A mostra “MAB – Diálogos da Resistência” reúne artistas em prol da recomposição do Museu de Arte de Brasília.
Renato Acha
O Museu de Arte de Brasília surgiu em 1985 a partir da reunião de um acervo proveniente de doações e prêmios aquisitivos de salões locais e nacionais. O prédio possui três pavimentos, com 4.800 m², e foi inaugurado em 1960, quando inicialmente abrigava o Clube das Forças Armadas e, posteriormente, o Casarão do Samba.
Mesmo com o inclusão de Brasília como Patrimônio da Humanidade em 1987, o espaço se viu diante de sérios problemas estruturais, além de abrigar um acervo sem a adequada conservação. O golpe final se deu com seu fechamento há cerca de cinco anos.
Em 2006 foi inaugurado o Museu do Complexo Cultural da República, que passou a abrigar exposições temporárias com o acervo do MAB, que se tornou cada vez mais ameaçado pela crescente especulação imobiliária em seu entorno, repleto de condomínios e hotéis de luxo que invadiram as margens do Lago Paranoá.
Em 2011, a Prodema (Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural), Wagner Barja (Diretor do Museu Nacional da República), Ana Taveira (Diretora do MAB) e José Delvinei (Subsecretário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do DF) se reuniram para discutir a situação do Museu. O resultado apresentou perspectivas positivas para o futuro. A conclusão foi que as parcerias público-privadas poderiam prover recursos para sua tão aguardada recomposição. O compromisso foi de estabelecer a viabilização de um acordo judicial na Vara do Meio Ambiente para garantir a manutenção e revitalização do espaço.
O assunto veio à tona novamente nesta sexta (20 de janeiro), quando Wagner Barja, Ana Taveira e Glênio Lima convocaram vários artistas para uma reunião no Museu Nacional da República. A pauta girou em torno da exposição MAB – Diálogos da Resistência, uma proposta que prevê a relação entre obras de artistas do DF e o acervo do Museu de Arte de Brasília.
“Se não fosse pelo acervo, o MAB já teria sido esquecido, pois sua importância é muito grande para a arte brasileira”, declarou Barja no início do encontro.
Cada artista escolheu uma obra com a qual vai estabelecer um diálogo. O público vai conferir o resultado na mostra que fica em cartaz de 9 de fevereiro a 11 de março e que prevê a realização de debates a serem realizados nos dias 13 e 14 de fevereiro, quando se pretende discutir propostas relativas ao projeto da reforma e revitalização com o objetivo de contornar este longo hiato na história das artes visuais em Brasília.