Latinidades 2012 causa na programação e sacode o fim de julho.

Zap Mama. Foto: Jurgen Rogiers. Divulgação.

O Latinidades 2012 tem abertura no dia 25 de julho (quarta) – Dia da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha – com uma programação especial que traz show do bloco baiano Ilê Ayiê, Sistema Criolina Zap Mama, grupo do Congo, liderado por Marie Daulne, que celebra vinte anos de carreira.

Ilê Aiyê. Foto: Alberto Lima. Divulgação.

O coletivo Pretas Candangas fará uma edição do Cabelaço, ato político-cultural de afirmação da estética e cultura negra, que tem como slogan “Meu cabelo é bom, ruim é o racismo”, acompanhado de roda de capoeira angola e intervenções poéticas de Cris Sobral.

Na quinta (26) GOG lança show novo em uma fusão das linguagens audiovisual, dança e capoeira, em referência à sua trajetória de trinta anos de músico e poeta. A noite terá abertura com a Batalha de Rimas Calango Pensante, batalha de conhecimento com temas relacionados à igualdade racial e de gênero.

Puerto Candelária. Foto: Camilo M. Divulgação.

Na sexta (27) o grupo colombiano Puerto Candelária apresentará ritmos populares com música instrumental. É a vez de muita cumbia, música popular colombiana e jazz. Dia 28 (sábado) a paraense Gaby Amarantos promete levantar a plateia seguida. A noite ainda traz o Sistema Criolina.

Gaby Amarantos. Foto: Diana Figueroa. Divulgação.

A cantora e multi-instrumentista Yusa encerra os festivais no domingo (29), juntamente com Quarteto Marakamundi e Ellen Oléria. Yusa teve grande visibilidade durante os jogos pan-americanos, quando se apresentou ao lado de Jorge Drexler, Lenine e Ramiro Musotto.

O Latinidades vai realizar uma série de atividades como debates, feira, shows, intervenções culturais, lançamentos literários, oficinas, exibição de documentário, seminário e rodas de conversa. O tema Juventude Negra é foco desta quinta edição do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.

A escolha do tema se justifica pelo fato dos jovens serem as principais vítimas da violência urbana. “No Brasil, os dados que nos levaram a realização do Latinidades sob esse tema são impactantes. A juventude negra encabeça a lista dos desempregados e dos que têm maior defasagem escolar.” Acentua Jaqueline Fernandes, coordenadora geral.

“Realizar o Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, para nós, significa refletir o lugar da mulher afro-descendente no Brasil e os desafios da luta contra a pobreza e o racismo, aumentando, assim, as possibilidades de dar visibilidade as mulheres negras da América Latina e Caribe.” Comenta Jaqueline.

Marakamundi. Foto: Rafael Lavenère. Divulgação.

A programação acontece no ponto de encontro do Festival de Teatro Cena Contemporânea:

25/7, a partir das  20h:

Cabelaço | Zap Mama (República do Congo) | Bloco Afro Ilê Aiyê | Cris Sobral (DF) | Sistema Criolina

Cabelaço é uma ação político-cultural, promovida pelo coletivo Pretas Candangas, que agrega samba de roda, intervenção poética, com Cris Sobral, demonstração de tranças afro e confecção de turbantes.

O dia 25 de julho, desde 1992, foi instituído como o Dia Internacional da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. Nesta data foi realizado o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre identidade negra em todo o continente. Latinidades vem reafirmar a importância de dar visibilidade ao 25 de julho como marco de lutas em todo o continente.

26/7, a partir das 21h:

Calango Pensante – batalha de rimas (DF) |  GOG |  Sistema Criolina

Dia para lançamento do décimo disco do GOG – Iso 9000 do Gueto. Será no palco do ponto de encontro do Cena Contemporânea, que GOG vai estrear seu mais novo show, com a apresentação de danças afro-contemporâneas, intervenções audiovisual e capoeira. A noite começa com a “Batalha de Rimas”, comandada pelo MC Ahoto Skrew, como temas a África e a América Latina, a igualdade racial e a cultura afro. Para esquentar e instigar a criatividade dos MC’s, um júri vai escolher o mestre que melhor trouxer rimas improvisadas.

27/7, a partir das 21h:

Puerto Candelaria (Colômbia) | Sistema Criolina

Puerto Candelaria, criador de novos ritmos através do encontro entre Cumbia Underground e o Jazz, é o grupo que incluiu a Colômbia no mercado mundial do Jazz, da música experimental e da World Music. Atualmente, Puerto Candelaria traz à cena musical da de seu país de origem, uma proposta musical mais desafiadora, controversa e inovadora dos últimos tempos. A banda tem como base de sua sonoridade os ritmos populares, recriando propostas inovadoras cheias de imaginação, provocando os sentimentos e suscitando as emoções de seu público por onde passa.

28/7, a partir das 14h:

Feira Preta | Gaby Amarantos (PA) | Sistema Criolina

Feira Preta, criada em São Paulo, é hoje um dos maiores eventos de cultura negra do país. Em Brasília, o Latinidades promove uma feira com 20 stands de roupas, artesanato, bijuterias e muito mais, reforçando empreendimentos étnicos.

Gaby Amarantos, nascida e criada na periferia de Belém, canta desde seus 15 anos de idade influenciada por cantoras como Clara Nunes, Ella Fitzgerald e Billie Holiday e pelos bregas Francis Dalva e Reginaldo Rossi, mas deixa claro que a sua maior influência está no bairro em que nasceu, onde tudo toca ao mesmo tempo. Deu início a sua carreira solo em 2010 e logo foi corada como a rainha do tecnobrega. Gaby está entre as 100 pessoas mais influentes do ano de 2011, pela Revista Época. Novidades, fotos, biografia e download de músicas no site oficial www.gabyamarantos.com

29/7, a partir das 17h:

Quarteto Marakamundi (DF) | Ellen Oléria (DF) | Yusa (Cuba) 

A música instrumental do Quarteto Marakamundi tem como proposta apresentar a riqueza da reunindo bossa nova, samba, rumba e o montuno, associada ao improviso do jazz. O quarteto já tem 13 anos de estrada.

Yusa, uma artista cubana que renova a música latino-americana no mundo com traços das canções tradicionais de trova. A musicista representa a nova onda de músicos da ilha caribenha de Cuba, que condensa a tradição de seu país com a música de todo o resto do mundo. Guitarrista desde os seis anos, Yusa tem graduaçãoem guitarra clássica. Desde 2001 ela excursiona pela Europa e Ásia e esta será sua primeira vez no Brasil.

Seminário – Com a realização de oito mesas, duas oficinas e três rodas de conversa sobre temas relacionados à Juventude Negra, trazendo dados de toda a América Latina à mesa. O Seminário vai acontecer nas Regiões Administrativas do Itapuã, Paranoá, Varjão, no Presídio Feminino Colméia e na Universidade de Brasília.

Ao final desta série de ações, todas as falar comporão um publicação, com o propósito de construir um documento com os posicionamentos de mulheres negras, artistas, políticas, pesquisadoras, membras de entidades e movimentos, que compuseram as mesas do Seminário. Publicação que será distribuída às entidades em sintonia com os temas,em toda América Latina.

Os temas do seminário incluem políticas públicas, emprego e renda, saúde, identidade e comunicação, orientação sexual e racismos. Ao final, todos os participantes do Seminário receberão uma declaração com a carga horária cumprida e os temas discutidos.

23/7 às 16h – Políticas Públicas para a Juventude Negra

24/7 às 10h – Educação

24/7 às 14h – Emprego e Renda

24/7 às 16h – Saúde da População Negra

25/4 às 10h – Cultura

25/4 às 14h – Genocídio da juventude afro-latina 

25/5 às 16h – Novas perspectivas para a militância feminista e os rumos do feminismo negro na América Latina

26/7 às 10h – Identidade e comunicação

26/7 às 14h – Orientação sexual e identidade de gênero

27/7 às 16h – Racismo Ambiental na América Latina

O Seminário acontece no Auditório da Biblioteca Nacional, com 90 vagas para cada tema discutido. Para se inscrever basta enviar e-mail, informando a mesa de interesse, para latinidades2012@grioproducoes.mus.br. Mais informações: www.afrolatinas.com.br/novo

Intervenções Urbanas – Intervenções artísticas sobre identidade negra, em áreas públicas, como na Rodoviária do Plano-piloto, em estações de metrô e na Praça do Complexo Cultural da República, com a apresentação de músicos e artistas plásticos, tanto de Brasília quanto de outros Estados e também uma convidada internacional.

Lançamento de obras literárias Publicações que trazem temas políticos e culturais acerca da rica e vasta cultura negra, produzidos no Brasil e no exterior. Dando mais visibilidade mais oportunidade a autoras e autores negros da América Latina e Caribe, como forma de disseminar conhecimento sobre ações afirmativas e políticas de reparação, bem como a cultura e a religião.  Entre os autores convidados estão Cris Sobral, Renata Felinto e Cidinha Silva.

Setembro

Presídio Feminino Colméia – Região Administrativa do Gama – DF

Oficina de Comunicação | Roda de conversa: Lei Maria da Penha | Palestra Saúde Integral da Mulher | Rádio Afrolatina

Cidade Estrutural – DF

Palestra Saúde Integral da Mulher | Roda de Conversa Racismo Ambiental | Rádio Afrolatina

Outubro

Varjão, Paranoá e Itapuã – DF

Rodas de conversa com debate e apresentação do documentário Afrobrasilienses.

Serviço: Latinidades 2012

Data: 25 a 29 de julho de 2012

Local: Museu Nacional.

Entrada Franca.

Yusa. Foto: Mar Sanchez Rial. Divulgação.