo. Foto de Marcelo Dischinger.

O Fórum de Biodiversidade das Américas é simultâneo à 19ª Reunião dos Jardins Botânicos Brasileiros.

A abertura da exposição “Na Linha do Cerrado” de Ana Cartaxo acontece hoje (8/7) às 18:30.

Ás 21:00 tem início o show “Sons do Planeta” Com Rubi, Ellen Oléria, Greice Ivi, Luiz Miranda, Hélio Ramalho, Ligiana e a Banda Mocambos.