Artista chilena abre mostra que celebra o Dia Mundial da Água com arte e tecnologia.

De 23 de março a 24 de abril.

Divulgação.
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A exposição Formas d’Água – Integração Por Dispersão, da artista chilena Patrícia Claro, fica em cartaz no Museu Nacional entre 22 de março a 24 de abril, com entrada franca. A mostra aproveita o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, para homenagear um dos nossos bens naturais mais preciosos, no momento em que o país busca superar uma avassaladora crise hídrica.

Com curadoria de Rafael Raddi, Formas d’Água passará também por Campinas (SP), Campo Grande (MS) e Belém (PR). Em 2017, segue para o Rio de Janeiro e Fortaleza, Campina Grande, Florianópolis e Foz de Iguaçu. Em cada uma das estações por onde passa, a exposição ganha um viés curatorial diferente e Patrícia aproveita para realizar uma residência artística.

Em Brasília, o tema é “Integração por Dispersão” e aqui ela pretende visitar, além de arquivos e instituições, as paisagens nas regiões de Olhos D’água, Chapada dos Veadeiros e na Serra dos Pirineus, sempre acompanhada pelo ICMBIO – Instituto Chico Mendes.

Na Capital Federal, a exposição tem um contexto especial. A princípio a inspiração é a célebre Missão Cruls. Integrar vem pelo fato da capital ser um lugar que aglutina diversos povos e cultura. Já a dispersão, nos remete às águas, objeto chave da exposição, uma vez que é no Distrito Federal onde está localizada a Estação Ecológica de Águas Emendadas, cujo fenômeno hidrográfico de dispersão de águas para lados opostos forma a Bacia do Tocantins-Araguaia e a Bacia Platina, que abastecem diversos lugares no Brasil.

Multimídia, a artista trabalha com pintura, fotografia, vídeo, gravura e instalações. Ela viu no reflexo produzido na água uma fonte infinita de imagens e transformou isso em arte. Patrícia utiliza meios digitais para um processo pictórico em óleo sobre tela, onde os detalhes essenciais recebem aporte digital para atingir o efeito de reflexo. Ela também utiliza vídeos e outras linguagens para mostrar as possibilidades artísticas da água. Algumas das obras ganham força com a música experimental do músico chileno Max Zegers, com vasta experiência como compositor de trilhas sonoras.

A montagem, aliás, é um dos atrativos da exposição Formas d’Água. Recursos tecnológicos de ponta permitirão aos visitantes uma maior integração com as ideias da artista, além de ampliar a acessibilidade às informações e meios que ajudaram a configurar o evento. Os dados sobre as obras – tais como descrição, técnica, local onde foi concebida e realizada, materiais, motivações da artista – poderão ser acessados por meio de QR-Code (código de barras bidimensional) utilizando smart-phones.

A exposição busca reproduzir os diversos significados que a água adquiriu na história da arte. Há momentos, em que transmite a vitalidade e juventude da renascença pictórica. Outras vezes, traz o ritmo barroco, a intensa forma de expressar do romantismo ou promove um jogo visual como na arte impressionista.

Com um trabalho que tende ao abstrato, a artista discute a problemática ecológica e também as artes visuais como indústria, por meio da Economia Criativa. Patrícia Claro aproveita a oportunidade de exibir suas obras no Brasil, país com maior concentração de água no mundo, para refletir sobre a diversidade de biomas em cada região onde irá expor.
A exposição Formas D’água prevê, ainda, um projeto pedagógico para escolas públicas e privadas do DF.

A ideia é trabalhar de forma lúdica com jogos e brincadeiras inspiradas na obra e nas ideias da artista. O programa educativo incluirá crianças e jovens com necessidades especiais. Além dos objetivos educacionais, o projeto pretende, também, estimular os estudantes a deixar os registros de suas sensações na exposição.

Aguagramas I copy
Serviço: Exposição Formas D’Água – obras da artista chilena Patrícia Claro
Data: De 23 de março a 24 de abril
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Horários: terça a domingo, das 9h às 18h30.
Informações: 3324-0559
Classificação indicativa: Livre.