Acha – Como foi o processo de pesquisa da história da companhia?
Sérgio Maggio – “Quando recebi o convite para escrever o livro para a Coleção Brasilienses, não era uma página em branco sobre Os Melhores do Mundo. Desde 2001 quando cheguei a Brasília, desenvolvi um contato crescente primeiro com a produção teatral deles depois com eles. Tinha bastante informação e precisava aprofundá-las. Primeiro, fiz a rodada de entrevistas com cada um deles. Depois, parti para os arquivos de jornais, de revistas e das poucas publicações existentes sobre o teatro brasiliense. Senti a necessidade de mapear um entorno de vozes. E junto a minha assistente de pesquisa, Lúria Rezende, ouvimos mais de 60 pessoas relacionadas à história deles. Houve ainda a preciosa pesquisa na internet, sobretudo, Youtube, e o acesso aos arquivos pessoais de Os Melhores do Mundo, do produtor James Ferstenseifer e do senhor Garcia, pai do Pipo.”
Acha – Por que uma narrativa em formato de teatro-documentário e como ela se construiu?
Sérgio Maggio – “Não há textos escritos das peças de Os Melhores do Mundo. Precisava de alguns e fui vendo os vídeos e copiando deles. Aí, vi que existia uma força muito grande dos personagens narradores. Eles então pularam para o meu texto narrando a história que eu queria contar. Misturei esses personagens aos entrevistados, brinquei um pouco com a estrutura teatral e imaginei um grande teatro-documentário surgindo diante dos olhos do leitor em um prólogo, três atos e dois intervalos.”
Acha – Como você vê o teatro produzido em Brasília atualmente?
Sérgio Maggio – “Acho que Brasília hoje experimenta a possibilidade de um teatro mais profissional, com diversidade de criadores, de modos de produção e de temas. Não é mais o teatro de cinco ou seis nomes. É um teatro de muitos nomes que cresce em qualidade e diversidade. É um teatro que começa a ter mais visibilidade fora da capital, atiçando a curiosidade das pessoas para o que é feito nos palcos da capital do poder. Tenho sentido fortemente isso na ida a festivais e projetos de itinerância com o Cabaré das Donzelas Inocentes e Eros Impuro. Acho que as pessoas estão percebendo essa potencialidade. Falta ainda essa percepção por parte do empresariado e do poder público. Quando esse círculo se fechar, ninguém vai segurar o teatro brasiliense.”
A publicação traz fotos em preto e branco de Ricardo Labastier e uma coleção de fotos coloridas do fotógrafo da companhia, de Nicolau El Moor, em um vasto acervo. O leitor ainda vai conferir uma história em quadrinhos inédita, criada pelo grupo especialmente para o volume da coleção Brasilienses, além de um ensaio teórico do crítico teatral Luís Francisco Wasilewski. O projeto gráfico é de Chico Amaral. Parte da pesquisa de Sérgio Maggio pode ser conferida em http://www.rumoaoplanetagargalhada.blogspot.com.br/ .
A quinta edição da Coleção Brasiliense, é patrocinada pelo ParkShopping, que convida para o coquetel de lançamento na terça (21 de agosto) às 19:30 na Praça Central, aberto ao público. Haverá bate-papo com o autor e a presença do grupo, que vai apresentar a esquete de Joseph Klimber, um de suas mais badaladas montagens tanto nos palcos quanto na internet.
No Espaço Gourmet acontece a uma exposição do fotógrafo Ricardo Labastier, com dezesseis fotografias que ficam em exibição até o dia 9 de setembro.
Serviço: Os Melhores do Mundo – A Festa do Riso – Autor: Sergio Maggio
Coleção Brasilienses. 122 páginas.
De Graça Ramos, Carlos Marcelo, Ligia Cadermartori e Sérgio de Sá.
Preço: R$ 35,00.
Lançamento do livro e esquete de Os Melhores do Mundo, na Praça Central do ParkShopping, dia 21 de agosto, a partir das 19:30.
Exposição fotográfica Ricardo Labastier: Espaço Gourmet do ParkShopping do dia 22 de agosto a 9 de setembro.