A mostra “Mondrian e o movimento De Stijl” chega ao CCBB.

De 21 de abril a 4 de julho.

Piet Mondrian, Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul (1921). Fotos: Gemeentemuseum Den Haag.
Piet Mondrian, Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul (1921). Fotos: Gemeentemuseum Den Haag.

A mais completa exposição sobre Mondrian e o movimento De Stijl já realizada na América Latina aporta no CCBB no dia do aniversário de Brasília (21 de abril) e permanece em cartaz até 4 de julho. Não há melhor presente para a capital, até porque ambas têm em comum o Modernismo que as une, com formas geométricas que se relacionam com o abstracionismo de maneira magistral. A curadoria é de Pieter Tjabbes, Benno Tempel e Hans Janssen.

Autorretrato de Piet Mondrian (1918).
Autorretrato de Piet Mondrian (1918).

Quando se fala em Mondrian, logo lembramos dos retângulos de cores primárias delimitados por grossas linhas pretas. Mas ele, como tantos outros mestres das artes, não se manteve a vida inteira no âmbito dos seus trabalhos mais conhecidos. Piet Mondrian (1872-1944) chegou a sua obra mais famosa – Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul – em 1921, depois de uma trajetória que iniciou em 1892, ao ingressar na Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã.

Composição com Oval em cores planas II (1914) de Piet Mondrian.
Composição com Oval em cores planas II de Piet Mondrian (1914).

A mostra também revela os trabalhos seminais do artista. No início de sua carreira, Mondrian produziu paisagens carregadas de cores escuras, que remetem à pintura holandesa do século XIX. Gradativamente, ele se aproximou dos movimentos artísticos que aconteciam na Europa. Os tons ficaram mais claros e as composições ficando mais ousadas à medida em que se aproximava dos pós-impressionistas franceses, com cores e pinceladas vigorosas que se assemelhavam a Van Gogh, ou referências ao pontilhismo de Seurat. Em um ritmo forte, passou brevemente pelo cubismo, até chegar à abstração e à essência da imagem.

Maquete da casa Rietveld Schroder em Utrecht (1924) de Gerrit Rietveld.
Maquete da casa Rietveld Schroder em Utrecht de Gerrit Rietveld. (1924)

Nem só de Mondrian se restringe a mostra, pois há uma grande parte dedicada ao espírito daquele período (1917-1928), que mostra a atmosfera influenciada pela revista De Stijl (O Estilo), o meio escolhido para que um grupo de artistas, designers e arquitetos, incluindo Mondrian, defendesse o neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes.

Vilmos Huszar, desenho das cores  Piet Klaarhamer, desenho dos móveis. Quarto de meninos (1920).
Quarto de meninos de Vilmos Huszar, desenho das cores e Piet Klaarhamer, desenho dos móveis (1920).

Mondrian acreditava que sua visão da arte moderna transcendia as divisões culturais e poderia se transformar numa linguagem universal, baseada na pureza das cores primárias, na superfície plana das formas e na tensão dinâmica em suas telas. E seus companheiros da De Stijl não só tinham visão semelhante, como aplicaram esses conceitos a todo tipo de arte.

Cadeira Vermelha Azul (1917 – 1923) de Gerrit Rietveld.
Cadeira Vermelha Azul de Gerrit Rietveld (1917 – 1923).

No design, por exemplo, é representativa desse movimento a cadeira Vermelha Azul, que Gerrit Rietveld criou entre 1917 e 1923. O mesmo Rietveld levou o De Stijl para a arquitetura, ao desenhar e construir em 1924 uma casa para Truus Schroder-Schrader em que aplicou a paleta de cores primárias privilegiando espaços abertos, luminosidade, ventilação e funcionalidade, rompendo com convenções arquitetônicas da época.

 Bart van der Leck.
Natureza Morta de Bart van der Leck (1926).

Os princípios expostos nos 12 anos em que a revista De Stijl circulou foram utilizados nas artes plásticas, na arquitetura, na fotografia, no design, na literatura, na tipografia e até mesmo na moda. Em Mondrian e o movimento De Stijl será possível acompanhar, por intermédio de obras originais, maquetes, mobiliários, fotografia, documentários, fac-símiles e publicações de época, essa forma de ver o mundo e as artes que era revolucionária em 1917 e continua moderna até hoje.

Victory Boogie Woogie, de Piet Mondrian.
Victory Boogie Woogie, de Piet Mondrian.

Mondrian continuou experimentando até Victory Boogie Woogie, sua última obra, de 1944, pintada quando já morava nos Estados Unidos. Ele morreu de pneumonia, em 1944, aos 71 anos.

Piet Zwart. Trio-Reclameboek (1931).
Trio-Reclameboek de Piet Zwart (1931).

Serviço: Mondrian e o movimento De Stijl
Data: De 21 de abril a 4 de julho
Local: CCBB (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Lote 22)
Visitação: De quarta a segunda, das 9 às 21 horas
Classificação indicativa: Livre.