Ossobuco ganha nova edição em 28 de julho. Quatro convidados refletem sobre o encontro do imperialismo que nos modela com a história que nos criou Anápuàka Tupinambá, Brisa Flow, Chirley Pankará e Felipe Tuxá.
Suas experiências pessoais entram na roda de conversa que aborda a luta por defesa de direitos e respeito do seu modo de viver numa sociedade que os força constantemente a se impor, resistir e se reinventar. Falar sobre histórias de povos originários é muito mais do que defender culturas e costumes ancestrais ou debater demarcações, é trazer tudo isso para o presente e conviver com antigos e novos obstáculos e possibilidades de atuação e fortalecimento da luta.
A ideia de trazer parentes de diferentes etnias que vivem no Brasil para participar do Ossobuco quer provocar reflexões sobre os desafios do embate da convivência imperialista e ancestral. “Decolonizar” é a teoria moderna que instiga uma nova interpretação de conceitos e significados, dados como prontos pelo canonismo europeu, a partir da visão indígena. Dos participantes, queremos conhecer suas memórias e entender a expressão das relações e lutas sociais que ocorrem na vida prática e que está impregnado nos hábitos e linguagem dos povos.
A beleza da diversidade vai levar um outro jeito de contar histórias para a tela do Ossobuco em que a escuta acontece a partir de uma outra visão em essência, algo novo e pulsante para o projeto que completa 10 anos em 2020.
Os quatro participantes da edição de julho serão Anápuàka Tupinambá criador do que reconhece ser a primeira web rádio indígena do Brasil, a Rádio Yandê com programação educativa, cultural e musical contemporânea indígena, e com uma história longa de jornalismo e comunicação voltada para o fortalecimento da cultura indígena. Também é um dos criadores e organizadores do Festival YBY de música indígena contemporânea, que teve sua primeira edição ano passado em São Paulo. Brisa Flow é cantora e compositora ameríndia brasileira e filha de artesãos chilenos, que recebeu, desde criança, influências musicais e culturais dos povos nativos da América Latina. Essa carga cultural a transformou em artista respeitada, premiada e importante voz na defesa de direitos. Em seu trabalho mais recente fala sobre política extrativista e arte decolonial. Chirley Pankará, do povo Pankará no Nordeste, faz a defesa do tema por outro viés, o político. Entre deixar a aldeia e ser voz altiva como co-deputada estadual indígena em São Paulo, construiu um longo caminho como educadora, escritora e doutoranda. Felipe Tuxá, do povo Tuxá de Rodelas, Bahia, é antropólogo, pesquisador do Tecendo Redes Antirracistas e do OPARÁ/Universidade da Bahia e tem desenvolvido pesquisas sobre racismo, violação de direitos indígenas e genocídio indígena.
Ossobuco Na Sua Casa – Histórias Indígenas
28 de julho (terça) às 20 horas
Transmissão ao vivo nas páginas oficiais do Ossobuco | YouTube e Facebook
Classificação: Livre.