Renato Russo, Tom Zé e Madalena Schwartz são homenageados no site do Itaú Cultural

Renato Russo. Divulgação.

O site do Itaú Culturalwww.itaucultural.org.br – vai homenagear três grandes figuras, que, cada uma a seu modo, impactaram em muito a cultura brasileira: Tom Zé, cantor e compositor, que comemora 85 anos, no dia 11 de outubro, Renato Russo, vocalista do Legião Urbana, que na mesma data completa 25 anos de falecimento, e Madalena Schwartz, fotografa de origem húngara, nascida no dia 9 de outubro de 1923.

Madalena Schwartz – No sábado, 9, vai ao ar o texto feito pelo escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e ativista da causa LGBTQIA+, João Silvério Trevisan, sobre a fotografa. Ele, que a conheceu através do seu filho, Jorge, quando moravam no edifício Copan, em São Paulo, relembra dessa “mulher de baixa estatura, olhos apertados e brilhantes, detrás de óculos de grau, com um jeito peculiar de sorrir”, como ele mesmo relembra.

O texto parte de suas percepções e das lembranças que tem de Madalena. Ela chegou ao Brasil em 1960 e, seis anos depois, aos 45 anos de idade, começou a estudar fotografia no Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo. No mesmo período, auge da ditadura no país, ela começou a registrar o que hoje se chama de cena queer, traduzida nas figuras transgressoras da época, como os artistas, travesti e drag queens. “Como era possível que uma senhora estrangeira de classe média, mãe de dois filhos, com costumes e vestes tão comedidas pudesse ocupar o posto profético de retratar uma época irretratável do Brasil, povoada de figuras avessas à banalidade, aparentemente distantes e até opostas ao estilo de vida dela?”, pergunta Trevisan.

A resposta a essa pergunta, ele mesmo elabora ao compreender a história de vida dessa artista, que muito cedo, ainda criança, precisou fugir do Nazismo e desenvolveu um olhar ímpar para a humanidade, que se estendia na compreensão das pessoas cuja imagem capturava através da câmera. “Schwartaz veio de fora da cena queer, que compreendeu e verteu com precisão porque conhecia o significado do não pertencimento, enquanto mulher judia duas vezes exilada. Se acolheu e foi acolhida pelas personagens de suas fotos, trata-se de uma solidariedade entre formas diversificadas de experiências de exílio.”

Tom Zé. Foto: Marcus Leoni.

Tom Zé – No dia 11, segunda-feira, é aniversário desse músico que ajudou a definir a cara da música brasileira, sendo referência para diversas gerações de músicos que vieram depois e puderam sorver de sua fonte de infinita criatividade. O site do IC revive a entrevista dada por ele na primeira edição da coluna Um Certo Alguém. Nela, quatro perguntas abordam passado, presente e futuro, buscando um ponto de vista pessoal do entrevistado, as perguntas são: Qual é a história da sua maior saudade? O que você mais quer agora? Como imagina o amanhã? E por fim, mas não menos importante, Quem é você?

Difícil imaginar, por exemplo, a história da maior saudade de Tom Zé. Antônio José Santana Martins se lembra com carinho de ter estudado na escola de música da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Mudou a vida cultural da Bahia”, comenta ele, que, como se pode notar, tem saudade coletiva, dizendo respeito a muitos e não somente a ele.

Depois de mais de 20 álbuns lançados, o que mais poderia ele querer? “A coisa pela qual estou lutando até hoje é para fazer o disco da minha vida. Euclides da Cunha tem aquela famosa frase que resume tudo: ‘o sertanejo é, antes de tudo, um forte’”, diz o próprio sertanejo, nascido em Irará, no interior da Bahia. De tão obstinado com seu dever musical, ele sequer pensa sobre o futuro. Aliás, o faz somente quando a ideia é relativa “às ideias que Deus me dá”, como coloca. “A minha principal preocupação é trabalhar para tentar fazer aquilo que acho que preciso fazer. Não penso em futuro nenhum”. A última pergunta é talvez a de uma vida: “quem é você?” Ele diz entre outras coisas: “Tom Zé é um pouco disto: o precário”.

Renato Russo – O icônico vocalista deixou esse mundo no dia 11 de outubro de 1996, deixando órfã uma legião de fãs. Contudo, suas músicas, letras, ideias e pensamentos nunca saíram do imaginário popular. Mesmo hoje, 25 anos após a sua morte, há uma geração mais nova que continua conhecendo e admirando o legado de Renato, mantendo-o vivo. A publicação do site do IC da voz a esses fãs mais jovens, por meio de depoimentos.

“Meu histórico recente do YouTube está cheio de entrevistas e de vídeos ao vivo. Procuro ouvir as interpretações que ele tinha sobre a vida, busco achar as similaridades com as músicas. Vejo muita leveza e ao mesmo tempo muita consciência no Renato. Índios me intriga demais, pois existe um Deus ali nas entrelinhas. A sua genialidade me deixa abismada”, diz Alecsia Miranda, de 23 anos, professora de inglês em Barreiras, na Bahia.

“Quando ouvi Tempo perdido, percebi que já me era familiar. Lembro que amei o trecho inicial e ainda mais a letra, principalmente o verso ‘temos todo tempo do mundo’. Quando conheci outras músicas notei que também sabia algumas frases. Foi então que percebi que cresci ouvindo, por influência dos meus primos”, conta Jeferson Trindade da Silva, estudante de biologia, de 24 anos, em Poções, Bahia.

Itaú Cultural

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 Madalena Schwartz. Foto: Pedro Luis Szigeti.